Reportagem – Lisboa Games Week 2022

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Depois de um doloroso hiato, o maior certame de videojogos em Portugal voltou a acontecer, cheio de vontade de recuperar o tempo perdido. Contudo, as ausências são o destaque da Lisboa Games Week 2022.

A Feira Internacional de Lisboa (FIL) voltou a chamar os jovens (e menos jovens) para um espaço de celebração dos videojogos. Contudo, logo à entrada fica bem claro que este não é o mesmo evento de outros anos. Num espaço reduzido a um pavilhão, a densidade de visitantes é assinalável em alguns corredores. Especialmente, porque a organização decidiu colocar as lojas bem no centro do pavilhão. Já em anos anteriores, estas secções eram caóticas e este ano pioraram, claramente.

A maior marca de videojogos presente é a Nintendo que, por qualquer motivo, “virou costas” à entrada e tornou a recepção do evento algo “fria”. O segundo maior stand do evento tem o habitual palco e áreas de actividade de outros anos. Bayonetta 3 e Splatoon 3 são os óbvios focos de atenção. E, sim, leram bem, a Nintendo é a marca mais sonante da indústria presente neste espaço.

Sim, nesta edição, a Microsoft Xbox esteve, de facto, presente. Contudo, não da forma que mais gostaríamos. Apenas se fez representar com um espaço com computadores para jogar títulos do Xbox Game Pass. Consolas, nem vê-las. É sintomático de um menor investimento, obviamente, certamente com fortes motivações dos tempos turbulentos dos últimos meses. Contudo, nem é essa a maior omissão esta edição da LGW.

Este ano, temos estreias importantes (já falaremos delas) mas, sem dúvida, as marcas que não estão representadas é que acabam por ser tópico de conversa. Além do maior patrocinador dos anos anteriores, a Worten, não marcar presença com o seu habitual stand gigante, também a Bandai, Logitech, ASUS e várias outras “habituais” não compareceram. Mas, é óbvio que todos sentiram falta da Sony PlayStation. Num ano de tão boas novidades nesta marca, foi uma perda tremenda para o evento. A única “PlayStation” que encontrarão, está no espaço de Indies do PlayStation Talents.

Quanto às tais estreias, tivemos a Riot Games a levar os seus fantásticos títulos à LGW, com passatempos e duas finais de torneio de Valorant e League of Legends em palco. Outra importante estreia é a da Saber Interactive, cuja sucursal do Porto levou o seu recente Dakar Desert Rally para os visitantes experimentarem.

Habitual na LGW é a Upload Distribution que neste ano veio mostrar os seus mais recentes títulos representados pela Nacon, com destaque para o WRC Generations. De notar que a Nacon está a preparar importantes lançamentos de hardware e estão por lá produtos inéditos que ainda nem sequer foram lançados no mercado.

Junto ao habitual Palco, chegam os colossos de hardware, com a AOC, Lenovo e HP Omen, principais patrocinadores das ligas de eSports. Curiosamente, apesar da casa-mãe não se fazer representar, o palco das competições é apresentado pela sua vertente de desporto electronico, a Worten Games Ring.

De resto, muitos espaços de vendas, palcos de actividades lúdicas, retrogaming e, por qualquer motivo, um palco para máquinas de arcada. Foi curioso conhecermos novos projectos no espaço dedicado a pequenos produtores, a LGW Loading Zone). No rigor, porém, tudo teve uma escala menor. Aliás, olhando para o mapa do evento, o maior destaque vai para os eSports no fundo do pavilhão, com apenas cinco stands de marcas de videojogos, vários espaços de Cosplay, merchandising e o resto pejado de muitas coisas que só “franzindo muito os olhos” é que achamos que são realmente relacionadas com esta indústria.

É, de facto, uma tentativa de regresso à normalidade. Mas, ficamos desapontados com esta edição se recordarmos as LGW anteriores. Além das já mencionadas ausências, os espaços comerciais podem muito bem ocupar uma área separada. Por outro lado, percebemos o porquê desta organização. É que os espaços para realmente conhecer e experimentar os vários jogos não são tantos e os que lá estão são menores em dimensão. Mesmo assim, quem quiser jogar tem vários postos nos stands de eSports, realidade virtual e free-to-play. Mas, arriscamos dizer que será o ano com menos variedade disponível em títulos.

Olhando para o que a LGW já alcançou no passado, com dois pavilhões quase cheios de stands, com grandes marcas presentes, muito conteúdo para descobrir, até mesmo com títulos em primeira mão ou novos lançamentos, até apresentações exclusivas de produtores de renome, estamos certos que, nos próximos anos, a FIL irá, com certeza, voltar ao ritmo. Com dois anos de paragem, o que temos na Lisboa Games Week 2022 é uma espécie de “matar de saudades”, que é também uma retoma da possível normalidade. Como acontece com algumas sequelas dos videojogos, “a próxima será melhor”.

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