WRC7 (1)

Análise: WRC 7

De regresso à maior competição de rally do mundo, WRC 7 é também uma reafirmação da produtora Kylotonn Racing Games. Este é o seu terceiro título do Campeonato do Mundo de Rally e, com toda a experiência ganha, tem mais uma oportunidade de chegar ao pódio.

Não é uma licença que faz um jogo. Que o diga a Codemasters com a sua série Dirt que, mesmo sem grandes licenças de competições, trouxe-nos um bom jogo de rally e outro mais generalista. Contudo, o World Rally Championship é só um, com todo o espectáculo associado. Tal como em outras competições motorizadas, será sempre mais apetecível conduzir os mesmos veículos nas mesmas provas e nos mesmos ambientes que vemos na realidade. Por isso, a produção de WRC 7 tem todos os ingredientes para criar um bom jogo. Só tem de nos dar uma boa simulação, com um bom visual e algumas boas ideias pelo meio.

E simulação é mesmo a aposta deste ano. Não creio que a Kylotonn estivesse a apontar para um simulador ultra-realista, mas certamente que quer fugir do estilo “arcade” com que estes jogos licenciados sempre foram conotados. Temos dois lados da barricada, na realidade. Existirão sempre os amantes da simulação realista, com uma forte aposta na imersão e os casuais fãs de WRC que apenas querem conduzir os veículos pelas mesmas estradas e caminhos. Assim sendo, o compromisso é sempre complicado de obter. Neste caso, porém, a condução de um carro de rally é muito peculiar, veloz mas contida, confinada mas aberta, controlada mas volátil. Torna-se mecânica e muito estratégica. O que até facilita na criação de um jogo equilibrado.

No ano passado, vi uma evolução notória na condução. Estava interessante, mas precisava de mais aprimoramentos. Este ano, a fasquia tem de se elevar, como é lógico. Logo à partida, o jogo faz questão de nos colocar ao volante de um automóvel para testar a nossa perícia. E, logo aí, é possível ver algumas diferenças. Notei que as estradas estão bem menos simétricas, aparecendo inúmeros desníveis que oferecem mais alguns momentos de adrenalina a lidar com as curvas. Também os veículos parecem bem menos comedidos colocar a potência na estrada e a derrapar. Há diferenças subtis mas interessantes na condução. Não é, ainda assim, tão exigente como um simulador, mas melhorou, claramente.

Em termos de oferta, devem já ter adivinhado que temos todas as equipas e veículos oficiais do WRC deste ano, além de uma selecção de equipas do WRC 2 e WRC Junior. Temos 13 localizações, incluindo o “nosso” Rally de Portugal, somando 52 estágios especiais e outros 13 “épicos” de endurance. Obviamente, que todos os pisos e obstáculos estarão reproduzidos em cada pista, juntamente com o ambiente geral de cada país e cada estágio. No que toca a este seu conteúdo, nada há para assinalar. É o que se espera de um jogo oficial de uma competição popular.

Em relação aos modos de jogo, além das provas individuais, esperem o mesmo modo de carreira, iniciando no campeonato WRC Junior, com veículos mais modestos, evoluindo para o WRC 2 até chegar ao World Rally Championship propriamente dito. Familiar, será a gestão de cada fim-de-semana de prova, com acesso limitado em tempo à mecânica para reparar ou alterar parâmetros do veículo. Regressam também os desafios online de tempo limitado e o modo preferido para aqueles serões com amigos: correr localmente em ecrã dividido. É mais do mesmo, neste caso, positivo para os amantes desta competição.

Tecnicamente é onde este jogo parece querer brilhar. Já no ano passado fiquei bem impressionado com a qualidade visual geral, embora com algumas reservas em alguns pormenores, como na meteorologia, por exemplo. Este ano, não só o nevoeiro dá tréguas, como todo o grafismo está aprimorado, com destaque nos ambientes e zonas circundantes. A iluminação também tem um papel importante, seja na luz do Sol a causar excelentes efeitos, seja com os faróis dos carros a darem espectáculo numa corrida nocturna. Não é propriamente um grafismo foto-realista, mas é muito competente. As físicas gerais também foram revistas para todos os veículos, conferindo excelentes momentos de puro espectáculo, onde os próprios danos de impactos adicionam variáveis interessantes.

Infelizmente, algumas questões técnicas transitaram do ano passado. O co-piloto continua a soar a uma gravação de baixa qualidade, nem sempre perceptível e com algumas instruções tardias. Também não parece revisto o som geral no habitáculo, continuando o som do motor e outros ruídos (gravilha, por exemplo) algo desnivelados. Também não consigo entender porque temos ecrãs de carregamento tão longos e porque as consolas PS4 e XB1 estão limitadas a 30 FPS. E, já agora, o tal fraco suporte para volantes que observei no ano passado continua a deixar muitos modelos de fora. Não será problemático para todos, mas é sempre algo negativo a assinalar.

Veredicto

É indiscutível que a Kylotonn está a levar esta licença bem a sério. A evolução é palpável em WRC 7. Desde há dois títulos que vi esta evolução visual e técnica a acontecer, criando agora um jogo cada vez mais próximo do que é esperado. Está um pouco longe do realismo de outros títulos, mas está bem mais empenhado em criar uma experiência realista. Algumas coisas ainda precisam de um pouco mais de empenho, como disse. Contudo, esta será a única experiência WRC oficial. Como tal, tanto a oferta de jogo, como a produção do mesmo fazem um excelente trabalho para nos trazer o que é o Campeonato do Mundo de Rallies. Apenas tentem dar ao co-piloto um intercomunicador melhor…

  • ProdutoraKylotonn Racing Games
  • EditoraBigben Interactive
  • Lançamento15 de Setembro 2017
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Co-piloto continua falível
  • Ecrãs de carregamento longos
  • Limite de 30FPS nas consolas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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