Altos e baixos na Beta de Modern Warfare 2

MW2

Decorreu neste fim de semana a primeira fase da Beta pública de Call of Duty: Modern Warfare 2, primeiro nas consolas PlayStation. Estivemos aos tiros e temos uma opinião para partilhar.

É sempre discutível qual será a melhor era para jogar Call of Duty. Os nostálgicos adoram voltar ao passado da Segunda Guerra Mundial. Os mais competitivos, recordam com saudade os jogos mais futuristas da série, cheios de armas impossíveis e (demasiado) parkour. No entanto, ficou bem claro que Modern Warfare de 2019 tornou-se um jogos mais aclamados dos últimos tempos. E com razões para isso, já que fez regressar os combates contemporâneos credíveis, com muito foco em operações realistas na campanha e um multi-jogador a recuperar muitos jogadores. MW2 só precisa capitalizar nestes pontos fortes.

A Beta que tivemos oportunidade de jogar é apenas uma fatia limitada do que o jogo oferece. Apenas possui modos online e mapas limitados. A progressão parece apressada para dar oportunidade de testar tudo como deve ser. Por causa disto, este artigo não pretende ser uma análise, nem sequer uma previsão do que aí vem. No rigor, precisamos jogar a oferta completa para falarmos da sua qualidade. Por isso, não esperem aqui um veredicto, apenas um conjunto de pontos avaliados que precisam de alguma atenção. E é óbvio que a Infinity Ward terá estas e outras considerações até ao lançamento no próximo mês.

Todos os anos debatemo-nos se vale a pena apostar no novo CoD. Para muitos, a compra é “de caras”, para outros as Betas são preciosas para tomar o “pulso” do que aí vem. Honestamente, para nós, a Beta será “agridoce” para muita gente. Se gostaram muito do antecessor de 2019, vão adorar o multi-jogador mais “terreno”, mais pesado e, de certa forma, semi-realista (dentro dos limites que estes jogos proporcionam, claro). Para estes, é muito fácil dizer que, sim, “temos jogo” com muitas semelhanças para descobrir. Aqui, o “mais do mesmo” tem alguma utilidade.

Contudo, para os outros, Modern Warfare 2 traz consigo algumas decisões que não caíram bem em jogos anteriores e que continuarão a não agradar a todos. Não é propriamente algo introduzido em 2019, mas ainda não conseguimos compreender a limitação de apenas 5 acessórios em armas. Temos dezenas para desbloquear mas, por qualquer motivo, só podemos usar um punhado delas. Tentem encaixar um sexto acessório, é pedido para o trocar por outro já instalado. Dado o robusto Gunsmith em jogo, é limitador para quem gosta desta “arte” de apetrechar armas.

Até porque, olhando para as estatísticas, os bónus que dão não são assim tão “disruptivos” se os pudéssemos adicionar todos numa só arma. Ironicamente, podemos “decorar” cada arma com uma panóplia de pinturas e autocolantes que, esses sim, podem ser usados sem limite até desfigurar arma como uma “Nerf” comprada na loja. Enfim. Vários são os jogos que nos oferecem personalização de stocks, pegas, miras, etc. Dos mais populares, só mesmo Call of Duty decide continuar com estas limitações. Esperávamos que MW2 pudesse ter aqui um ponto de viragem no Gunsmith. Assim não foi.

Outro elemento que honestamente custa um pouco a aceitar, especialmente para um veterano da série, é esta revisão que ninguém pediu dos perks para três níveis: base, bónus e ultimate. Cria uma confusão tremenda entre quais usar, além de que todos parecem bons e maus ao mesmo tempo. Alguns passivos clássicos são interessantes, como usar duas armas principais mas outros achamos que ninguém os vai usar (ou usará amiúde só para os experimentar). Os perks clássicos eram tão simples e directos ao assunto, aqui temos de perder tempo a estudá-los e ainda lidar com bónus temporários ou que demoram a recarregar.

Depois dos amantes do parkour começarem a lamentar online pela perda da capacidade de subir paredes, lá se viraram para as alternativas do “slide” ou do salto. Todos os jogos de acção possuem alguma destas mecânicas amplamente exploradas pelos que precisam de uma vantagem e possuem mira fraca. O “slide and shoot” ou o “dive” são um facto, mas os incrivelmente populares “bunny hops” são quase uma praga. Olhamos pelo mapa e lá estão os jogadores com armas para hip-fire aos saltinhos. Por um momento é só caricato, olhando para o quadro de pontuação, não tem piada nenhuma. Especialmente num modo de jogo com objectivos.

Por outro lado, algumas convenções recentes, como a remoção dos “pontos” vermelhos no mini-mapa de jogadores que disparem as suas armas, ou o som dos passos demasiado altos, torna a acção mais furtiva ou o uso de supressores completamente irrelevantes. Esta lógica foi introduzida exactamente no MW de 2019 e este jogo parece não ter qualquer tipo de apologia perante os vários protestos dos jogadores. Protestos esses que até foram bastante vocais nos fóruns e redes sociais em torno destas mesmas questões, aparentemente tão insignificantes.

Por fim, a grande questão que muitos apontam como sendo algo “anti-social” é a forma como os lobbies são “baralhados” no final de cada sessão. Na prática, isto significa que os lobbies são sumariamente fechados no fim de uma sessão de jogo, levando-nos para outros lobbies. Por um lado, isto aumenta a diversidade de jogadores entre sessões, por outro remove a continuidade de jogar inserido numa equipa (sem party) ou, pelo contrário, jogar contra um jogador ou equipa em particular. Isto é ainda mais evidente se tivermos vários amigos para jogar de forma competitiva entre si.

Claro que poderíamos passar uma boa tarde só a falar do que poderíamos fazer melhor a nível de perks, mecânicas ou lógicas de jogo e talvez nunca chegaríamos a um consenso. Contudo, o que queremos dizer com isto é que o primeiro Modern Warfare mudou paradigmas, nem sempre para melhor, num modo de jogo que é francamente a base do seu sucesso, o multi-jogador. Algumas mudanças são dolorosas mas melhoram a jogabilidade. Estas e outras introduzidas em 2019 e agora aparentemente enraizadas em MW2 parecem ser apenas “mudanças a bem da mudança”, nada mais.

Dito isto, há poucos jogos que nos consigam cativar mais a nível do multi-jogador que Call of Duty. Ainda mais com a fórmula refinada de Modern Warfare de 2019 e agora perpetuada neste próximo Call of Duty: Modern Warfare II. Apenas pudemos jogar uma parte dos modos online mas já se avizinha um enorme vício no futuro. Acreditamos que a campanha a solo será um positivo “mais do mesmo” do jogo anterior e ainda falta vermos o que aí virá no habitual modo cooperativo. Ame-se ou odeie-se, este será um dos jogos deste ano, sem dúvida.

Recordamos que na próxima semana terá lugar uma nova Beta aberta ainda nas consolas PlayStation e a fase exclusiva para pré-encomendas na Xbox e PC. Mais detalhes das datas neste outro artigo. Call of Duty: Modern Warfare 2, chega a 28 de Outubro para a PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One, Xbox Series X|S e PC.

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