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Análise – Tekken 7 (Actualização: Ultimate Edition)

Tekken 7 está connosco há já algum tempo e desde então tem estado no top 3 de jogos de luta entre os fãs do género. Ao fim destes anos, temos finalmente uma edição definitiva do jogo até recebermos um possível novo capítulo. Vamos regressar ao ringue de Tekken 7: Ultimate Edition.

Embora o jogo se mantenha tão bom quanto era há quatro anos, deve-se dizer que a sua evolução tem sido pouco convencional. Isto porque tem recebido uma infinidade de lançamentos de novo conteúdo, que varia de elementos cosméticos básicos até novas personagens. Talvez por essa mesma razão, a Namco Bandai lançou esta edição completa, que traz todos os novos extras lançados até a data. Em termos de jogabilidade, Tekken 7 é virtualmente o mesmo de há quatro anos atrás, o que significa que ainda é excelente e robusto como sempre. Apesar de não ser possível “quebrar ossos” ou aplicar algumas “fatalidades” dentro deste universo, há imenso charme em Tekken. E foi um óptimo regresso ao ringue com esta edição. Especialmente por causa dos seus momentos únicos, como o popular “malabarismo” que aplica uma série de golpes enquanto o nosso adversário ainda está no ar.

Além desse famoso, ou melhor, desse infame “malabarismo”, em Tekken 7 também encontrarão uma infinidade de cenários interactivos, que permitem ao vosso lutador e ao seu adversário passarem de uma sala para outra. Não é particularmente novo ou único, mas Tekken parece fazê-lo muito bem. Em alguns cenários é possível até partir o chão para descer até uma câmara escondida. Embora isto possa parecer como um golpe especial, informo que é um recurso do próprio jogo que adiciona uma camada adicional ao combate. Por outro lado, serve para incentivar a componente táctica, ao mesmo tempo que recompensa a consciência do jogador. Isto, porque cada descoberta causa dano adicional sobre aqueles que têm a infelicidade de serem usados ​​como aríetes.

O posicionamento dos lutadores é um aspecto importante de todos os jogos de luta, mas em Tekken 7 é muito provavelmente o elemento mais importante. Aqui podemos movimentarmo-nos, não só para a esquerda e para a direita, como também para frente e para trás. Embora possa parecer uma coisa trivial no início, com o tempo e experiência, este recurso irá tornar-se na ferramenta de maior importância para aplicar golpes. Tal como nos desportos de combate na vida real, o movimento rápido e preciso permitirá que, não só consigamos evitar os ataques do adversário, como consigamos ultrapassar o seu bloqueio ou aplicar ataques em ângulos que, de outra forma, seriam bloqueados.

Arrisco dizer que a jogabilidade de Tekken é provavelmente das mais afinadas e equilibradas do género. Mas, isso só se aplica apenas às lutas contra a inteligência artificial ou a outros adversários humanos em modo local. Infelizmente, a componente online ainda não está completa. Neste momento, está centenas de vezes melhor que há quatro anos atrás, sim, mas os picos de latência e os problemas relacionados com ela, como os combos incompletos, ainda são comuns. Repito, não é nada tão chocante como na altura do lançamento original. Ainda assim, por esta altura, deviam ser praticamente inexistentes, especialmente quando no se trata da um título com a palavra “Ultimate” e exige que sejam pagos 89,99€. Digam o que disserem, neste género o online é extremamente importante.

Assim, tenho alguma dificuldade quando se trata de valorizar este título. Na realidade, estamos a pagar uma cópia de Tekken 7, um jogo que não é realmente novo, num valor mais caro do que o normal, só mesmo pelo seu conteúdo adicional. Se levarmos em consideração todo o conteúdo extra que o jogo contém, pode parecer um óptimo negócio. Mas, na verdade, a grande maioria deste conteúdo é coberto pela versão básica do jogo. No final, acabam por pagar mais pelas personagens de conteúdo adicional (DLC) do que pelo jogo base. A menos que sejamos fãs incondicionais desta série, digamos um fã “definitivo”, a Ultimate Edition de Tekken 7 simplesmente não é para vocês.

Veredicto

Tudo o que precisa ser dito é que Tekken 7 Ultimate Edition é uma edição complete de um jogo incrível que ainda hoje apresenta uma jogabilidade soberba. É um título muito rico em conteúdo, apresenta todos os elementos que um jogo de luta deve ter e tem uma produção muito rica em todos os aspectos. No entanto, o seu maior problema é oferecer muito pouco em troca de uma sobrevalorização. Não há muito que esta edição Ultimate ofereça, que a edição original não tenha.  Dá uns poucos bónus e um punhado de novas personagens como DLC. Não modifica a acção e nem sequer nos dá um modo online em condições. Pode ser uma edição definitiva de um óptimo jogo, apenas não me parece que seja justo cobrar mais 30€ pelo que é essencialmente um pacote com três passes de temporada de um jogo de 2017.

[Análise original de 22 de Abril de 2017]

Após Tekken 7 ser lançado nas arcadas há mais de dois anos, o tão aguardado jogo de luta da Namco Bandai chega agora também às consolas. A demora tornou-o num produto maduro, melhorado em vários aspectos, principalmente na jogabilidade e na variedade de personagens.

Kazuya, Heihachi e Jin são provavelmente a pior família da história dos videojogos. Acompanhamos a sua disputa lendária desde o primeiro título, numa altura que os jogos de luta em três dimensões apenas davam os primeiros passos. Tekken distinguiu-se dos demais jogos, tornando-se no primeiro título da PlayStation a vender um milhão de unidades. Esta fama permitiu criar um legado em torno da série que dura até hoje. Um legado que atinge um potencial enorme com este sétimo jogo que vamos analisar agora.

Assim que cheguei ao menu principal, o que me chamou logo à atenção foi o modo história. Pude, finalmente, descobrir mais sobre a família Mishima e perceber o porquê de Heihaichi ser um Pai desgraçado. Será que tem algum motivo mais profundo ou é simplesmente a sua natureza? Toda a história é contada através de um repórter, dura apenas três horas e requer algum conhecimento dos jogos anteriores. Caso cheguem só agora ao enredo, ficarão algo perdidos com alguns pormenores mas não creio que se percam muito. Também há situações que acontecem sem grande explicação mas não os posso detalhar para não estragar a surpresa.

O que posso dizer é que apesar de ter uma linha de continuidade com os jogos anteriores, parece que a produtora deixou passar alguns detalhes. Como tal, este modo tanto poderá agradar aos fãs que desejam conhecer melhor o enredo da série, como pode deixá-los algo perturbados por falta de alguma coerência. De notar ainda que este modo história possui uma mecânica para os mais novatos intitulada de Story Assist. Não, não remove os buracos no enredo, tem a ver com a jogabilidade. Ao carregar no botão L1, todos os quatro botões principais transformam-se em golpes especiais. Por outras palavras, com esta mecânica é possível fazer os muitos movimentos que, de certa forma, seriam mais complicados de obter, carregando apenas num botão. Facilitismo? Talvez.

Felizmente, existe mais modos para andar à pancada, para além da história. O já conhecido modo Arcade é idêntico ao que está disponível no Japão nas versões de arcadas. Aqui,  escolhemos a nossa personagem, lutamos contra vários adversários de forma aleatória e no final enfrentamos uma personagem mais forte. Pelo meio, não há qualquer tipo de história. Existe também o modo Treasure Battle, em que lutamos contra um número infinito de personagens e somos recompensados com tesouros. Estes oferecem sempre objectos para personalizar as personagens, algo que irei falar mais à frente.

Por fim, temos o modo Online, quem sabe o mais importante para o género de jogo em questão. Em todos os testes que fiz, antes e depois do lançamento, foram raras as vezes que senti algum atraso assinalável no seu netcode, comportando-se sempre de forma exemplar. Acredito que seja devido a estarmos limitados a adversários da mesma região, querendo com isto dizer que, ao jogarem na Europa, não conseguirão combater com jogadores fora deste continente. No Online, encontrarão três modos distintos: partidas ranked, causais e torneios. As duas primeiras são conhecidas dos jogos deste género, mas os torneios são uma excelente adição à série, permitindo que as lutas aconteçam simultaneamente para que não tenhamos de esperar entre os nossos combates.

O jogo conta com muitos lutadores inéditos, como a Brasileira Katarina Alves, o Italiano Claudio Serafino, a otaku Lucky Chloe, o árabe Shaheen, a Filipina Josie Rizal, o robô Gigas, Kazumi Mishima (esposa de Heihachi e mãe de Kazuya) e, finalmente, Akuma de Street Fighter. Ao todo são 36 personagens, um número considerável que consiste em novos e antigos lutadores da série. Cada uma destas personagens tem com o seu estilo único de luta. E, apesar de ser tentador escolher logo as personagens mais antigas, os novos lutadores foram bem introduzidos ao universo de Tekken, inclusive a personagem emprestada da Capcom.

A visita de Akuma é uma excelente adição, principalmente porque sou fã da série Street Fighter. O lutador foi muito bem reproduzido e até mantém o seus truques. Contudo, existe algum atraso nos seus movimentos especiais, talvez por conseguir comparar com o jogo da Capcom, onde o tempo de resposta é essencial para um combate. O mestre de Satsui no Hado pode parecer um intruso na jogabilidade de Tekken, mas foi uma excelente adição, principalmente para os jogadores que sempre preferiram a jogabilidade de Street Fighter.

Tal como em alguns títulos anteriores, Tekken 7 também permite personalizar os lutadores. Há uma quantidade enorme de possibilidades e podem fazê-lo em cada parte do corpo para colocar os mais variados objectos, alguns deles bastante bizarros. O nível de personalização é tanto que só reconhecerão a personagem pela pose de luta. A forma como ganham estas peças de personalização, como já disse, é através de loot ganho em combates. Uma mecânica que já vimos noutros títulos do género, inclusive no mais recente Injustice 2.

Já falei dos diferentes modos, da personalização e das personagens que estão disponíveis. Falta saber como está a jogabilidade, como é lógico. Neste aspecto, o jogo mantém-se inalterado, com cada botão a controlar cada membro dos lutadores. Esta mecânica já é conhecida desde o primeiro título, oferecendo aos recém-chegados uma forma agradável de jogar e perceber como tudo funciona. Torna mais fácil fazer combos e rapidamente aprender a ser mais táctico nos combates. O nível seguinte passa por aprender a defender e contra-atacar o nosso adversário.

As novidades na jogabilidade estão nas novas mecânicas de Rage Art e Rage Drive. Estas mecânicas só são possíveis de usar quando a nossa personagem está com pouca vida. Rage Art, por exemplo, funciona como um Super de qualquer outro jogo de luta. O ecrã abranda por um tempo e, com a combinação de botões bem feita e dentro do limite de tempo, o lutador faz uma sequência de movimentos que causam bastante dano. Já o Rage Drive é apenas um golpe melhorado dos disponíveis, cujo o efeito varia consoante a personagem.

Por último, resta-me falar do rigor técnico deste título. Começado pelo seu grafismo, tenho a dizer que Tekken nunca teve tão bom aspecto. É bastante fluído, conta com a velocidade de movimentos que já é característica da série e os cenários possuem pormenores fantásticos, alguns com partes a movimentarem-se e outros até com efeitos climatéricos. Para não falar nas fantásticas cutscenes do modo de história, que são renderizadas com o motor gráfico do jogo.

No que respeita à banda sonora, a Namco Bandai teve um cuidado especial neste elemento e tornou-se numa das melhores que a série já teve direito. Algumas músicas conseguem mesmo aumentar a tensão no modo história e combinam muito bem com o ritmo das lutas. Em relação às vozes das personagens, cada uma fala a sua própria língua. Apesar de oferecer uma personalidade única a cada uma, deixa-nos a pensar como Heihachi (Japonês) se entende tão bem com o italiano Claudio Serafino e com as restantes personagens. Deslumbrado com a qualidade técnica, tenho de apontar, porém, que não gostei dos longos tempos de carregamento que enfrentei. Seja no modo online ou no modo história, são muito demorados e chegaram mesmo a quebrar o ritmo do jogo. A qualidade visual paga-se, aparentemente.

Veredicto

Tekken 7 é uma excelente experiência de luta que certamente recomendamos a qualquer fã de jogos deste género. Para os fãs da lendária série Tekken é obviamente obrigatório. Certamente que conseguirão perdoar alguns carregamentos mais demorados e uns problemas de continuidade na história em relação aos outros jogos. Não há muito mais a dizer, Tekken está de volta com o que de melhor tem feit. É igualmente ideal para um iniciado que só deseja esmagar os botões contra os amigos ou para aqueles mais profissionais que sabem como contra-atacar todos os ataques.

  • ProdutoraNamco Bandai
  • EditoraNamco Bandai
  • Lançamento2 de Junho 2017
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroLuta
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Carregamentos longos
  • Falta de coerência no modo história
  • Modo história algo curto

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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