
Durante a PAX Prime 2013, tendo como papel de fundo as North American League Championship Series, a revista de negócios Forbes teve a oportunidade de entrevistar o Vice-Presidente da Riot Games, Dustin Beck, sobre o futuro do League of Legends e, por consequência, a evolução dos eSports. A entrevista é de tal maneira interessante que não pudemos deixar de vos publicar, aqui no WASD, a versão em português:
Existem planos para encontrar um novo espaço para o Campeonato do Mundo de League of Legends? (Tendo em conta que o local actual é o Staples Center em Los Angeles.)
Dustin Beck – No próximo ano vamos explorar uma série de possibilidades diferentes, inclusivamente a nível internacional. Era bom se pudessemos alargar a experiência e alcançar os nossos fãs a nível global. Todas as opções estão em cima da mesa mas sem dúvida que vamos precisar de abrir horizontes.
Qual é o futuro do League of Legends e dos eSports?
Dustin Beck – Acho que fizemos um trabalho bastante bom quando deixámos as nossas opções em aberto e fléxiveis. Não tinhamos qualquer tipo de ideia de como a Season 3 decorreria. E penso que esta é a primeira vez que um editor desempenha o papel de operador de eSports, produtor, e tudo mais. Aprendemos mesmo muito com esta temporada e estamos entusiasmadíssimos com a quantidade de fãs que se juntam a nós para nos acompanhar ao vivo pela internet.
A nossa audiência cresce de semana para semana e tivemos 150,000 pessoas a observar o nosso torneio amador. Alcançámos os 300,000 durante o jogo entre os TSM e os CLG e por isso sabemos que os fãs estarão sintonizados se providenciarmos uma transmissão com melhor qualidade. Queremos focar-nos nisso, providenciando a melhor experiência para quem está em casa com vários tipos de transmissão.
Queremos continuar a evoluir e mimicar aquilo que o Sportscenter e a ESPN alcançaram. O que é que precisamos de afinar e melhorar? Durante o interregno entre temporadas vamos intensivamente investigar cada uma das áreas específicas.
Com os eSports a crescerem o que é que acha da televisão enquanto meio de transmissão?
Dustin Beck – Percebo o que quer dizer. Se este é de facto um desporto com tanto interesse porque é que não está na televisão? Pessoalmente, acho que a nossa geração de fãs é única no sentido em que eles não consomem o conteúdo que procuram via TV. Mesmo quando têm a TV ao lado, estão a ver a LCS por stream no PC. Não é por isso o típico subscritor de TV por cabo.
Usam Netflix, Hulu, ou o streaming pela Xbox. A televisão não é uma prioridade ou, sequer, um objectivo, e se acontecer será sempre um producto secundário.
Com isso em mente, alguma vez consideraram uma parceria com a Netflix ou outro qualquer canal digital?
Dustin Beck – Já pensámos nisso. E muita vezes ponderamos se as pessoas não vão considerar o Netflix como uma espécie de portagem com pagamentos desnecessários quando já temos a Twitch, Youtube, Azubu… Se já possuimos esses meios tão simples, globalizantes e acessíveis, será que precisamos mesmo de uma parceria com a Netflix ou Hulu? O ponto essencial aqui é tornar o nosso conteúdo o mais acessível e no máximo de linguagens possíveis.
Então quais são os vossos planos para expandir?
Dustin Beck – O nosso objectivo principal é perceber como os eSports se desenvolvem em novos territórios. Na Gamescon tivemos um torneio internacional que introduziu novos territórios em cena. Por isso, queremos ter a certeza que fazemos um bom trabalho quando alcançamos um maior número de fãs mundialmente. Como lhe disse, tudo circula em volta da acessibilidade.
Então quais são os vossos planos para desenvolver os eSports enquanto carreira profissional?
Dustin Beck – Essa foi uma das nossas maiores preocupações durante este ano, fazer com que as pessoas pudessem legitimamente dedicar a sua carreira profissional ao League of Legends. Foi algo que no passado foi difícil de concretizar porque torneios esporádicos e inconstantes conduziam a determinados problemas.
Se não te classificasses num dos três primeiros lugares desses torneios estarias, muito provavelmente, a perder dinheiro com hotéis, viagens, etc. Não achamos que isso seja justo e é por isso que trouxemos determinadas compensações para o jogo. De qualquer das formas, continua a não ser grande fonte de rendimento na maioria dos casos.
Os patrocínios, os prémios e o streaming ocupam esse lugar. E os patrocinadores tradicionais começam a interessar-se cada vez mais e isso faz diferença.
A Qualcomm envolveu-se com os TSM no início do ano, a Nissan com a Curse, e nós acabámos de assinar um acordo com a American Express… Nenhum destes patrocinadores sequer sabia o que eram eSports há um ano atrás, e por isso estas companhias deixam-nos incrivelmente motivados porque esta é a confimação que o nosso produto é algo que pode interessar às grandes companhias.
Vai ajudar, sem dúvida, a desenvolver o ecosistema do ponto de vista financeiro, os jogadores vão ser pagos uma quantia considerável de dinheiro e merecem-no porque lhes dedicam as suas carreiras tal como qualquer outro atleta faria.
Fonte: Forbes
E vocês o que acham do estado do League of Legends actualmente? E dos eSports? Alguma vez pensaram em tornar-se um pro gamer? Deixem a vossa opinião na secção de comentários em baixo.