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Análise: Ultra Street Fighter II: The Final Challengers

A lendária série de combate regressa com mais uma visita ao título que inspirou todos os jogos de luta desde o final da década de 90. Ultra Street Fighter II: The Final Challengers chega agora em exclusivo à Nintendo Switch e com algumas novidades inéditas.

Quando a Capcom lançou Street Fighter II, nunca esperou que este se iria tornar numa inspiração para os futuros jogos de luta. As personagens carismáticas, em conjunto com diversos estilos de artes marciais e movimentos especiais, tornaram-no num título de referência dentro do género, com direito a várias sequelas. Apesar de já termos o moderno Street Fighter V, a Capcom continua a revisitar o seu segundo título original. Por vezes, faz essa revisita para fazer alguns ajustes de equilíbrio entre as personagens ou para melhorar o que já era óptimo. Como é o caso desta nova versão.

Como já devem ter percebido, este Ultra Street Fighter II: The Final Challengers não é propriamente um novo jogo. Nem sequer se trata de uma adaptação de Super Street Fighter II Turbo HD Remix, que foi lançado na PS3 e Xbox 360. Usa alguns elementos do grafismo desses jogos, aí não há dúvida, mas de resto há muitas novidades. Todo o áudio foi criado de raiz para ter uma sonoridade mais realista. As próprias músicas também sofreram algumas alterações e adquiriram alguns elementos de Jazz. Por fim, todo o netcode, o algoritmo que permite interligar os jogadores através da Internet, sofreu uma alteração radical.

O resultado é um Street Fighter II com vários elementos familiares e que foram adicionados à série ao longo dos anos. Tudo foi reunido para criar a edição definitiva. Com um jogo com mais de 20 anos, não nos resta muito para dizer. Já tudo foi dito da sua acção viciante, dos seus combates equilibrados e do seu enredo interessante. Contudo, podemos analisar como este título se comporta na sua nova vida, agora na portátil mais recente da Nintendo, ao mesmo tempo que falamos das novidades que foram adicionadas ao jogo. Até porque, alguns elementos novos são realmente interessantes, outros… nem por isso.

Começando pelas novidades desta versão, temos duas personagens novas e dois modos de jogo novos. O maléfico Evil Ryu e o não menos brutal, Violent Ken são os dois novos lutadores. Ambos são os mesmos protagonistas que já conhecem, apenas  versões alternativas em jeito de alter-ego. Além da imagem mais sombria que podem ver acima, têm também com alguns movimentos mais evasivos e são um pouco mais rápidos.

Existem também dois novos modos de jogo, o Buddy Battle e o Way of the Hado. O primeiro, basicamente, permite lutas de dois jogadores contra outro controlado pela inteligência artificial do jogo. Neste tipo de combate, podem unir esforços com algum amigo e combater contra o CPU. Contudo, a vossa barra de vida será partilhada e basta perderem uma única vez para recomeçar tudo de novo. Não deixa de ser interessante e convida a algumas estratégia para os dois jogadores. O segundo modo não é assim tão interessante…

O modo Way of the Hado, indo directo ao assunto, é o pior modo que a Capcom podia alguma vez ter colocado na sua série. A ideia principal seria dar uso aos comandos de movimento da Switch para recriar os íconicos movimentos de Ryu. No papel, parece uma ideia interessante e inovadora para a série. Quem nunca desejou fazer um hadouken na primeira pessoa? Infelizmente, porém, a implementação não foi a melhor e este modo rapidamente foi posto de lado nas horas a que me dediquei a jogar.

Contudo, quem se atrever a jogar este modo irá encontrar uma jogabilidade totalmente em 3D onde são colocados no papel de Ryu. Através dos seus olhos poderão recriar os seus movimentos imitando-os com um comando em cada mão. À nossa frente surgem os discípulos de Bison,  um a um vão-se aproximando para levarem com um Hadouken. E é só isto. A nossa personagem não se move, apenas pode fazer três movimentos e terá de esperar que os adversários venham até si. Não faz sentido e não me parece uma boa adição para um jogo que sempre foi sinónimo de interacção baseada em perícia.

No que toca ao restante da oferta, há outros modos que incluem os vulgares Arcade, Online, Versus e Training, que são auto-explicativos. Como bónus existe também uma galeria repleta de arte conceptual e música da série Street Fighter que fará as delícias dos fãs da série. Contem também com um editor de cores para cada uma das personagens e a possibilidade de comutar entre o grafismo original (leia-se “pixelizado”) pelo os novos em alta definição. Uma vez mais, os nostálgicos estarão “em casa”.

Em termos de jogabilidade, esperem o regresso de um clássico. Rápido, divertido e desafiante. Mesmo que não saibam o que estão a fazer vão chegar longe no modo Arcade. Para aqueles que já estão familiarizados com a série, deixem-me que vos diga que apenas o Pro Controller consegue dar a sensação autêntica ao jogar por ter um DPad associado. Os Joy-Con até fazem um bom trabalho, caso usem ambos ou individualmente ao jogar com um amigo. No entanto, a ausência de um bom DPad, obriga-me a optar pelo stick analógico que não é o ideal para este género.

Veredicto

Apesar de Evil Ryu e Violent Ken serem apenas uns clones melhorados das suas versões originais e o Way of the Hado ser um modo, para todos os efeitos inútil, este título é uma grande versão do Street Fighter II. Arrisco dizer que é, actualmente, a melhor experiência de um jogo clássico numa plataforma recente. Contudo, não esperem nada revolucionário ou inovador. É, virtualmente, o mesmo jogo que já conhecem. E não há nada de errado nisso.

  • ProdutoraCapcom
  • EditoraCapcom
  • Lançamento26 de Maio 2017
  • PlataformasSwitch
  • GéneroLuta
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Way of the Hado
  • Evil Ryu e Violent Ken são clones mais rápidos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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