INDIEemFoco

Análise: Valdis Story: Abyssal City

Um indie que nos caiu nas mãos e mais pareceu uma oferta dos deuses. Valdis Story: Abyssal City traz de volta aquele gosto da velha guarda dos clássicos de plataformas. A análise WASD aqui e agora!

A história deste indie conta-nos como, há mais de 40 anos, a deusa Valdis foi assassinada pela sua própria filha, a deusa Myrgato, símbolo da escuridão. Desde aí, Myrgato tem estado em guerra com a sua irmã gémea, Alagath, deusa da luz. Fruto deste conflito são os anjos e demónios que preenchem os campos de batalha de Valdis Story. Ambos transformados a partir das almas de humanos obrigados a escolher entre optar por um dos lados ou morrer. O enredo de Valdis Story: Abyssal City é interessante mas nunca chega a ser espectacular.

No meio desta história surgem Wyatt e Reina, as duas personagens que podes controlar desde início com mais duas, Vladyn e Gilda, a serem adicionadas num futuro próximo por via de um DLC grátis. Valdis Story começa com as nossas personagens num barco, quando este é atacado por um monstro gigante. Com o afundar iminente do barco, as nossas personagens acabam por ir parar à Abyssal City (a cidade do Abismo numa tradução literal). A partir daí vamos lutar contra hordas de inimigos enquanto procuramos pelo nosso restante grupo.

As duas personagens disponíveis têm dois estilos de jogabilidade bem diferentes e acabam por justificar dar mais do que uma volta ao jogo. Se Reina é uma espécie de monge que apenas luta usando as mãos, Wyatt é um guerreiro que usa e abusa da sua espada. Cada um deles usa também feitiços diferentes, e uma nova volta no jogo com uma personagem diferente significa que nós também temos de nos especializar de maneira diferente para ultrapassar os obstáculos de Valdis Story: Abyssal City.

Contudo, admito que jogar com Wyatt foi claramente a minha parte favorita. A mecânica com Wyatt faz lembrar Castlevania com uma pequena pitada do clássico da Sega Saturn: Guardian Heroes. O side scrolling 2D em conjunto com as combinações de ataques com espada resultam brilhantemente e são o expoente máximo deste indie. Pegar neste indie é inevitável se és daqueles que gosta de uma boa mecânica de combate num jogo de plataformas que, em Valdis Story, é funciona quase sem mácula. Sinceramente, é do melhor que já vi com a combinação de ataques leves e ataques fortes, com os feitiços e ainda a escolha do momento certo para defender. Para aprimorar a fórmula, surge ainda a capacidade de nos deslocar-nos rapidamente por um brevíssimo segundo, dando-nos a oportunidade de nos desviarmos daquele ataque inimigo mortal sem sofrermos qualquer tipo de dano.

E ao combate juntam-se as características de um bom role-playing game, com a selecção das melhores armas, armaduras e itens em conjunto com as árvores de habilidades e os poderosos feitiços. Estes últimos que muitas vezes nos ajudam a progredir pelo cenário e evitam que, por vezes, avancemos para outras zonas mais tardias de Valdis Story. Por vezes damos de caras com alguns puzzles que exigem que temporizemos com o máximo rigor cada passo para que consigamos chegar ao item de bónus no final. Infelizmente, por algumas vezes a frustração impera porque falhamos um salto ou levamos com um raio que nos bloqueia no cenário até morrermos. Contudo, assim que completamos um deles sentimo-nos os maiores do mundo.

O aspecto visual deste jogo é igualmente espectacular, com as personagens baseadas em desenhos feitos à mão a encaixarem perfeitamente no cenário de Abyssal City. Quando pensamos que já vimos o suficiente para ficarmos fascinados com Valdis Story, o jogo surpreende-te e fascina-te outra vez. A banda sonora aumenta ainda mais a fasquia, com o regresso dos riff’s de baixo típicos dos clássicos dos videojogos que tanto faziam sucesso nos idos anos noventa. Matar demónios e anjos ao som de temas épicos é brutal em Valdis Story e chega quase a ser tão bom como matar dragões em Skyrim.

Veredicto

Felizmente em Valdis Story: Abyssal City, a mecânica de jogo compensa a história menos bem conseguida e os puzzles frustrantes. Este é um daqueles jogos para os entusiastas dos jogos de acção em plataformas e apologistas dos clássicos como Castlevania ou Metroid. O sistema de evolução RPG assenta-lhe que nem uma luva neste que é o primeiro lançamento do estúdio indie Endless Fluff. Fica como um daqueles jogos de plataformas em que se sente o bom gosto da velha guarda dos clássicos sem nunca deixar de olhar para o futuro, desafiando-nos para depois nos recompensar. Valdis Story: Abyssal City tem uma profundidade enorme a nível de jogabilidade e deve ser jogado por todos os fãs deste género.

  • ProdutoraEndless Fluff
  • EditoraEndless Fluff
  • Lançamento8 de Setembro 2013
  • PlataformasPC
  • GéneroAcção, Plataformas
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Puzzles
  • História interessante... mas o jogo merecia mais

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários