RazerHammerheadTWE (9)

Análise – Razer Hammerhead TW Earbuds

Por vezes, os auscultadores tradicionais não são práticos. Ou precisamos de algo mais leve ou simplesmente não queremos algo tão intrusivo, especialmente no nosso dia-a-dia. Para essas situações, os Razer Hammerhead TW Earbuds poderão ser a solução perfeita.

Certamente muitos de vocês apanharam a “febre” dos chamados “airpods”. Depois da Apple ter lançado esses revolucionários dispositivos sem fios, na verdade meros auriculares simples mas com tecnologia bluetooth integrada, muitas foram as marcas que adoptaram o mesmo conceito. A tal ponto que hoje os preços estão bem mais competitivos, dada a oferta tão vasta e de igual capacidade. Contudo, a Razer não se podia ficar por simplesmente copiar um conceito. Foi mais longe e criou um par de auriculares sem fios, wireless e extremamente discretos e confortáveis… e ainda lhes deu uma cor preta (até que enfim) e características viradas para o gaming como não podia deixar de ser.

O conceito básico e o design, tirando o facto de não ser (para já) da “futuramente-amarela-ou-simplesmente-suja” cor branca, é já bastante familiar. Trata-se de um conjunto de dois auriculares modelados para o ouvido, com uma caixa onde são colocados para os carregar e calibrar. São igualmente desenhados para se alojarem perfeitamente na concha da orelha (chama-se mesmo assim) e possuem uma extensão que funciona de antena e onde está alojado o pequeno microfone, a bateria e os contactos de carregamento. Além disto, cada auricular possui um pequeno touchpad na base para diversos comandos por toque, sobre os quais já irei falar mais à frente. Ah! E são resistentes à água (não são à prova-de-àgua, porém… não mandem para piscinas com eles colocados!)

Já terão uma ideia genérica onde estes Hammerhead poderão ser usados. Obviamente, com uma ligação via bluetooth, foram desenhados para serem usados em smartphones que possuam essa tecnologia (quase todos?). O emparelhamento pode ser feito de forma simples, com os auriculares dentro da caixa, basta abrir a tampa e procurar pelo dispositivo. Alternativamente (não é mesmo necessário mas recomendo), podem instalar uma aplicação dedicada da Razer para Android ou iOS no vosso dispositivo móvel. Esta aplicação ajuda também a emparelhar os auriculares, embora seja algo redundante se o telefone pode fazer isso mesmo sem problemas. Onde é particularmente importante é a actualizar o firmware dos auriculares, accionar presets de som e a ajudar com os gestos de controlo.

Como já expliquei, nos pequenos touchpads circulares, onde estão o logótipo da Razer na base, podemos dar instruções básicas de controlo. Com um só toque leve, podemos atender chamadas ou dar “play” no programa de música. Dois toques, saltamos a música ou trocamos de chamada. Três toques, retrocedemos na música. E um toque longo de 2 segundos, tanto serve para emparelhar novamente (se já não estiver emparelhado) como para rejeitar/desligar uma chamada ou activar o Assistente de Voz no software do telefone (Google Assistant ou Siri). Quem sabe o gesto mais importante, porém, é o dedicado ao modo de gaming.

Dois toques curtos e um longo por dois segundos activam este modo. Este mesmo gesto também limpa a memória de emparelhamento, pelo que devem usar com cuidado ou terão de emparelhar novamente os auriculares. Se tudo correr como o previsto, activarão este modo extremamente importante para jogar, seja num smartphone ou num dispositivo com bluetooth (5.0 ou em modo de compatibilidade, que inclui dispositivos mais antigos e até mesmo consolas). Neste modo, os auriculares entram num modo de baixa latência (60ms) que garante sincronismo perfeito com a imagem e evita quebras no som.

Infelizmente, embora a tecnologia do áudio continue a surpreender com dimensões cada vez mais reduzidas, não podemos ter tudo encaixado em pequenos auriculares deste tamanho. Como imaginam, o som emitido não será o melhor que jamais terão ouvido. Os drivers de 13mm são cumpridores quanto baste para um dispositivo tão diminuto. Embora o software possua um preset para aumentar os graves, não será aqui que terão som de qualidade de estúdio, obviamente. O design específico dos pequenos cups em funil, em teoria, ajuda a isolar o som exterior e a aumentar os graves na medida do possível. No entanto, tudo depende da dimensão das vossas orelhas e tímpanos, obviamente.

Outra questão que me deixou meio descontente é na ausência de um controlo de volume. Com o pequeno touchpad na base, perdeu-se aqui uma oportunidade de criar um controlo remoto de volume, por exemplo com um gesto vertical. Ter de controlar o som no próprio dispositivo emparelhado, sobretudo num smartphone, é algo que gostava que pudesse ser evitado. Também me desapontou que os próprios auriculares não possuam um simples LED ou uma forma de sabermos se estão ligados ou quanta carga possuem. Entendo que iria consumir mais carga, mas faz falta um indicador independente para cada auricular. Para termos essa indicação, temos de os colocar na caixa ou ligar à aplicação no smartphone.

Já que falo na caixa, tenho de dar os parabéns aos designers da Razer pelo seu formato tipo “comprimido”, até ver, francamente original. As vulgares caixas de airpods são, regra geral, quadradas ou num formato meio rectangular. Contudo, este design de caixa parece-me bem mais simpático e menos volumoso para os bolsos. Lá dentro, possui uma pequena bateria para carregar os Hammerhead e a base para o efeito. Cá fora, tem um pequeno LED de indicação de carga: verde está tudo carregado, amarelo está em carga e vermelho precisa de carregar. Uma vez os auriculares na caixa, abrir e fechar a tampa também os acciona e desliga respectivamente. Simples e bastante eficaz.

Um exemplo de como uso os Hammerhead no dia-a-dia. Enquanto estou a trabalhar ou na rua, uso-os nos ouvidos para ouvir música ou comunicar. Já os tenha emparelhado anteriormente com o meu smartphone, pelo que esta operação é simples e rápida, bastando tirá-los da caixa. Como tenho sistema de mãos-livres no carro, antes de entrar nele, tiro os Hammerhead, coloco-os na caixa e estes desligam-se, permitindo libertar o bluetooth para o carro. Também é possível atender rapidamente chamadas sem pegar no telefone, bastando abrir a caixa e colocar um ou os dois auriculares em segundos.

Agora, para jogar… Como já disse, não temos aqui um sistema de som de outro mundo que justifique mandar os vossos auscultadores para a prateleira. A título de exemplo, testei estes pequenos dispositivos numa PS4 e o seu som estéreo é suficiente para nos dar um bom ambiente de jogo, não há dúvida. Agora, para os usar de forma regular, parecem-me desajustados nesta plataforma. São os ideais para jogar com smartphones, obviamente. Aí sim, em qualquer lugar, servem perfeitamente para o efeito. A sua baixa latência nota-se bastante no modo de jogo, embora duvide que um jogador mediano procure essa diferença.

Se repararam, não falo muito do sistema de captação de som. E há um bom motivo para isso: não é o melhor. Se já experimentaram os airpods de outras marcas, já sabem que esta é também uma das suas maiores lacunas. Estando tão longe da boca, os microfones não captam a voz de forma capaz. Se estivessem montados na extremidade, talvez fossem mais eficazes mas os orifícios do microfone estão a meio da extensão, um local que não me parece ser o melhor. Nos diversos testes que fiz, ou tive de “gritar” para ser ouvido, ou tive de fazer concha com a mão perto do ouvido. O que para quem quer usar isto sem usar as mãos, é algo contraditório.

Por fim, uma das questões mais frequentes para qualquer dispositivo wireless… a autonomia. Como já disse, a base possui uma pequena bateria que carrega os auriculares. A própria base tem de ser carregada para esse efeito, via cabo USB-C (fornecido). Estes dois carregamento, segundo a Razer, duram em média uma hora e meia. Posso atestar essa duração pelas várias vezes que carreguei a base, é mesmo rápida a carregar. Também segundo a Razer, a autonomia de uso ininterrupto dos auriculares ronda as 4 horas. Contudo, como estão sempre a carregar quando os colocamos na caixa, a Razer promete até 12 horas de uso entre carregamentos da caixa. Mais que suficiente.

Veredicto

Podem não ser um marco em termos de fidelidade sonora, mas os Razer Hammerhead TW Earbuds possuem uma missão muito específica: são perfeitos para os inveterados utilizadores de smartphones, inclusive os que gostam de jogar. Até mesmo os mais sérios no gaming portátil vão gostar do modo de baixa latência. Possuem algumas lacunas inerentes à própria dimensão reduzida, é certo. Mas, são extremamente práticos e fáceis de usar, seja a jogar ou simplesmente a usar no quotidiano. A Razer mostra aqui, uma vez mais, que é também uma marca de “lifestyle”, além de uma excelente produtora de periféricos para gaming.

  • MarcaRazer
  • ModeloHammerhead True Wireless Earbuds
  • Lançamento2019
  • Plataformas
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Sem controlo de volume nos auriculares
  • Microfone tem pouco alcance

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