TTIsleofMan (2)

Análise – TT Isle of Man: Ride on the Edge

A não ser que sejam autênticos fanáticos do motociclismo, é bem provável que nunca tenham ouvido falar deste TT Isle of Man: Ride on the Edge. Contudo, é bem provável que já tenham visto algum vídeo da prova que serve de palco para este jogo.

Motociclos de grande cilindrada a alta velocidade, em estradas públicas a variar de longas rectas a curvas sinuosas, alguns acidentes aparatosos, muitos deles mortais… não me digam que nunca ouviram falar das corridas de motas na Ilha de Man no Mar da Irlanda, Reino Unido. Tida como a corrida de motociclismo mais exigente do mundo, o circuito da montanha de Snaefell com mais de 60 km de extensão é uma mistura de perigo, velocidade e muita adrenalina. Pela mão da Kylotonn Racing Games e da Bigben Interactive, temos aqui a representação em videojogo desta prova que já tem mais de 110 anos. Como devem calcular, tal como a competição em que se inspira, a exigência para este jogo é elevada. Ou conseguimos acelerar e curvar no limite (como o título indica) ou vamos bater no rail e escorregar pelo alcatrão…

Embora seja um amante dos desportos motorizados, a minha experiência em títulos dedicadas a corridas de motorizadas passa apenas pelos jogos em circuito, como MotoGP e os mais diversos jogos e simuladores do género que já nos passaram pelas mãos. Assim, tal como muitos de vocês, cheguei algo fresco a este título, sem grande margem para compará-lo. Sabia conduzir uma mota, aproveitando o centro de gravidade em curva, com noções básicas de abordagem e ápice das curvas. Meti-me na mota e nem quis saber do resto… erro!

Este é um jogo claramente orientado para a velocidade. E aí, até “falam a minha língua”. Durante uns 25 minutos ou menos, fazemos os 60 km, em seis voltas de rectas e imensas curvas (264 para ser mais exacto), desde a cidade de Douglas até ao topo de Hailwood’s Height. Somos testados até ao limite em resistência e reflexos. Só que não basta vontade ou a busca por adrenalina. Há um motivo pelo qual nem todos os novatos não se safam no circuito real. Este jogo também tenta recriar a dificuldade de conduzir uma mota a tão grande velocidade e exigindo tanta técnica.

Segundo a produção, a condução neste jogo foi “aprovada” pelos pilotos reais da prova TT Isle of Man. O que significa que a simulação da condução, apesar de parecer simplista, é bastante exigente. No modo de carreira até dá para começar com uma moto um pouco menos potente, o que serve também de incentivo a melhorar (leia-se “obter o kit de unhas”). Mesmo assim, só depois de algum tempo a dominar o volante é que ganhamos os reflexos necessários para não cometer muitos erros. Sugiro que pratiquem conduzindo um sector de cada vez antes de fazerem o mesmo erro que eu e partirem para a prova completa, passando 25 minutos a cair e a derrapar.

Infelizmente, não foi só a minha falta de perícia na condução que me afectou a experiência. Aí, até gostei de melhorar as minhas prestações por ganhar experiência ao conhecer melhor o circuito… quando me deixaram. Constantemente vi os adversários da inteligência artificial a cortar-me trajectórias, a empurrar-me para fora do ápice da curva e mesmo a “queimar” nas ultrapassagens. Não creio que fosse condução agressiva, notem. Parecia mais que me estavam a ignorar, abalroando-me muitas vezes, sobretudo em travagens para entrar nas curvas. Esta é, sobretudo, uma corrida contra-relógio e não faz muito sentido que os pilotos se atropelem em prova.

 

Alternativamente, até podia apostar nas provas multi-jogador em vez de confiar na IA do jogo. Certo? Bom, infelizmente não. De todas as vezes que tentei juntar-me a uma sessão online, nunca consegui que o matchmaking me juntasse a outros jogadores. Considerando que testei este jogo um pouco antes de chegar às lojas, já esperava pouca adesão. No entanto, mesmo depois do lançamento, as minhas tentativas não tiveram melhores resultados. Esperava encontrar mais sessões disponíveis para, pelo menos, experimentar este modo mas não consegui. O jogo também tem um modo até 8 jogadores em multi-jogador local, mas notem que é jogado à vez e não em ecrã dividido.

Em termos de representação do circuito Snaefell, a Kilotonn fez um excelente trabalho a recriar as estradas e povoações, sem esquecer o pano de fundo da beleza natural da ilha. Não é que possamos parar para apreciar as vistas, notem. Tudo passa por nós a alta velocidade, mas este visual confere a dose necessária de envolvência. Contudo, acabou aí a recriação com detalhe e a devida envolvência, uma vez que o resto do conteúdo não é tão brilhante. Conta com diversas pistas fictícias, mas todas elas francamente genéricas e pouco inspiradas, como se a produção tivesse gasto todo o orçamento a recriar Snaefell. Especialmente no modo de carreira, nota-se que as pistas são demasiado repetitivas e muito parecidas entre si.

Veredicto

Os amantes do motociclismo, os tais que nem preciso explicar o que é TT Isle of Man: Ride on the Edge, já sabem o que esperar. Como reprodução desta lendária prova centenária, esta é uma representação muito próxima da realidade, com a pista, motociclos e pilotos fiéis à realidade. Não é muito tolerante a novatos, o que só obriga a melhorar as prestações mas a inteligência artificial parece ser ainda menos tolerante. Também não tem muita oferta no seu conteúdo e o online é escasso. São motivos mais que suficientes para afastar uma boa parte dos jogadores. Contudo, quem ama as duas rodas a alta velocidade, já está a colocar o capacete. Sempre é mais seguro que a prova real!

  • ProdutoraKylotonn Racing Games
  • EditoraBigben Interactive
  • Lançamento9 de Março 2018
  • Plataformas
  • GéneroCondução, Desporto
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Pouco e repetitivo conteúdo
  • IA é muito imprevisível
  • Online é escasso

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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