super-luckys-tale

Análise – Super Lucky’s Tale

Depois de começar a sua vida como um jogo independente e exclusivo para o Oculus Rift Lucky’s Tale tem uma nova vida. Agora como Super Lucky’s Tale, tem a sua sequela publicada pela própria Microsoft para o Windows 10 e Xbox One.

Desenvolvido pela Playful, este é um jogo de plataformas sobre uma simpática raposa, bem ao género de títulos populares como o Banjo-Kazooie, Super Mario 64 e Conker’s Bad fur Day, todos eles da era da Nintendo 64. Tem o mesmo apelo das cores vibrantes e do design bastante alegre, mas contém uma fórmula muito sua. Este ano já vimos outros jogos do mesmo género a tentarem o seu sucesso, como Yooka-Laylee e claro Super Mario Odyssey, que tem roubado toda a atenção. Vamos então perceber se a raposa tem o que é preciso para se destacar ou se tem de fugir da concorrência.

O jogo começa com 30 segundos de imagens estáticas a tentarem dar-nos a conhecer o mundo que iremos passar as próximas horas, incluindo uma introdução ao seu protagonista nesta aventura. Lucky é um herói carismático e sempre optimista que procura a sua força interior enquanto ajuda a sua irmã a salvar o livro “Book of Ages” de Jinx. Este vilão intriguista quer, por alguma razão pouco clara, remodelar o mundo. A título de curiosidade, depois destes 30 segundos de imagens fixas, são recompensados com o vosso primeiro Achievement, só por assistir. Irónico, não?

É claro que a história só por si não irá conquistar fãs. Contudo, é preciso recordar que há por aí um canalizador famoso cuja história também se repete há dezenas de anos e nem por isso deixa de ter a sua fama. Então o que tem de especial este título para nos agarrar até ao final da aventura? Para começar, a fórmula dos jogos de plataformas em três dimensões está muito bem aproveitada pela sua produção. Existem muitos coleccionáveis, vários mundos para visitar, bosses para derrotar e, claro, há sempre uma ou outra razão para voltar a um mundo anterior para ganhar alguns bónus extra. Mas, há mais.

Super Lucky’s Tale é ideal para jogar com os mais novos. É um jogo fácil na maior parte das vezes e na interacção também não é complexo, existindo pouca variedade de movimentos. Lucky, consegue fazer a maior parte dos movimentos de outros jogos de plataformas como saltar, fazer um duplo salto e atacar, usando a sua cauda. Curiosamente, também consegue entrar no chão como uma toupeira para encontrar moedas e causar dano aos seus inimigos. Mais à frente no jogo, haverão alguns puzzles e inimigos onde terão de dar uso a ambas as habilidades. Mas, mesmo aí, como já disse, nunca vi algo muito complicado para fazer.

Coleccionar moedas e trevos de quatro folhas (Clovers) é o objectivo principal para avançar no jogo. O que significa que terão de jogar novamente alguns níveis até chegarem ao número desejado de coleccionáveis. Contudo, como devem calcular, com essa “caça ao tesouro”, a sensação de repetição vai chegar muito depressa.  Apesar da maior parte dos níveis serem engraçados e visualmente apelativos, ao sermos forçados a repeti-los três e quatro vezes, a diversão tende a ficar de parte.

No que toca à jogabilidade, há muito para entreter. Contem com diversos objectivos secundários para completar, além de coleccionar as tais moedas e trevos. Esses objectivos variam entre encontrar um certo número de objectos para abrir algo ou colocar qualquer coisa a funcionar. Há também mini-jogos diversos, como partes que nos obrigam a arrastar objectos e até zonas que transformam o jogo numa curiosa jogabilidade a duas dimensões.

Para os que adoram completar os jogos a 100%, existem ainda letras espalhadas pelos níveis que, quando apanhadas, criam a palavra LUCKY. Algumas dessas letras são facilmente encontradas, mas há outras que requerem alguma lógica para descobrir. E como já mencionei anteriormente, haverá encontros com bosses para um desafio mais acrescido, mas os padrões são simples e, por consequência, são facilmente derrotados.

Regra geral, os níveis até estão bem desenhados, oferecendo mais do que um espaço para andarmos aos saltos. Não é esse o seu problema, realmente. A questão principal, quanto a mim, é que esta fórmula podia ser bem mais diversificada. Existem níveis demasiado semelhantes em mundos diferentes e os inimigos acabam por tornar-se igualmente repetitivos. Não ajuda muito se, ainda por cima, temos de lá voltar para coleccionar o que falta. Um pouco mais de variedade seria interessante.

Em termos visuais, não devem esperar algum tipo de foto-realismo ou grande efeitos visuais de computação gráfica. Não é esse o objectivo deste género de plataformas. Esperem um estilo tipo banda-desenhada com imensos pequenos detalhes artísticos. Existem alguns cenários que me deixaram parado a contemplar todos os detalhes. Jogámos na Xbox One, mas mal podemos esperar para testar na Xbox One X onde este título corre a UHD 4K com uns incríveis 60 FPS. Até lá, experimentem-no num PC com Windows 10 para a melhor experiência. É que este é mais um título Xbox Play Anywhere.

Veredicto

Apesar de Super Lucky’s Tale ser repetitivo e algo fácil, conseguiu divertir-me durante algumas horas. Pela sua fórmula simples e visualmente apelativa em jeito de banda desenhada, é fácil perceber qual é o seu público alvo. Como tal, cumpre o seu objectivo como um jogo alegre, colorido e ideal para jogar com os membros mais novos da família. Infelizmente, não é capaz de criar uma identidade própria e destacar-se dos restantes jogos do mesmo género. Sobretudo com uma concorrência feroz no género vinda de outras plataformas.

  • ProdutoraPlayful
  • EditoraMicrosoft
  • Lançamento7 de Novembro 2017
  • PlataformasPC, Xbox One, Xbox One X
  • GéneroPlataformas
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História demasiado simplificada
  • Níveis e inimigos algo repetitivos
  • Não parece atingir o seu potencial

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários