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Análise: Test Drive Unlimited 2

E que tal vestir a pele de um Street Racer de Luxo com grandes máquinas de alta cilindrada numa ambiente de luxúria em destinos paradisíacos? Claro que o apelo deste tipo de jogos foi sempre grande, com um mundo aberto a convidar a exploração em bólides de sonho a mais de 300 quilómetros por hora.
Se o primeiro Test Drive Unlimited criou essa mesma realidade virtual, tornando-se um jogo de culto, a fasquia para um sequela era muito elevada, sobretudo com tantos jogos recentes de condução a romperem barreiras de realismo e estética.
Nas mãos da produtora Eden Games, estava um fenómeno de popularidade com todo o potencial das consolas e tecnologias mais recentes. Peguemos no disco e coloquemos na consola…

Second Life dos jogos de corridas…

Tudo começa em Ibiza (mais tarde no Hawai como no jogo anterior) em que um arrumador de carros com ambição é apresentado a um estilo de vida absurdamente utópico em que os ricos competem com os seus carros de luxo em corridas de rua semi-ilegais.
O objectivo, qual role-play-game, é evoluir a nossa carreira com licenças de condução que nos dão acesso a novas provas nos mais diversos sectores: clássicos, luxo, SUVs, entre outros, as provas são diversas entre campeonatos, provas de velocidade, contra-relógio e até apostas no momento com jogadores que nos cruzamos por acaso.
Existem quatro formas de evoluir neste jogo. Cada característica atribui pontos que ajudam a ganhar fama dentro da comunidade racer.

  • Competição – Corridas, Completar Desafios.
  • Social – Fazer amigos no jogo, correr contra amigos ou NPCs, juntar-se a clubes.
  • Exploração – Descobrir estradas, tirar fotografias de locais específicos, encontrar destroços de carros.
  • Coleccionar – Comprar carros, casas, mobília, roupa e outras personalizações de aspecto.

Tudo estava bem até aqui. Aliás foi isso mesmo que tornou a longevidade do primeiro TDU um dos factores mais apelativos. O pormenor do Role Play também lhe confere um grau de originalidade que afasta TDU dos restantes jogos de corridas. Só que o problema foi o que a Eden tentou fazer com esta componente Second Life. Diálogos pobres, animações exageradas, longas e que não se pode saltar e com vozes pobres. Esperava-se tanto nesta geração de consolas e grafismo, sobretudo com a evolução de motion-capture e texturas, mas acabamos por ter uma componente desnecessária, mal feita e desesperante de bonecos a tentar interagir… Restava-nos os principais actores: os automóveis!

Carrinhos de plástico…

Há uns tempos a Atari, distribuidora do jogo, começou a campanha para TDU2 com imagens magníficas, grandes renders de automóveis deslumbrantes e detalhados. Só que… enfim…
Numa época de lançamentos de grandes jogos como Gran Turismo 5 ou Need For Speed Hot Pursuit é de uma falta de senso aquilo que a Eden Games acabou por apresentar…
Não há ponta por onde pegar neste jogo. Já falámos de como as personagens roçam o topo de gama dos anos 90, mas seria de esperar que o principal do jogo, a condução, compensasse isso, mas o que é isto Eden Games?
Ok! Não podemos exigir que tudo agora siga o rigor gráfico de Gran Turismo 5, mas também não é preciso assassinar graficamente automóveis de luxo com pinturas a parecer de plástico. A dada altura, TDU2 parece um daqueles jogos Arcade da PSN/Live de baixo preço. Mas até mesmo fiascos técnicos como Ferrari Challenge conseguiam representar um Ferrari Califórnia que não parecesse feito de plástico mal polido…

Depois há a condução… Não se pode dizer que graficamente o ambiente de estrada seja igualmente mau. Se não colocarmos a visão desde o cockpit, o jogo chega a ter bom aspecto com alguns efeitos do sol ou luar, chuva e noite bem reproduzidos, mas não serão os melhores efeitos jamais vistos.
Mas é ao volante que o jogo volta a desapontar. Se o primeiro TDU até nem era mau de todo em termos de dinâmicas no seu tempo, já saíram tantos jogos depois com físicas realistas que este jogo, mesmo alegando ser um Arcade, não tem desculpas para tão más prestações.
Experimentámos os três níveis de dificuldade de condução e não sentimos grandes diferenças. Os carros são todos semelhantes, sintéticos, sem sumo e o tal cenário que confere alguma velocidade e dinâmica morre completamente quando queremos prego a fundo.
O facto do jogo ser Sandbox, ou seja, mundo aberto e de até podermos criar algumas provas para jogarmos com os nossos amigos, promete entreter-nos por algumas horas. Mas isso se não se frustrarem a sair de estrada a 250 quilómetros por hora porque a negociação de curvas é um fenómeno impraticável neste jogo.
Mas se o fizerem, não esperem acidentes incríveis com danos altamente realistas, tipo Burnout ou assim… Depois de um embate violento numa parede ou num dos elementos da (falta de) Inteligência Artificial, pasmem-se com os pequenos riscos que vos atormentarão na carroçaria de plástico do vosso carro…

É um V12 ou Moto-serra?

Não se admirem se nos primeiros minutos de jogo quererem diminuir o volume de som da televisão. As vozes, que já não primam pela qualidade nos actores, está distorcida, exagerada e estranha. Mas há mais e pior.
Há um som de fundo além da música de dança gratuita do jogo. Além das buzinadelas dos outros condutores, a ocasional sirene da polícia, e dos ruídos exagerados dos pneus a chiar, eis que a barulheira oca que parece sair de uma tubagem de gás é finalmente identificada… é o motor dos carros.
Apesar de claras diferenças entre motorizações, não se consegue perceber o porquê de tão fraca qualidade dos sons de jogo. Nem dá para perceber porque não se perdeu tempo a modelar desacelerações ou mudanças de velocidade que saem sempre em falso. Não é este um jogo de automóveis?
A música… bom a música nem é má para o tipo de jogo. Se bem nos recordamos, nem todos os grandes jogos tem grandes bandas sonoras. Mas neste caso, pronto, é música de dança, house, suave, com o rádio do automóvel a debitar algumas boas músicas de Paul Van Dyk, por exemplo, mas no modo geral o nosso autorádio neste teste esteve desligado.

Tortura Online…

Não nos foi possível testar todas as potencialidades do online. A dada altura falou-se que TDU2 seria um MMO com um enorme mundo aberto a exploração, mas porque se calhar não tinha jogo em mãos, ficaram-se por jogos competitivos ou cooperativos com os nossos amigos. Estranhamente, durante o teste os servidores da Atari estavam permanentemente a devolver erros e não conseguimos testar com exactidão.
Mas o que deu para testar, meus caros, foi muita corrida de corta mato entre checkpoints em que simplesmente se cortam cantos e há bastante batota. Enfim, não é bem culpa dos jogadores se o jogo permite isso mesmo…
Já agora, foi uma saga activarmos o nosso savegame via Live. Pelo que nos deu a entender pelas pesquisas em fóruns, trata-se de um problema comum e se não conseguirem activar logo vão ficar horas a jogar sem save… Um mimo, porque basta desligar a consola e perde-se tudo o que evoluímos até ao momento.

Mas é tudo mau?

Não, claro que não. São horas e horas de exploração. A personalização dos veículos sofre uma evolução para lettering e decorações visuais. Existem muitas marcas de veículos desde a vulgar Citröen até à luxuosa Aston Martin.
Há imensas lojas de roupa, corte de cabelo e personalização visual, casas para habitar e guardar os bólides.
Há ainda uma enorme ilha de Ibiza (e Hawai mais lá para a frente) para explorar com rectas, curvas, circuitos citadinos, onde ao longe tudo parece bonito e a 300 quilómetros por hora até parece realista.
A hipótese de conduzir os melhores carros do mundo, num modo utópico de carreira, muitas vezes fugindo a uma polícia impotente para nos travar, é o sonho de muita gente. Infelizmente, para quem esperou por um Test Drive Unlimited com tudo o que o anterior tinha mas com melhorias físicas e gráficas, todas estas coisas positivas não chegam para criar um bom jogo.

  • ProdutoraEden Games
  • EditoraAtari
  • Lançamento11 de Fevereiro 2011
  • PlataformasPC, PS3, Xbox 360
  • GéneroCondução
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Som francamente mau
  • Componente “RPG” muito forçada
  • Físicas fracas de condução
  • Gráficos ultrapassados

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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