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Análise: The Vanishing of Ethan Carter

No dia 26 de Setembro os jogadores de PC viram chegar The Vanishing of Ethan Carter, a cargo do estúdio independente The Astronauts. A sua recepção pela crítica especializada, como por quem o jogou em casa foi bastante positiva e, mais do que para a própria aventura, os destaques cairam sobre o impressionante grafismo oferecido pelo jogo. No dia 15 de Julho chegou a vez da PlayStation 4 receber a sua versão que conta já com o port efectuado para o motor gráfico Unreal Engine 4. 

A acção do jogo decorre em 1973. Paul Prospero, investigador de paranormal, recebe uma carta de um fã que o inspira a fazer uma viagem a Red Creek Valley em Wisconsin. O fã é um miúdo de 12 anos que se chama Ethan Carter. Se prestaram atenção ao título do jogo, já devem calcular o que vai acontecer. Ao chegar, Paul dá de caras com uma cidade abandonada. Há cerca de uma década a mina, fonte de trabalho local, ruiu levando consigo a economia da região. Mas Paul Prospero descobre algo ainda mais desconcertante. A casa onde a família Carter habitava, está completamente queimada e não há traços de quaisquer sobreviventes. Afinal, o que é que levou ao desaparecimento de Ethan Carter?

Apesar de ser um jogo na primeira pessoa, The Vanishing of Ethan Carter não é um FPS. É, sim, um jogo de aventura e suspense, até com uns toques de terror lá para a frente, quando o mistério se adensa. A acção é aqui substituída pela exploração de Red Creek Valley e pela eventual resolução dos vários puzzles com os quais nos vamos deparando e que nos levarão a uma melhor percepção do que realmente se passou nesta zona, sobretudo com Ethan Carter e os restantes membros da sua família.

O mistério começa logo com a chegada de Paul onde damos de caras com o primeiro crime por resolver. Nestes casos é necessário explorar a área em redor em busca de pistas. O nosso investigador traz consigo uma capacidade sensorial extremamente elevada, mostrando-se capaz de destacar, no cenário, objectos que sejam pertinentes para a resolução do crime em questão. Quando todas as pistas estiverem reunidas, aproximamos-nos do corpo da vítima e vamos dar por nós a reconstituir os eventos que levaram à sua morte. Mas, além de crimes, há também outros puzzles que teremos de resolver, alguns até mais… transcendentes do que estamos habituados a encontrar num jogo do género.

Vamos ordenar as divisões de uma casa em busca de uma área secreta, vamos até perseguir um Astronauta no mato, ou falar com uma bruxa no meio de uma floresta. O que é que tudo isto tem a ver com o desaparecimento de Ethan Carter? Não vos vou contar nada, terão de descobrir por vocês mesmos e acreditem que vale a pena.

Não temos directrizes, ou seja o jogo oferece-nos uma total liberdade de movimentos. O facto é que o jogo não nos diz que cada puzzle ou crime está restrito a uma área. E desde já vos aviso que não vale a pena percorrer o mapa todo em busca de pistas para um mistério por resolver lá atrás. Não. Explorem a área em redor onde cada mistério está situado e só aí o resolvem. Se aliarmos a ausência de um mapa para nos guiarmos, não saber isto, fez-me deambular pelos cenários do jogo durante horas em vão, apanhado pistas de mistérios separados, o que levou a alguma frustração. Até me aperceber que cada puzzle (seja na forma de crime ou noutro formato) está restrito à área onde se encontra, andar de trás para a frente em cenários enormes e sem qualquer objectivo aparente acabou por comprometer durante algum tempo a fluidez da minha aventura. Fica assim o aviso, vão por partes. Explorem bem cada zona, resolvam cada mistério de cada vez antes de avançarem, até porque é assim que a história se desenrola devidamente.

À medida que progredimos, acompanha-nos a narração de Paul Prospero e em certos momentos temos até acesso a algumas passagens da autoria de Ethan Carter que só aguçam ainda mais o mistério. Com narrações muito bem conseguidas que nos colocam bem no meio de uma investigação, o que dizer do grafismo que acompanha este título?

Os cenários de Red Creek Valley são tão imensos como deslumbrantes e é impossível não ficarmos com vontade de os explorar na totalidade. Já o acontecia no PC e na PS4 continua a ser uma realidade, na medida em que a acção do jogo decorre sem quaisquer quebras que comprometam a experiência. Estruturas como uma igreja abandonada no meio do mato, acompanhada pelo ainda mais desconfortável cemitério, ou até mesmo as casas abandonadas deixam o jogador com uma enorme sensação de desconforto, onde parece que tudo pode acontecer a qualquer momento. Pior é quando não acontece e o desconforto aumenta ainda mais. Especialmente porque sabemos que a dada altura, algo irá mesmo acontecer. Mas quando? Tudo depende da vossa perspicácia!

Veredicto

The Vanishing of Ethan Carter é um título que qualquer fã do género não pode deixar escapar. Ethan Carter desapareceu e nós temos de encontrá-lo. Se conseguirem contornar alguns aspectos menos positivos que nos fazem deambular em vão até nos apercebermos de como realmente se deve jogar The Vanishing of Ethan Carter, preparem-se para uma aventura repleta de suspense em cenários de cortar a respiração que contrastam de forma exemplar com os crimes e mistérios que neles ocorrem. Sorte a nossa que quem nos acompanha é o grande Paul Prospero, o investigador de paranormal de serviço. Façam as malas, encontramos-nos em Red Creek Valley!

  • ProdutoraThe Astronauts
  • EditoraThe Astronauts
  • Lançamento26 de Setembro 2014
  • PlataformasPC, PS4
  • GéneroAventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Ausência aparente de objectivos compromete a fluidez da acção
  • Falta de um mapa com o qual nos possamos guiar pelos cenários de Red Creek Valley

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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