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Análise – Warhammer: Chaosbane

Depois de experimentar os mais variados géneros, Warhammer: Chaosbane chega com o objectivo de vingar o universo de Warhammer com num RPG de acção, numa perspectiva isométrica e com claras inspirações num outro jogo, chamado de “rei” deste género.

Existem marcas e licenças que duram há décadas e contam com milhões de fãs. Muitas vezes, fazer um jogo para esse tipo de licenças, tanto pode ser uma honra como um fardo. Warhammer é uma dessas marcas que incutem algum temor pelo que se faz com ela. Contudo, independentemente do “perigo”, a produtora de How to Survive, a Eko Software, aventurou-se ao criar um título que pisca o olho ao popular RPG da Blizzard, usando o fantástico e intrincado lore do universo criado pela Game Workshop como pano de fundo.

A trama de Chaosbane começa com Asvar Kul a garantir a vitória à população do norte. Mas, quando tudo parecia ter acabado em paz, surge uma nova ameaça liderada por Harbiger que deixa o herói seriamente ferido. Em consequência, o Império fica sem o seu líder. Os candidatos para o seu lugar são Konrad Vollen, o característico guerreiro; Elontir, o feiticeiro; Bragi como o típico anão e, por fim, mas não menos importante Elessa, uma Wood Elf com grande perícia com arco e flecha. Cada um destes heróis é movido pelas suas motivações que são explicadas na sua introdução. Após isso, a história segue o mesmo caminho para os quatro.

Cada uma destas classes que mencionei, trazem, naturalmente, pontos fortes, pontos fracos e características que nos guiam para estratégias mais específicas. Estas classes podem fazer mais sentido para os fãs deste género e deste universo, quem chega a um RPG deste calibre sabe qual das classes irá escolher. Mas, mesmo que não as conheçam, não há qualquer problema. Da parte da produção não houve nenhum risco em inovar em algum campo, mantendo tudo um tanto familiar para quem gosta de RPGs deste calibre. O que é algo normal neste género com tantos jogos a aperfeiçoar o que Diablo iniciou.

Da esquerda para a direita: Bragi, Konrad, Elessa e Elontir.

Depois de escolhida a classe está na altura de começarem a desbravar caminho por entre as hordas de inimigos. Ao derrotá-los irão obter vários recursos e equipamentos para vos manter preparados para o inimigo seguinte. E assim sucessivamente. Com o decorrer da aventura irão desbloquear uma série de habilidades adicionais, numa espécie de árvore de evolução com melhorias passivas ou novos ataques divididos entre golpes mais básicos ou mais avançados.

A inspiração em Diablo, como devem calcular, é notável desde o primeiro instante. Começamos o jogo num acampamento onde podemos consultar as quests disponíveis, como também podemos aqui comprar e vender itens ou equipamento. Uma vez concretizada uma determinada quest, voltarão a este ponto inicial para abordar outra missão e assim sucessivamente até ao final do jogo. Um ritmo típico de Diablo.

Como qualquer outro RPG, o grande foco está no sistema de combate. E aí, confesso, não fiquei decepcionado. O combate é imediato, frenético e gratificante. Se já estão habituados a jogos hack ‘n’ slash, sabem que os inimigos virão atrás de vocês de forma cerrada, com muitos feitiços a encher o ecrã e o som de imenso loot a cair no chão. Os inimigos, no entanto, mesmo com uma boa variedade deste universo, precisavam de um pouco mais diversidade nos seus ataques, porque rapidamente podemos aprender o seus padrões, muitos deles básicos em cada um dos seus tipos.

Os feiticeiros, por exemplo, logo após a invocar criaturas para nos atacar fogem para segurança, os guerreiros atacam-nos como kamikazes e tem uma resistência invejável e os arqueiros são posicionados sempre longe para manter a sua distância de segurança. O problema está quando notamos este padrão e, como qualquer outra rotina, encontramos formas mais rápidas para tratar desta “tarefa”. Querendo com isto dizer que encontramos  sempre estratégias no ritmo para os derrotar mais rapidamente, por serem sempre as mesmas. E, com isto, o combate começa a tornar-se monótono.

O loot é outro dos pilares da jogabilidade neste género. E todos os inimigos deixam para trás objectos sempre melhores do os que temos equipados, o que é um ponto positivo. No entanto, os objectos raros só surgem depois de terminar a campanha pela primeira vez. Penso que seria interessante incluir alguns itens mais interessantes logo de início, pelo menos para despertar a curiosidade. Para além disso, o loot é específico por cada uma das classes, o que significa que o guerreiro só encontrará equipamento útil para si e para o seu nível de experiência, não havendo partilha entre personagens.

Demorei cerca de 15 horas até ver o ecrã de créditos no modo de história a solo, o que está bastante próximo em termos de durabilidade com o tal RPG que serviu de inspiração. Mas, dado que os objectos raros só surgem no final destas horas de jogo e seu o loot específico, a ideia da produção será repetir a campanha várias vezes, se quiser ter o melhor equipamento para cada personagem. O que não é uma grande ideia, quanto a mim.

Graficamente, este título portou-se muito bem. Conforme podem ver nas imagens, possui um estilo muito próprio, com traços góticos e medievais, em tons sombrios e com as típicas criaturas deste universo. O início do jogo começa num pântano denso sem grande margem para ver a sua qualidade visual. Mas, com o decorrer da aventura, acabarão por visitar florestas congeladas e templos antigos, entre outros locais que ajudam a variar o cenário e o ambiente. Gostei particularmente dos efeitos dos feitiços que lá mais para a frente tornam-se cada vez mais espectaculares. Em contrapartida, temos as animações dos inimigos muito limitadas, que até pode justificar os seus padrões de ataques repetitivos.

Veredicto

Apesar de Warhammer: Chaosbane apostar num género inédito neste universo (excluindo Warhammer 40K, claro), nota-se que a produtora preferiu optar por caminhos mais seguros ao invés de inovar em algum pormenor do que é “convencional”. O resultado é um jogo divertido e com uma boa estrutura e que um óbvio serviço aos fãs pelo meio. Contudo, o sistema de loot e a limitação dos ataques inimigos, algo relacionado com as animações tão básicas, acabam por penalizar a jogabilidade deste RPG. Ainda assim, acredito que os fãs do universo da Game Workshop vão apreciar um jogo que tanto faz pelo seu lore.

  • ProdutoraEko Software
  • EditoraBigben Interactive
  • Lançamento4 de Junho 2019
  • PlataformasPC, PS4
  • GéneroAcção, Hack and slash, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Torna-se repetitivo com o tempo
  • Os ataques inimigos são limitados
  • O loot raro podia cair mais cedo

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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