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Análise – Sonic Forces

O famoso ouriço azul já sofreu alguns deslizes embaraçosos na forma de jogos. Contudo, esses percalços até foram equilibrados com títulos como Sonic Colors, Sonic Generations ou o mais recente Sonic Mania. Resta-nos descobrir se Sonic Forces equilibra mais as contas.

Esta é a mais recente aventura da mascote da SEGA, mantendo a tendência das três dimensões. No entanto, o seu lançamento por esta altura, coloca o título numa situação difícil. É lançado três meses depois do muito bem recebido Sonic Mania, um jogo que, infelizmente não pudemos analisar por limitações na sua distribuição. Esse foi um título que conseguiu recriar com exactidão os velhos tempos de Sonic, tornando-se aclamado pela crítica. Será que ainda há espaço para mais um jogo em 3D? Será que o curto espaço de tempo entre lançamentos justifica a presença deste Sonic Forces?

Neste título, Eggman (ou Dr. Robotnik, se preferirem) volta a fazer das suas. Conseguiu criar um inimigo chamado Infinite, que usa um rubi muito poderoso para criar clones, expulsar pessoas para outras dimensões e toda a sorte de actos dignos de um vilão. No seu primeiro encontro com Sonic, Infinite consegue derrotar o ouriço sem grande problema. O que permite a Eggman tomar conta do planeta com todos os inimigos que conhecemos até agora, nomeadamente Chaos, Shadow, Metal Sonic e Zavok. Tudo parece perdido.

A nossa aventura começa seis meses depois da dita derrota, é criada uma espécie de resistência para lutar contra Eggman. Nas suas fileiras, além das personagens já conhecidas, há um novo recruta para correr ao lado dos heróis: nós! Após descobrirem que Sonic está vivo e a ser torturado pelo seu grande némesis, Knuckles, Tails e companhia, tentam integrar este novo recruta com uma missão de salvamento muito importante.

Para dizer a verdade, a história não é brilhante. Também não me parece ter muito interesse em reinventar o lore, uma vez que até há momentos em que vai “lá atrás” buscar inspiração, como nos momentos de jogabilidade clássica tirados dos primeiro jogos de Sonic, com uma justificação um tanto repescada que ambos os universos cruzam-se devido aos poderes de Infinite. Talvez o que seja realmente inovador na série, é o facto do protagonista desta vez não ser apenas o próprio Sonic, nem um dos seus amigos, mas sim o tal recruta, uma personagem criada por nós.

Quando forem convidados a criar essa vossa personagem terão de escolher um animal base como, coelho, cão, lobo, pássaro ou gato, cada um deles com uma habilidade especial. A partir daí, é uma questão de a vestirem como mais gostam e pintar com as devidas cores vibrantes para condizer com os mundos de Green Hill. Ao início, não há muito equipamento para a vossa personagem, mas serão constantemente galardoados com novas roupas e acessórios que passam desde óculos a mochilas, sem esquecer os fatos, sapatos, luvas e chapéus.

Durante esta aventura terão a possibilidade de jogar também na pele do Sonic moderno e do clássico e ainda terão uns níveis específicos para o vosso recruta. Os níveis estão bem divididos e cada um tem as suas diferenças na jogabilidade. Os níveis do Sonic moderno, são muito semelhantes a Sonic Generations, com o jogador a correr em frente por uma série de espaços em três dimensões, previamente preparados para o efeito. Os níveis do clássico Sonic, diria que são os melhores, por causa da jogabilidade mais precisa com todos os saltos necessários para um jogo de plataformas. E, claro, jogam-se em duas dimensões.

Já os níveis do recruta tentam ser uma mistura de ambos e com um acessório novo. Este é uma mistura de um canhão com um gancho que tenta mudar a jogabilidade que estamos habituados na série. Em alguns níveis, senti que tinha de ter o ritmo perfeito para avançar, em vez da precisão necessária que falei anteriormente. Há uma série de objectos a voar contra o protagonista e termos de carregar nos botões no momento certo para desviar ou contra-atacar. Esta mecânica não é necessariamente má, mas não é o que estamos habituados num jogo do ouriço azul. Há outros jogos para este género de jogabilidade e Sonic já tinha o seu ADN bem definido… há anos!

De qualquer modo, sejam em que dimensão ou género forem, na maior parte dos casos, achei que os níveis são muito criativos. Aqui haverá momentos que serão engolidos por uma cobra gigante, irão andar a correr pelo tecto ou vão derrotar um enorme robot com o vosso gancho, bem ao estilo de Luke Skywalker contra um tal de Imperial Walker (Star Wars Ep. V). O mesmo se aplica às batalhas com os bosses que conseguem ser variados, apesar de serem uma notória reciclagem de alguns que já vimos em jogos anteriores.

Felizmente que Sonic Forces traz algumas melhorias para a série num todo. Alguns dos problemas técnicos, que antes assombraram os títulos da Sonic Team, parecem já resolvidos. Os constantes problemas da câmara que não conseguia seguir o nosso herói, por exemplo, parecem agora mitigados. E o design dos níveis, como já deu para entender, foi melhorado consideravelmente, deixando-nos desfrutar mais do ambiente de jogo do que levar-nos directamente para a inevitável morte. Em suma, senti que este título tem ganas ser muito menos frustrante do que os anteriores, garantindo também alguma facilidade aos menos experientes.

Infelizmente, talvez por causa dessa facilidade, cheguei ao final deste jogo em apenas 5 horas. Claro que há vários extras para coleccionar e desbloquear, dando uma pequena extensão nessa duração. Procurem anéis vermelhos, níveis extra para desbloquear e depois de chegar ao fim, também nos é dada a possibilidade de criar várias outras personagens. Assim, penso que para o valor que é pedido por este título, a rondar os 40€, até tem bom conteúdo. Um fã de Sonic irá certamente ficar ocupado durante 10 horas se quiser fazer 100% do jogo.

Visualmente, notem, este é o jogo do ouriço mais bonito até ao momento. Tantos os níveis em 2D como em 3D foram construídos com grandes detalhes no grafismo e há algo de especial no clássico Sonic reimaginado em três dimensões. Jogámos na versão PlayStation 4 e não sentimos qualquer quebra nos fotogramas, mantendo-se sempre nos 60 fps. A música, também aqui merece um destaque. Quando jogado com o Sonic clássico (fiquei fã), os temas são bastante reminiscentes e simbólicos da própria SEGA, com sintetizadores e guitarras. Os temas mais contemporâneos e líricos, apesar de não ser grande apreciador, também encaixam bem no ritmo do jogo.

Veredicto

Só neste ano de 2017 tivemos a oportunidade de jogar dois jogos da mascote da SEGA. Sonic Mania foi um excelente título, o verdadeiro regresso ao passado. Sonic Forces, por outro lado, não é perfeito, mas as suas falhas e curta longevidade também não fazem dele o pior jogo da série. Desde que não detestem todos os jogos em três dimensões de Sonic e aceitem esta história paradoxal, irão certamente passar bons momentos com este título.

  • ProdutoraSonic Team
  • EditoraSEGA
  • Lançamento7 de Novembro 2017
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroPlataformas
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História
  • Longevidade
  • Perda de identidade com níveis do recruta

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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