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Análise: Teslagrad (PC)

O mundo steam punk de Teslagrad salta à vista do meio da panóplia de oferta de jogos de plataformas que enchem o mercado actual dos videojogos. Será este indie capaz de nos agarrar magneticamente ao teclado? A análise WASD aqui e agora!

Em Teslagrad jogamos no papel de um protagonista silencioso, o último Teslamancer. Um pequeno miúdo frágil cujo destino o levará a entrar na Tesla Tower, uma torre repleta de perigos. A sua aventura leva-o a enfrentar desafios inesperados e a descobrir uma série de engenhocas que o ajudarão a enfrentá-los. Ao longo de todo o jogo, sem que uma única palavra seja proferida, vamos percebendo a história do nosso pequeno herói e do mundo steam punk de Teslagrad através de majestosos salões de teatro de marionetas colocados elegantemente ao longo do nosso caminho. O universo deste indie é baseado na velha Europa de meados do século XIX com a eminente explosão da revolução industrial.

Por sua vez, o mundo de Teslagrad é retratado a fazer lembrar as primeiras animações do universo de Walt Disney, durante os loucos anos 20, em que o coelho Oswald tinha lugar de destaque, antes até da introdução do rato Mickey quando os protagonistas eram igualmente personagens mudas. Assim, todo este universo é reproduzido através de pinturas feitas à mão, recriadas num contexto 2D, que resultam maravilhosamente e nos enchem as medidas. A banda sonora, numa mistura entre o sinfónico e o industrial, resulta também ela de forma espectacular com o trabalho artístico dos cenários e o ambiente steam punk de Teslagrad.

A jogabilidade de Teslagrad centra-se no domínio da electricidade e das polaridades magnéticas, manipuladas através das engenhocas que vamos apanhando ao longo dos vários níveis deste fantástico jogo de plataformas que nos coloca à prova a cada passo que damos. Por vezes faz-nos lembrar dos imperdoáveis jogos de plataformas dos idos anos 90 e que nos levavam ao limite das nossas capacidades para conseguirmos chegar ao último nível, acabá-lo, e ficar orgulhosos enquanto víamos os créditos finais a passar nas nossas antigas televisões 4:4. O mesmo vos vai acontecer com Teslagrad. Alcançar o final deste jogo é um feito digno dos heróis do Olimpo.

Teslagrad obriga-nos a elaborar planos, colocá-los em prática e testá-los até à exaustão. Senão resultarem, tentam-se soluções diferentes. Tentativa após tentativa lá vamos avançando até encontrarmos os bosses que, não obstante, protagonizam confrontos bestiais, algumas vezes frustrantes, mas que ficam a matutar na nossa cabeça até percebermos como os ultrapassar. Tudo isto feito sem barras de energia, escudos ou armaduras que nos ajudem a superar as dificuldades. Ao primeiro toque perdemos e recomeçamos os combates do início. É assim a difícil vida de um Teslamancer!

Fulcrais para superar os puzzles que enfrentamos são as engenhocas que vão desde umas magnet gloves que permitem inverter a polaridade de determinadas plataformas metálicas, a umas blink boots capazes de nos transportar num flash para a frente, passando por um polarity cloak que nos atribui a capacidade de flutuar invertendo o magnetismo, terminando no teslastaff que emite raios de electricidade. Estes acessórios assentam que nem uma luva na jogabilidade inteligente de Teslagrad e condicionam os puzzles pelas suas capacidades. Já para não falar no aspecto incrivelmente fixe com que fica o nosso pequeno herói a partir do momento em que passamos a usar o polarity cloak.

Veredicto

Esta é uma história contada através de cenários fantásticos, personagens interessantes e uma banda sonora marcante sem que uma única palavra seja proferida. É também das experiências mais difíceis que joguei nos últimos tempos, chegando a ser frustrante mas recompensando no aspecto visual e na cativante história do Teslamancer. Provavelmente se Teslagrad tivesse saído nos idos anos 90 seria hoje considerado um clássico dos jogos de plataformas ao nível de séries como Metroid, Mario ou Sonic. E se no que diz respeito ao género de Teslagrad, a oferta está claramente saturada no mundo dos videojogos, este é um daqueles indies que não deves deixar passar e muito menos ficar indiferente. Este primeiro jogo da empresa norueguesa Rain Games é uma experiência consistente e o mundo steam punk deixa-nos saudades após o seu final apesar de Teslagrad ser tão curto.

  • ProdutoraRain Games
  • EditoraRain games
  • Lançamento13 de Dezembro 2013
  • PlataformasPC
  • GéneroPlataformas, Puzzle
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Frustrante pela dificuldade
  • Curtinho

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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