Como a Playstation 3 mudou a forma de jogar

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No dia 23 de Março de 2007 chegou à Europa a, então tão esperada, Playstation 3. A PS3 teria pela frente a difícil tarefa de manter ou até mesmo superar a qualidade da sua antecessora, a Playstation 2. Neste artigo vamos abordar as componentes da Playstation 3 que fizeram frente a uma premissa tão complicada e que acabaram também por, de certa forma, mudar a nossa forma de jogar.

A Playstation 3 foi a primeira consola a utilizar o Blu-Ray como sistema principal de leitura. Com a resolução de 1080p, proporcionando uma qualidade de som com capacidade de áudio de 7.1 e de armazenamento até 50gb, esta é talvez a componente mais emblemática da PS3 e a que mais destaca esta consola das suas rivais de então, que só processam o DVD-Rom. Mas não só para jogos, também para filmes em Blu-Ray a PS3 é considerada como um leitor de grande qualidade. Com retro-compatibilidade para filmes em DVD, esta consola tornou-se quase um “must have” para as nossas salas.

No entanto se quisermos jogar, seja em que consola for, é fundamental o elo de ligação jogador/consola. Falo claro dos comandos e também aqui a PS3 inovou. A Playstation 3 teve como primeiro comando o Sixaxis. À primeira vista pode parecer semelhante ao Dual Shock 2, mas na realidade trata-se de um conceito mais moderno.

O Sixaxis apresenta-se como um comando wireless que funciona por BlueTooth (também traz um cabo USB que permite carregá-lo e jogar em simultâneo). Já a precisão dos analógicos, foi aumentada de 8-bit para 10-bits e no centro do comando, podemos encontrar um botão com o logo da Playstation que quando o pressionamos nos permite aceder ao menu do sistema da consola.

O próprio nome, Sixaxis, refere-se ao sensor de movimento incorporado e vários foram os jogos que utilizaram esta componente. Tanta inovação mas ficava a faltar a função de vibração que tanto tinha habituado os jogadores.

É aí que chega o Dual Shock 3, o comando que iria destronar o Sixaxis e tornar-se o comando oficial da Playstation 3. Em termos de conceito e funções, tudo o que o Sixaxis tem (incluíndo o sensor de movimento) e pode fazer, este também consegue, mas acrescenta a função de vibração. Em termos estéticos os dois comandos são iguais, diferindo apenas no material em que foram feitos, e o facto de ter Dual Shock 3 escrito no topo e Sixaxis em baixo.

Falando especificamente do sensor de movimento, como disse, vários foram os jogos que aproveitaram essa componente dos comandos da PS3. inFamous, por exemplo, onde controlávamos a direcção de um enorme tornado lançado por Cole e Resistance: Fall of man, onde com o abanar do comando podiamos afastar inimigos que quisessem agarrar-nos. São bons exemplos mas nenhum jogo explorou tão bem essa componente como Heavy Rain. Com um trabalho fantástico da Quantic Dream que explora ao máximo o potencial do Sixaxis, neste título todas as acções dos personagens são controladas pelos movimentos do comando.

https://www.youtube.com/watch?v=JKPPdgBK3r8

Ainda no final de 2008 chegou também um acessório interessante, o Teclado Wireless. Este periférico além de servir como teclado, consegue também exercer a função de um simples touchpad. Quando se encontra neste modo, toda superfície do teclado pode ser utilizada como um touchpad, e as setas esquerda/direita passam a desempenhar as funções do botão esquerdo e direito do rato. Apesar de ter sido concebido para se encaixar num comando, não somos obrigados a fazê-lo para utilizar este aparelho. Isto graças à sua bateria interna e ao sistema de ligação por BlueTooth.

Houve no entanto um acessório que realmente se esforçou e conseguiu, de facto, mudar a nossa forma de jogar playstation. A sua premissa foi “This changes everything” (Isto muda tudo) e o seu nome é Playstation Move. O Move foi lançado em 2010 e acompanhou também o lançamento da versão “Slim” da Playstation 3.

Em conjunto com a Playstation Eye, que complementa este acessório, iria desencadear-se um vastíssimo leque de experiências (umas mais interessantes que outras). A recepção por parte da crítica foi bastante positiva: Um aparelho intuítivo e que proporcionava uma melhor e mais real experiência em vários jogos e houve até quem dissesse que a qualidade do Move superava a Wii que sofria de problemas de precisão.

De facto, jogos como Killzone 3, sem dúvida que beneficiaram desta nova componente. Alguns jogos chegaram até a receber novas versões para acompanhar a chegada deste acessório, foi o caso do Heavy Rain e Resident Evil 5.

Jogos como o Singstar e Buzz! passariam a atrair um enorme número de pessoas com o desejo de transformar a sua sala num palco ou concurso apresentado pelo Jorge Gabriel. Mas também os mais pequenos, com títulos como o Eye Pet e Wonderbook (da criadora de Harry Potter) viriam também a desfrutar ao máximo deste acessório e viver aventuras e momentos inesquecíveis.

Não nos podemos esquecer também do Playstation Home. Aqui, temos uma rede social virtual em 3D onde criamos um Avatar que nos representa e interagimos com amigos e desconhecidos. Temos também o nosso apartamento que podemos desbloquear com artigos grátis, premium e até artigos que desbloqueamos em jogos. Neste mundo podemos aceder a várias áreas, algumas correspondem a jogos, outras às respectivas produtoras e cada uma tem várias coisas para ver, jogar e descobrir. O Playstation Home é também um ponto de encontro para amigos que queiram em conjunto entrar no modo multiplayer de um jogo.

As portáteis da Sony, apesar de não serem acessórios e terem uma identidade cada vez mais marcada e desempenham também uma cada vez mais acessível forma de jogar. Agora mais a Playstation Vita do que a PSP, com o Remote Play os utilizadores podem aceder a músicas, vídeos, fotos a dados armazenados na Playstation 3, incluíndo os periféricos ópticos que estiverem ligados à consola.

Se quisermos podemos até utilizar a portátil como um comando da PS3. Vários jogos beneficiaram deste sistema. Lembro-me por exemplo de uma bela noitada a jogar Spelunky com amigos. Quem utilizava a Vita tinha o jogo na televisão e na portátil, onde tinha mais liberdade e podia fazer uma espécie de “scout”, indicando ao restante grupo que só podia olhar para a televisão se era seguro avançar no cenário.

Este artigo não ficaría completo sem a presença da Playstation Network. Este serviço surgiu ainda na Playstation 2 e conseguiu destacar-se, por exemplo, do Xbox Live no qual era preciso pagar uma mensalidade para se jogar online. Agora na Playstation 3, a PSN, forma como é mais conhecida, foi mais longe. Fonte de novidades, versões de demonstração, trailers e jogos (também em versão para as portáteis da Sony), este serviço tornou-se um bem essencial na nossa consola.

Mais tarde, surge um serviço premium chamado Playstation Plus, onde os subscritores têm acesso a conteúdo exclusivo, foi com o lançamento deste serviço que a PSN ganhou uma nova vida. Mais uma jogada de marketing do que outra coisa, um facto é que a cada mês saí um conjunto de jogos tanto para a consola como para a Playstation Vita e quem subscreve a PS Plus, sem dúvida que vê rentabilizada a mensalidade que paga.

Desde o início que a Playstation 3 se apresentou como uma consola para os jogadores. E conseguiu sê-lo, tornando-se uma incrível fonte de grandes e várias experiências, muitas delas inesquecíveis. Momentos de susto, acção, fúria, êxtase, tristeza e alegria, sempre tentando ir mais longe, elevar a fasquia, trazer sempre alguma novidade e acima de tudo mudar constantemente a nossa forma de jogar e encarar o mundo dos videojogos.

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