Small Sacrifice

Soul Sacrifice

Numa altura em que jogos como Demon’s Souls e Monster Hunter arrastam legiões de fãs atrás de si, a Sony parece querer dar um ar da sua graça aliciando os jogadores destes a experimentarem uma espécie de mistura entre ambos. O resultado é um jogo que se desenrola num mundo com uma atmosfera especialmente obscura e demente, que combina um conjunto de mecânicas simples de jogo que proporcinam quer divertimento, quer desafio ao desenrolar da história.
No fim, tudo se resume a um simples mote: Salvar ou Sacrificar?

A história de Soul Sacrifice é bastante simples ao início: somos um sacrifício humano à espera de acontecer.
Somos prisioneiros de um feiticeiro e aguardamos a nossa vez de servir de sacrificio ao nosso captor, mas enquanto esperamos, somos levados a conhecer e reviver a história do nosso inimigo e no decorrer da história, obter capacidades que nos permitam evitar o nosso cruel destino.
Para nos guiar na viagem temos Librom, uma espécie de diário “vivo” da história de Magusar o terrível feiticeiro. Assim a primeira coisa que me veio à memória ao ver o livro foi: Necronomicon! Este livro irá tornar-se o nosso companheiro e mentor sempre acompanhado de uma boa dose de humor. Trata-se de uma história bastante imersiva, repleta de personagens interessantes que apresentam histórias próprias que alargam ainda mais a longevidade do jogo com missões secundárias. Apesar de bastante bem imaginado em termos de ambiente e mecânica de narração, houve alturas em que peca pela lentidão das transições entre diálogos. Aqui, o ambiente sonoro pesado ajuda o jogador a envolver-se na história e acaba por compensar. O livro é portanto uma consola central de todo o desenrolar do jogo. Mas não fica por aqui, aos poucos vamos sendo apresentados às muitas funcionalidades que temos disponíveis, desde acesso ao modo história, personalização da personagem, acesso à história de personagens secundárias, etc…

Visualmente trata-se de um título que se apresenta extremamente bem cuidado. No entanto este cuidado pela vertente visual não compromente nunca a mecânica e fluidez do jogo e dos seus personagens. O ambiente sombrio e altamente grotesco são de tal forma marcantes que nos transportam para uma espécie de mundo digno do Inferno de Dante Alighieri.
Não sendo uma temática nova no mundo dos videojogos, este Soul Sacrifice apresenta-se como uma interpretação dos seus criadores sobre a temática da tragédia de uma forma catastrófica e infernal muito apelativa e que enche o olho.

A mecânica de jogo incide especialmente sobre a temática da decisão. O jogador é a cada passo interrogado e levado a tomar uma posição sobre determinado acontecimento e decidir se pretende salvar ou sacrificar. A maioria das vezes estas decisões ocorrem durante o decorrer das nossas batalhas em que ao salvar um inimigo nos confere pontos para encher uma barra azul que representa a nossa saúde e defesa e ao sacrificar ganhamos pontos para encher uma barra vermelha que representa o nosso poder e capacidade de ataque. Ja se a decisão for sobre um Boss, teremos direito a poderes especiais ou a obter uma nova personagem que nos ajudará e abrirá uma história secundária para descobrir. Aqui, todas as escolhas que fazemos ao longo do jogo influenciam directamente o desenrolar da história.
Não sendo um clássico RPG, a acção dos vários capítulos da história centra-se em batalhar monstros numa arena ao bom estilo Hack and Slash condimentado com magia a gosto. Aqui as armas são substituídas por um conjunto de poderes mágicos que temos de préviamente seleccionar e gerir antes dos combates. Conhecer o inimigo e as suas fraquezas e preparar as nossas habilidades e poderes da forma certa são requisitos chave para o sucesso na progressão do jogo que por vezes apresenta uma dificuldade um pouco excessiva e algo frustrante.
Para dificultar as coisas, algumas partes do jogo são aborrecidas e repetitivas especialmente no que diz respeito às arenas existentes. Felizemente, somos convidados a visitar vários ambientes com temáticas distintas que sempre ajudam a esquecer o aborrecimento.

A existência de um modo co-op multiplayer é sem dúvida um ponto bastante positivo. Neste capítulo, apesar de ser uma lufada de ar fresco ter a ajuda e companhia de outros jogadores humanos, pode tornar-se uma experiência frustrante pois a maneira de comunicar com outros jogadores é um conjunto de de frases feitas do jogo que são manifestamente limitadas. Alternativamente, os jogadores podem por exemplo usar a aplicação de comunicação por Voz da PSVita (PSVita Party app).
De qualquer forma, é uma boa forma de conseguir ultrapassar alguns desafios mais exigentes graças à ajuda de jogadores mais experientes e de nível superior ao nosso.
O ambiente de Soul Sacrifice fica completo graças à sua banda sonora que brilhantemente espelha toda a envolvência sombria que faz deste jogo um verdadeiro retrato do que poderia ser um canto do inferno. A narração fica a cargo de uma voz gutural mas estranhamente calma que acompanha o jogador e o guia desde o início até à batalha final contra Magusar. Ao nível das personagens, o cuidado e trabalho investido nas vozes espelha bem o nível de exigência e dedicação que podemos encontrar em quase todos os aspectos deste jogo.

Purgatório

Este Soul Sacrifice parece ser definitivamente uma aposta ganha por parte da Sony em vários aspectos. A Sony coloca assim nas mão dos jogadores um titulo que em nada fica a dever a outros sucessos do género como é o caso de Monster Hunter e Demon’s Souls.Ao mesmo tempo que tentaram fazer um título que tirasse partido das capacidades da PSVita no que diz respeito à interacção com o jogador, conseguiram encontrar algum equilibrio entre o poder e deslumbre gráfico e a fluidez da acção que se desenrola. A história é outro dos pontos fortes num jogo que peca apenas por se tornar repetitivo e às vezes frustrante para jogadores mais ocasionais.

  • ProdutoraSCE Japan Studio
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento1 de Maio 2013
  • PlataformasVita
  • GéneroAcção, Role Playing Game
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Repetitivo
  • Dificuldade por vezes excessiva

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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