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Análise – The Walking Dead: Final Season (Ep.4: Take Us Back)

Nesta indústria, existem muitas personagens memoráveis. Contudo, poucas são capazes de criar uma ligação sentimental tão forte como Clementine conseguiu desde a sua introdução. Hoje dizemos-lhe adeus no último episódio de The Walking Dead: Final Season.

Mesmo com a frase “Final Season” escrita no título, mesmo sabendo que este seria o culminar de vários anos a sobreviver ao apocalipse zombie, nada me preparou para o grande final. Clementine (ou Clem para os amigos) foi uma personagem que vimos crescer, mudar  de um papel secundário para principal, chegando finalmente a um protagonismo incontornável. Mesmo com a ameaça de um final prematuro, a Skybound Games não deixou que a sua história caisse por terra. E ainda bem. Estamos no quarto e último episódio desta série de sucesso. Resta-nos saber se a despedida deixa mesmo saudades.

Fica claro, desde o início deste episódio que “Take Us Back” funciona principalmente como um epílogo ao final épico do capítulo anterior que analisamos em Janeiro. Não é preciso dizer que recomendo que o joguem antes de continuar a ler os próximos parágrafos. É que este tão aguardado final deve ser jogado sem spoilers. Ainda assim, vou tentar garantir que a vossa leitura desta quarta parte não estrague a experiência final de toda a série.

Quem jogou o último episódio, sabe que Clem e o seu grupo conseguiram aplicar um golpe fatal nos raiders, rebentando o seu navio e dividindo as suas forças. A nossa primeira preocupação neste episódio será fugir deste local, agora repleto de zombies devido ao baralho, além do retorno de diversos raiders muito zangados. Chegar até casa, porém, será muito mais complicado que a própria batalha em si. E é possível que nem todos consigam regressar sãos e salvos.

O início desta parte torna-se muito cativante porque, em vários momentos, tive sempre a sensação de poder perder Clementine. De facto, evitando também eu os spoiles, não sabia se a heroína iria sobreviver às mais variadas situações. O que adicionou um nível de tensão que não tivemos nos episódios anteriores. De repente, todas personagens pareciam mais vulneráveis, mesmo aquelas que, à partida, tínhamos como “garantidas”.

Difícil entrar em pormenores sem vos estragar a experiência, confesso. De certa forma, toda esta temporada nos deu uma sensação de entregar menos do que prometia, não oferecendo grandes reviravoltas que previsse um final “natural” para a série. Em vez disso, ficou sempre claro que a produtora preferiu manter o foco em Clementine como personagem e no efeito que esta teve sobre o pequeno e importante AJ. Obviamente que o fim teria de capitalizar nesta relação.

Gostei bastante de como as nossas decisões tiveram impacto em AJ. Terão mesmo um efeito a longo termo na sua personalidade e maneira de agir. Ao longo do episódio, vemos repercussões do que lhe ensinámos ou que aprendeu da nossa experiência. E, dependendo das vossas escolhas, AJ pode ser mais passivo sem grande intervenção nos eventos ou precisamente o contrário, escolhendo pessoas para sacrificar em favor de outras, por exemplo. É uma evolução crua e que surge de um argumento muito bem escrito… por nós.

As restantes personagens passam a maior parte do tempo no forte, pelo que não têm grande foco neste episódio. A excepção surge da parte de Tenn, Violet e Louis. Compreendo esta decisão da produtora. Este é o culminar de uma história que atravessa vários anos, cujo foco deve ser feito com especial atenção aos seus protagonistas, perder-se-ia imenso tempo com histórias transversais. No entanto, seria bom que este episódio respondesse a algumas dúvidas pendentes.

No que toca a jogabilidade, Take Us Back tem mais segmentos de acção que o seus episódios anteriores. Num deles, Clementine tem de se proteger enquanto raiders dispraram contra si, ao mesmo tempo que mata zombies que caminham contra ela. Noutra secção, Clem está desarmada, a correr por entre vários zombies. Infelizmente há mais Quick Time Events que qualquer outro episódio, uma das piores lógicas de interacção, que estas aventuras gráficas não se parecem conseguir desenvencilhar-se.

Na parte técnica, felizmente muitos dos bugs que encontrámos no episódio anterior foram corrigidos. Nomeadamente, os problemas de iluminação e os “frame drops” parecem mitigados na versão analisada. A prestação dos actores que emprestaram as vozes e o grafismo mantém-se impecáveis, com a qualidade que estamos habituados. Talvez o único ponto contra neste episódio tenha mesmo sido esse excesso de QTEs que não precisava realmente.

Veredicto

Dizer adeus é sempre difícil. Com este título, já o tivemos de fazer duas vezes. No entanto, com este quarto episódio de The Walking Dead: The Final Season esta despedida é, provavelmente, a mais agridoce. Senti que, como jogador, podia ser feito mais. No momento em que vi os créditos rolar, desejei ter mais para jogar. Talvez a Skybound Games quisesse, simplesmente colocar o ponto final nesta série de longa data. Talvez nem tivesse muito tempo para muito mais. Uma coisa é certa: numa perspectiva mais abrangente, posso concluir que foi uma história bem contada e com surpresas espalhadas pelos episódios. No final, tudo se junta muito bem para a conclusão que Clementine merecia. E era só isso que os fãs pediam, não é verdade?

  • ProdutoraSkybound Games
  • EditoraSkybound Games
  • Lançamento26 de Março 2019
  • PlataformasPC, PS4, Switch, Xbox One
  • GéneroAventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Excesso de "Quick Time Events"
  • As histórias das personagens secundárias podiam ter outro fim

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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