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Análise: Wonderbook – Book of Spells

Já sabemos que a Sony está muito orgulhosa do seu periférico de captura de movimentos. Já sabemos que a Realidade Aumentada é um lugar comum tanto nas suas consolas. Com isso em mente, Wonderbook: Book of Spells é a mais recente aposta da Sony para pegar nessas duas lógicas e tornar o jogador parte integrante da estória. Mas é preciso que o jogador não tenha mais de 10 anos… não se aborreça facilmente… e goste de esbracejar bastante… 

Confesso que queria muito jogar no Wonderbook. Não como jogo em si, mas pela tecnologia de realidade aumentada recorrendo à câmara Playstation Eye, ao comando PS Move e, claro, ao livro em si, uma simples mas eficaz colecção de páginas com desenhos e alvos que o software tem de identificar para colocar os objectos na imagem.

O jogo de lançamento (um de uma série que a Sony espera lançar durante o próximo ano), chama-se “Book of Spells” ou, traduzido “Livro dos Feitiços”, já que possui a total localização em Português. Quem já viu os filmes ou leu os livros do Harry Potter, vai sentir-se em casa com esta estória, já que todo o enredo gira à volta do jogador, literalmente, já que entramos na estória pela câmara, se tornar um mágico da escola de Hogwarts. Pela mão da famosa  J.K. Rowling, porém, quem não é fã, como eu confesso que não sou, vai ter muito poucas ajudas para perceber alguns pormenores e passar alguns momentos do jogo. Não vou aprofundar muito a bem dos que não gostam de spoilers. Mas honestamente chega a ser aborrecido falarem-me de eventos que não conheço que se passaram nos outros livros e filmes. Afinal, na capa não diz “Harry Potter”, mas se calhar devia…

Em termos de interacção, o ajuste da Playstation Eye de ser feito com o chão do local onde está a consola e o livro pousado no mesmo. Depois da calibração do PS Move, chega a altura de arrancar com a estória e logo à partida a premissa de nos integrar no enredo é cumprida. Em todos os momentos do jogo, tenho o PS Move na mão, o livro aberto a debitar bonitos gráficos e efeitos visuais e, claro, a mais bonita personagem de todos os tempos… eu próprio. Ao longo do jogo sou convidado a “treinar” feitiços usando o comando Move, agora convertido em varinha mágica (não confundir com aquela que dá para fazer sopas) e usando o livro para “ler” estórias que vão desde a simples prosas a autênticos cenários tridimensionais que podemos mover, aproximar, rodar e até interagir ora com a varinha ora com a própria mão.

O jogo divide-se em cinco capítulos contados por uma tal de Miranda Goshawk, uma personagem da série. Cada um dos capítulos é composto por duas partes onde a longevidade depende de cada um. Eu não me dei muito mal e até acabei a estória (diga-se que o final é algo desapontante). Pelo meio achei divertido lançar feitiços e algumas interacções com personagens interessantes. O objectivo é conhecer melhor este livro que temos, cheio de magia e contos para entreter.

Honestamente só achei que a experiência vale bem mais a pena para quem é fã dos livros da J.K. Rowling e também não gostei de algumas falhas técnicas que o conceito apresenta. Por exemplo, se a meio de uma estória taparem acidentalmente o livro ou o fecharem o jogo perde sincronismo e em pelo menos dois casos tive de reiniciar toda a estória que estava a ser contada. Enfim. Por outro lado o grafismo não é do outro mundo, é cumpridor mas algo “cartoonesco”, embora os efeitos visuais sejam de encher o olho.

Veredicto

Nisto tudo olhei em volta e vi que estava sozinho. E aqui acho que o jogo falha imenso. Uma só pessoa joga quando há espaço para mais pessoas poderem interagir. Imaginem a pequenada lá em casa a jogar isto. Não era giro terem pelo menos dois moves e lançarem-se neste jogo? Claro que sim, mas a Sony não pensou nisso. Embora seja uma experiência cativante e todo o potencial do Move seja usado, além da fantástica interacção do livro em si, mesmo com as falhas que já mencionei, Wonderbook fica um pouco aquém do que pode vir a ser. E não só porque só permite um jogador. Talvez porque na minha idade procure experiências de jogo menos infantis. E porque não sou grande fã do Harry Potter. Mas como disse no início, os que se inserem no público alvo vão adorar isto…

  • ProdutoraSCE London Studio
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento16 de Novembro 2012
  • PlataformasPS3
  • GéneroAventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Demasiado preso à serie Harry Potter
  • Algumas falhas técnicas
  • Um pouco infantil demais, mesmo para fãs

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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