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Análise: State of Decay – Year-One Survival Edition

A Febre Negra é tramada. Anda a tornar pacatos cidadãos da América profunda em zombies. Nada de anormal ou inédito no mundo dos videojogos. State of Decay, porém, é um fenómeno de popularidade. Exclusivo para a plataforma Xbox e Windows (PC), tem agora uma Year-One Survival Edition que cambaleou recentemente para a Xbox One. 

No próximo mês de Junho, State of Decay fará dois anos de existência, tendo se estreado na Xbox 360 em 2013, com um primeiro pacote DLC lançado a 30 de Julho com o nome “Breakdown”. No entanto, somente a 30 de Maio de 2014 foi lançado o segundo pacote de DLC chamado “Lifeline”. Por isso, o novo Year-One Survival Edition celebra um ano de existência do pacote completo, incluindo os respectivos conteúdos extra.

Em State of Decay, o mundo infestado de “zeds” é implacável, com estes seres de olhos brilhantes que só nos querem dar abraços e… dentadas. Para nos defendermos, começamos com um simples ramo, para rapidamente apercebermo-nos que precisamos de algo mais letal. Sobretudo quando, ao fazermos demasiado barulho a vasculhar uma mochila, acordamos hordas inteiras de mortos-vivos que nos rodeiam rapidamente. Todos os recursos são raros, desde comprimidos para sarar feridas, ou snacks para repor energia (stamina). Quando finalmente encontrarem uma pistola ou caçadeira, só terão um punhado de balas. Nada como procurar a enganadora segurança de um edifício e juntar forças com um grupo, ou pegar num automóvel e atropelar tudo o que mexe.

Mas, desenganem-se se pensam que este é apenas mais um “shooter” zombie na terceira pessoa. State of Decay é, na verdade, um Role Play Game (RPG) em que temos de evoluir personagens e mesmo edifícios de modo a sobreviver e preparar para os desafios que se vão tornando cada vez mais complexos. É muito importante evoluir, por exemplo, para aumentar a energia da personagem que controlamos, uma vez que ela se cansa de cada vez que corremos, combatemos ou simplesmente passamos tempo a explorar o mapa.

Também os grupos que nos inserimos tem de ser evoluídos, já que cada personagem tem a sua própria resistência e habilidades que requerem uma evolução separada. As casas que ocupamos com esses grupos possuem, também, capacidade de expansão, como enfermarias, dormitórios, cozinhas, etc. Mas, para evoluírem, precisam de recursos especiais que podem traduzir-se em missões secundárias, por exemplo, para encontrar carne de modo a fazer comida ou aspirinas para os doentes.

Carregar armas e outros itens, é uma tarefa extremamente complicada, dado o limite de espaço na nossa mochila. É muito fácil ficar com peso a mais, que nos dificulta a fuga se encontrarmos muitos zombies. Usar o porta-bagagens dos veículos é parcialmente útil, mas, também estes tem um espaço limitado. Por outro lado, os recursos são raros e devem ser usados com cuidado. Armas ficam sem munições, machados ou bastões podem partir, deixando-nos indefesos. Se ficamos sem energia, nem correr conseguimos… a morte é certa!

O mundo aberto, dita que podemos entrar em vários edifícios, usar veículos para explorar os mapas e, eventualmente, limpar zonas de zombies para alargar o território seguro. Notem, porém, que há varios tipos de zombies, desde os tradicionais desmiolados lentos, até aos matulões que nos tentam derrubar, passando por uns que gritam para alertar hordas inteiras. E a descrição é mesmo interessante de abordar. Podemos agachar e deambular pelo mato de forma furtiva, usando armas com supressores ou eliminando os zombies com golpes silenciosos. O jogo penaliza bastante o ruído, embora jogar de forma furtiva possa ser algo aborrecido.

Depois de dominarem State of Decay, talvez queiram descobrir os dois pacotes de conteúdo adicional que estão incluídos nesta edição. O jogo permite seleccionar entre as três partes do jogo, logo no arranque, com um simpático menu.

Breakdown é um pouco diferente do jogo original. O DLC gira em torno de um grupo de sobreviventes que depende da manutenção de uma carrinha para sobreviver e fugir dos zombies. Não há um enredo propriamente dito, porque o conceito é explorar o mapa e ultrapassar as vagas de inimigos sem limite de tempo ou de lógica. Com seis níveis de dificuldade progressiva, também vai aumentando a quantidade de zombies e o seu empenho em matar o grupo. Cada nível abre uma nova localização da carrinha e apenas seis membros do grupo podem evoluir de cada vez.

Lifeline conta a história de uma unidade de soldados em Danforth City. Os “Greyhound” tem a tarefa de proteger os cidadãos e levá-los para segurança. Há uma base que precisa ser protegida também, uma vez que os zombies estão constantemente a atacá-la em raides cada vez mais complexos e difíceis. O senso de urgência é muito mais destacado neste DLC e obriga-nos a gerir defesas de forma inteligente e a elaborar uma estratégia que proteja tanto a base como os cidadãos.

Com tanto conteúdo, State of Decay – Year-One Survival Edition é um pacote interessante, sobretudo para os amantes da temática “survival horror” com zombies. Pessoalmente, nunca tenho falta de interesse em desancar mortos-vivos. O bundle pretende ser também uma remasterização para a Xbox One (e PC) com gráficos a correr na resolução 1080p, mas não convence muito nesta tentativa. Existem diversos bugs, quebras de performance e falhas de animações e físicas. As animações são, muitas vezes, simplistas e as texturas são, outras tantas vezes, toscas e sem grande trabalho de actualização para a nova consola. Um jogo que está em produção desde 2011 merecia mais cuidado, sobretudo numa adaptação para HD.

Mas não pensem que os seus erros técnicos minimizam a sua qualidade geral. A real diferença deste jogo perante outras ofertas, é que, como já disse, se trata de um RPG com muitas horas em perspectica. Não se limita ser um third person shooter linear e obriga-nos a pensar para planear o progresso. As imensas horas gastas só a evoluir personagens e bases, procurando recursos e víveres, só são quebradas pelo nosso desejo de exploração num mundo aberto e repleto de locais para descobrir. Esta é a fórmula que vos vai agarrar por muitas horas, garantidamente.

Veredicto

Não é por mero acaso que State of Decay foi um recordista de vendas no Xbox Live Arcade na Xbox 360. É viciante, simples de aprender (nos limites de um RPG, obviamente, para quem está habituado), gigante em dimensão, interessante em explorar e com um enredo simples, mas sólido. Também podemos sobreviver aos zombies nos dois pacotes adicionais (DLC) incluídos, quando o principal já não chegar, tudo com o preço simpático. Sim! Dá continuidade aos erros do jogo original lançado na Xbox 360. No entanto, State of Decay – Year-One Survival Edition é uma compra obrigatória para os amantes dos headshots dos zombies, agora na Xbox One ou nos PCs de última geração.

  • ProdutoraUndead Labs
  • EditoraMicrosoft Studios
  • Lançamento28 de Abril 2015
  • PlataformasPC, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroSurvival Horror
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Muitos erros técnicos para uma remasterização
  • Graficamente datado

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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