Reportagem: Lisboa Games Week 2016

lgw2016

Segundo a organização, esta foi a maior Lisboa Games Week de sempre, com um espaço maior e mais preenchido. Com uma boa série de empresas e entidades envolvidas, terminou ontem o maior evento relacionado com videojogos em Portugal. O WASD esteve presente como parceiro média e dá o seu testemunho.

Quando olhamos para este tipo de eventos lá fora, não podemos deixar de assinalar as disparidades de dimensão de mercados e de exposição que resultam também em proporções diferentes de espaços e audiência. Contudo, nota-se que a LGW já tem o seu nível de importância, nem que seja a nível nacional. A prova disso mesmo é que, além das marcas que já se faziam representar noutros anos, as representações dos grandes gigantes da Indústria estão em força e com muita vontade de puxar a si os melhores destaques.

E começamos logo pela entrada. Quem chegava ao espaço da Feira Internacional de Lisboa (FIL) era logo presenteado com quatro enormes logótipos azuis, facilmente reconhecíveis. Tratava-se do gigante stand da Sony PlayStation. A testes estiveram alguns destaques de jogos que têm feito as delícias dos fãs como Uncharted 4 ou Call of Duty: Infinite Warfare. Mas o claro destaque esteve em Horizon Zero Dawn e The Last Guardian. Um é o jogo mais esperado do próximo ano, o outro é o jogo mais esperado de há 10 anos.

No centro das atenções do stand da Sony estiveram também os eventos relacionados com a Liga PlayStation que teve neste espaço um auditório onde decorreram finais de diversas competições. Mas também foi possível testar a última demo de Gran Turismo Sport (disponível em Dezembro) e até escalar uma parede, qual Nathan Drake. E em alguns títulos, foi possível também testar as diferenças dos jogos a correrem numa PlayStation 4 Pro e, claro, experimentar o mítico PlayStation VR.

Ao lado, era impossível perder o enorme auditório onde a Upload Distribution demonstrou o muito esperado Injustice 2. Não, não era possível ainda testar o novo título da NetherRealm e da DC Comics, mas neste espaço foi exibido uma primeira amostra em jogo do que nos espera, com uma demonstração da jogabilidade, evolução de personagens e outros destaques. E se não chegasse esta demonstração, alguns figurantes também davam largas aos seus dotes de artes marciais pelo espaço.

Mas a oferta da Upload não se ficava apenas por este jogo. Os já conhecidos jogos da série LEGO, Batman: Return to Arkham (que também teve destaque no stand da Microsoft), além de alguns postos de testes para WRC 6 que foram bastante concorridos. Futuramente, talvez no início do próximo ano, a Upload contará com o novo comando oficial da PlayStation 4 concebido pela Francesa Big Ben. Infelizmente, ainda não estava disponível neste evento.

No outro lado esteve a Capital Games, cujo leque de oferta é impressionante. Além das suas habituais representações de marcas, com especial destaque para a Ubisoft e os seus jogos Just Dance 2017Watch Dogs 2 ou Assassin’s Creed: The Ezio Collection, estiveram também outros jogos do momento da 2K Games como Mafia III ou NBA 2K17. Além disso, a distribuidora está empenhada em trazer mais representações de hardware ao mercado.

Além de já apresentar produtos de grandes marcas como a Thrustmaster, que teve o seu devido espaço dedicado aos simuladores de voo, tem agora a seu cargo outras marcas como a famosa Turtle Beach e a não menos famosa Hori que tinha a testes no seu espaço um controlador Real Arcade Pro para jogos de combate e um novo periférico TAC Pro que permite usar teclado e rato nas consolas PlayStation. Contudo, o claro destaque foi para o HTC Vive/Valve VR presente no espaço, possivelmente a primeira vez que esteve em demonstração por cá.

Um pouco mais atrás estava a Microsoft, que no ano passado nos desapontou pela sua ausência deste evento, mas este ano não perdeu a oportunidade. Apesar de bem mais discreta que há dois anos, mostrou todo o poder da marca Xbox com diversos jogos em demonstração. Entre jogos do momento, obviamente que o destaque maior foi para dois inéditos que estiveram presentes e a testes: Halo Wars 2 e Dead Rising 4 são duas grandes apostas para a marca do X verde.

Actualmente, a sua consola mais recente, a Xbox One S continua a dar luta à concorrência, com títulos exclusivos como Forza Horizon 3, Gears of War 4 e Halo 5: Guardians a ocupar as preferências dos utilizadores do espaço. Também bem aproveitada está a sua parceria com a Electronic Arts, tendo os seus jogos um claro destaque, em especial o FIFA 17. No horizonte está ainda mítica Xbox Scorpio que, embora ainda esteja um pouco longe, já paira o seu espectro. Resta saber se teremos a consola no próximo ano também por cá.

Outro grande stand que marcou presença neste evento foi o da HP que decidiu entrar em força no mercado do gaming com a sua série Omen. Desde teclados e ratos concebidos pela SteelSeries, até computadores portáteis e de secretária, sem esquecer os monitores dedicados, a série Omen parece-nos um novo standard no que toca ao design de PCs, aliado à qualidade técnica reconhecida da marca Hewlett Packard.

Os mais audazes podia testar um simulador de movimento com o jogo Rocket League, isto se tivessem dispostos aos mais violentos rodopios e um jacto de vapor na cara. Nós, ficámos a apreciar os novos computadores de secretária Omen X 900, com o seu formato em cubo. Este novo conceito de computador alia-se aos já conhecidos barebones da série Omen 870. É sempre bom ver que há mais marcas a apostar no gaming e a trazer inovação.

E não deve ter passado despercebido um simpático sofá onde era possível jogar League of Legends com todo o conforto. Tratava-se do stand da FJMPC que é a representante exclusiva de marcas conceituadas como a famosa Roccat, Ozone, Asus-Strix e as cadeiras da Alpha Gamer, entre outras. Teclados, ratos, auscultadores e até cadeiras gaming estiveram em demonstração e alguns destes itens até estavam disponíveis para testar.

Nesse mítico sofá, por exemplo, era possível testar o Roccat Sova, um combo embutido numa plataforma que pode ser colocada no colo. Mas, por lá encontrámos também o Ozone Strike Battle Cherry, um teclado muito procurado pelas suas teclas mecânicas cherry e design compacto e tivemos uma primeira impressão do Roccat Nyth, um rato modular para MOBAs que tem uma quantidade interessante de personalizações. Sem dúvida um bom leque de opções para os jogadores neste stand.

Como não poderia faltar, o stand da Nostalgica também marcou presença, com a sua imensa colecção que faz parte do primeiro Museu de Videojogos em Portugal. À frente deste espaço, que nos transporta directamente para o passado, temos o nosso amigo Mario Tavares, sempre alegre e disposto para tirar todas as dúvidas aos mais curiosos. E muitos foram os que testaram os grandes clássicos das mais diversas consolas retro.

Nestes eventos temos uma maior percepção do crescimento que o retrogaming neste últimos tempos. Sejam eles jovens à descoberta da origem dos jogos ou adultos à procura das suas memórias de infância. A verdade é que está cada vez mais a angariar fãs e não podemos negar que a Nostalgica teve um papel importante nesse aspecto, não falhando uma única presença neste evento. Notem a mesa de DJ e os disco de vinil decorativos!

Outro stand que não podemos deixar de mencionar é o PlayStation Talents. Neste espaço estavam representados os 10 semifinalistas deste programa que tem como objectivo encontrar os melhores jogos independentes para posteriormente serem publicados pela própria Sony. Como aconteceu com o jogo Dogchild e o futuro Strikers Edge da portuguesa Fun Punch Games. Infelizmente, não nos foi possível experimentar nenhum deles devido à grande afluência do evento. Contudo, podiam encontrar os seguintes jogos:

  • An Aztec Tale – Cake Collective
  • Forgotten Shaft – Team Elaris
  • Gateway – SpellCaster Studios
  • Get Alive – Anomaly Studios
  • Badaguedes – Hellkeeper
  • Krazy Train – Kiltic Games
  • Moonphobia – Lunar Labs
  • Shutix – Indot Game Studio
  • Uranus – Disconnect
  • VRock – Game Studio 78

Como sempre, estiveram no local algumas lojas de venda directa. Entre as habituais lojas de artigos informáticos, que tiveram óptimos descontos para aproveitar, estiveram também no local lojas de merchandise e de outros produtos multimédia. As mais sonantes foram a Samsung, LG e ainda a RetroShop, esta última dedicada a componentes para micro-computadores e consolas clássicas como o ZX Spectrum. Compreendemos que estes eventos são chamarizes para os fãs deste mundo, principalmente o merchandise, que ocupa um importante destaque. Contudo, as filas e a concentração de pessoas nestes espaços já justificavam um local próprio, talvez num outro pavilhão ou mesmo no exterior.

Felizmente, neste ano os habituais stands dos patrocinadores do evento, à excepção da Worten com um enorme espaço ocupado no centro do pavilhão, não tiveram tanto destaque como em anos anteriores. Mesmo assim, diversos pontos causaram enorme concentração de pessoas em contraste com outros, claramente mais vazios. Tanto a arena de eSports da ASUS, como o concorrido espaço dos youtubers, por exemplo, foram colocados no fundo do pavilhão, mas não deixaram de causar algumas filas, mesmo assim.

À hora deste artigo, ainda não temos dados concretos de visitas. A organização esperava mais de 50.000 visitantes e, a julgar pelas filas à entrada e em cada stand, pensamos que conseguiram, senão bater essa marca, ficar bem perto. Infelizmente, não tivemos tantos inéditos ou revelações como em outros anos, até porque os maiores exclusivos já foram lançados e os que faltam ainda não estão disponíveis ao público. De qualquer modo, notou-se que a LGW está saudável e recomenda-se. Até para o ano.

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