Mais infoProdutora: SCE London StudioEditora: Sony Computer EntertainmentLançamento: 16/11/2012Plataformas: Género:

Já sabemos que a Sony está muito orgulhosa do seu periférico de captura de movimentos. Já sabemos que a Realidade Aumentada é um lugar comum tanto nas suas consolas. Com isso em mente, Wonderbook: Book of Spells é a mais recente aposta da Sony para pegar nessas duas lógicas e tornar o jogador parte integrante da estória. Mas é preciso que o jogador não tenha mais de 10 anos… não se aborreça facilmente… e goste de esbracejar bastante… 

Confesso que queria muito jogar no Wonderbook. Não como jogo em si, mas pela tecnologia de realidade aumentada recorrendo à câmara Playstation Eye, ao comando PS Move e, claro, ao livro em si, uma simples mas eficaz colecção de páginas com desenhos e alvos que o software tem de identificar para colocar os objectos na imagem.

O jogo de lançamento (um de uma série que a Sony espera lançar durante o próximo ano), chama-se “Book of Spells” ou, traduzido “Livro dos Feitiços”, já que possui a total localização em Português. Quem já viu os filmes ou leu os livros do Harry Potter, vai sentir-se em casa com esta estória, já que todo o enredo gira à volta do jogador, literalmente, já que entramos na estória pela câmara, se tornar um mágico da escola de Hogwarts. Pela mão da famosa  J.K. Rowling, porém, quem não é fã, como eu confesso que não sou, vai ter muito poucas ajudas para perceber alguns pormenores e passar alguns momentos do jogo. Não vou aprofundar muito a bem dos que não gostam de spoilers. Mas honestamente chega a ser aborrecido falarem-me de eventos que não conheço que se passaram nos outros livros e filmes. Afinal, na capa não diz “Harry Potter”, mas se calhar devia…

Em termos de interacção, o ajuste da Playstation Eye de ser feito com o chão do local onde está a consola e o livro pousado no mesmo. Depois da calibração do PS Move, chega a altura de arrancar com a estória e logo à partida a premissa de nos integrar no enredo é cumprida. Em todos os momentos do jogo, tenho o PS Move na mão, o livro aberto a debitar bonitos gráficos e efeitos visuais e, claro, a mais bonita personagem de todos os tempos… eu próprio. Ao longo do jogo sou convidado a “treinar” feitiços usando o comando Move, agora convertido em varinha mágica (não confundir com aquela que dá para fazer sopas) e usando o livro para “ler” estórias que vão desde a simples prosas a autênticos cenários tridimensionais que podemos mover, aproximar, rodar e até interagir ora com a varinha ora com a própria mão.

O jogo divide-se em cinco capítulos contados por uma tal de Miranda Goshawk, uma personagem da série. Cada um dos capítulos é composto por duas partes onde a longevidade depende de cada um. Eu não me dei muito mal e até acabei a estória (diga-se que o final é algo desapontante). Pelo meio achei divertido lançar feitiços e algumas interacções com personagens interessantes. O objectivo é conhecer melhor este livro que temos, cheio de magia e contos para entreter.

Honestamente só achei que a experiência vale bem mais a pena para quem é fã dos livros da J.K. Rowling e também não gostei de algumas falhas técnicas que o conceito apresenta. Por exemplo, se a meio de uma estória taparem acidentalmente o livro ou o fecharem o jogo perde sincronismo e em pelo menos dois casos tive de reiniciar toda a estória que estava a ser contada. Enfim. Por outro lado o grafismo não é do outro mundo, é cumpridor mas algo “cartoonesco”, embora os efeitos visuais sejam de encher o olho.

Veredicto

Nisto tudo olhei em volta e vi que estava sozinho. E aqui acho que o jogo falha imenso. Uma só pessoa joga quando há espaço para mais pessoas poderem interagir. Imaginem a pequenada lá em casa a jogar isto. Não era giro terem pelo menos dois moves e lançarem-se neste jogo? Claro que sim, mas a Sony não pensou nisso. Embora seja uma experiência cativante e todo o potencial do Move seja usado, além da fantástica interacção do livro em si, mesmo com as falhas que já mencionei, Wonderbook fica um pouco aquém do que pode vir a ser. E não só porque só permite um jogador. Talvez porque na minha idade procure experiências de jogo menos infantis. E porque não sou grande fã do Harry Potter. Mas como disse no início, os que se inserem no público alvo vão adorar isto…

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.