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Análise: Sonic: Lost World

Há uns bons anos atrás ninguém iria acreditar que as duas grandes rivais da altura, a Nintendo e a Sega, um dia iriam juntar forças para desenvolver e promover um novo jogo da então conhecida personagem Sonic. 
Sabem quando alguém tenta fazer um bolo que a avózinha lá de casa fazia e que toda a gente gostava? Normalmente tentamos pôr todos os ingredientes originais. Juntamos talvez um cunho pessoal para dar aquele sabor extra e que todos irão concordar que faltava mas, tirando partido do mesmo molde fantástico que era usado, o bolo acaba por sair insonso, pouco inspirado e longe das expectativas de quem o esperava. Porquê? Talvez porque usar o mesmo molde, os mesmos ingredientes e só mudar a cobertura não é o suficiente para uma receita de sucesso!

Dr. Eggman voltou a capturar vários animais para usar nas suas experiências mirabolantes e é numa perseguição a este antagonista que Sonic e Tails acabam por se despenhar num novo mundo conhecido como Lost Hex. Aqui, descobrem um grupo de nativos conhecidos como os Deadly Six, sob o comando do Dr. Eggman. No entanto, quando Sonic destrói a máquina responsável por controlar os nativos, eles acabam por se revoltar e tomar conta do exército de Eggman, obrigando o antagonista e o protagonista a juntar esforços para parar os Deadly Six.

Depois das críticas positivas de Sonic: Unleashed e do seu sucessor Sonic: Generations, o franchise parecia ter descoberto a luz ao fundo do túnel, seguindo assim a passos largos na direcção certa. A Sega parecia ter percebido que a velocidade frenética é o factor que torna esta série de jogos de plataformas um sucesso mas, com esta aposta, Sonic Galaxy… (cough) …Sonic: Lost World, peca pelo seu fraco design nos níveis e mecânicas, denegrindo praticamente toda a envolvente do universo do conhecido ouriço veloz e estampando sobre as mecânicas do seu congénere Mário. Desde o conceito dos pequenos núcleos em 360º graus, mapa de selecção de níveis e dos próprios temas até à meta final do nível em que quanto mais alto saltarmos mais pontos recebemos no fim.
Tudo isto transporta um sabor amargo enquanto jogamos, não porque sentimos que se trata de plágio, porque não é, mas sim porque sentimos que existiu demasiada confiança na junção destas duas fórmulas e juntar o melhor de dois mundos não o torna infalível, torna-o desinteressante!

Visualmente, Sonic: Lost World retém toda a sua imagem de marca utilizando o keyvisual usado desde os anos 80/90, como o famoso Green Hill Zone, que continua a agarrar a réstia nostálgica que ainda reside nos fãs. É visualmente aliciante e os controlos são bastante sólidos mesmo quando as coisas se complicam. As cutscenes estão bem desenvolvidas e são sempre apresentadas entre cada nível. Pelo contrário que podem estar a pensar, não quebram o ritmo do jogo mas sim a apresentação ao estatuto de recompensa de final de capítulo… Apesar do diálogo ser ridículo.
O jogo pode arrastar-se para umas boas 7 a 8 horas, mas não existe muito mais para fazer, mesmo para quem queira apanhar todas as moedas vermelhas o uso que lhes damos é bastante frívolo. Podemos navegar pelo mapa mundo mas pouco existe para encontrar além de uma vida extra e alguns desafios especiais para completar dentro dos níveis (uma espécie de troféus ou achievements).

Existe ainda um modo cooperativo onde à medida que jogamos podemos desbloquear mini helicópteros e aviões a jacto telecomandados que são controlados pelo segundo jogador mas é praticamente pouco jogável, visto que o jogador pouco ou nada pode fazer para ajudar, ficando constantemente para trás e perdendo-se no ecrã.
Outro modo disponível é o modo competitivo, que é basicamente um speed run de alguns níveis para ver quem completa o nível mais depressa e com mais anéis, podendo determinar cada um o melhor caminho possível até à meta, pode ser interessante mas farta depressa.

Sonic: Lost world também existe na sua versão 3DS, mas para falar sobre isso passo o teclado ao Ivo Pereira:

O trabalho de transferir Sonic: Lost World para a 3DS caíu sobre a produtora Dimps que recriou os níveis para a portátil da Nintendo com bastante qualidade. A história é exactamente a mesma, no entanto, o jogo não é tão completo como na sua irmã Wii U. No mapa de escolha de níveis, por exemplo, não há qualquer interacção a não ser para seleccionar os níveis e as cutscenes foram cortadas e comprimidas, o que fez com que perdessem imensa qualidade, que nem o 3D estereoscópio consegue esconder. Retirando isto é o mesmo Sonic: Lost World da Wii U e ainda com ligação directa à mesma para controlar os mini helicópteros anteriormente referidos.
Ivo Pereira, Fundador e redactor

 

VEREDICTO

A meu ver o grande problema nesta aposta da Sonic Team foi a perda de objectividade no conceito dos jogos do Sonic onde a velocidade deve reinar sempre sobre a sua mecânica de jogo, o que não se passa aqui. Temos, constantemente, de quebrar o ritmo para decifrar o que se está a passar e o que fazer. Tentar reutilizar a receita de sucesso dos outros, por mais que sejam colegas, nunca é caminho para o sucesso porque a relva do vizinho é sempre mais verde.

  • ProdutoraSonic Team / Dimps
  • EditoraNintendo
  • Lançamento18 de Outubro 2013
  • PlataformasWii U
  • GéneroPlataformas
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Design e power ups pouco inspirados
  • Pouco uso das capacidades do gamepad
  • A constante perda de ritmo
  • Fraca qualidades nas cutscenes da 3DS

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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