Untitled (2)

Análise: Skullgirls 2nd Encore

O percurso de Skullgirls foi tudo menos fácil mas deu claras provas de que há espaço para este título na industria e de que existe uma comunidade que o quer jogar.

Ao sobreviver à dissolvência da produtora original, Reverge Labs, e posteriormente à sua remoção da PSN e Xbox Live por parte da Konami, Skullgirls acabaria por ressuscitar, graças a uma campanha bem sucedida na plataforma Indiegogo, como Skullgirls Encore. “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades” e a Reverge Labs, agora em novas instalações, aparecia com o nome Lab Zero Games.

Com Skullgirls 2nd Encore, Skullgirls chegou finalmente à nova geração naquela que pode ser considerada como a sua versão definitiva. A PlayStation 4 começa a expandir o seu leque de títulos de luta e o mesmo acontecerá com a PS Vita, pois está para breve o seu lançamento para a portátil da Sony! Para os que jogam no PC, através do Steam, fala-se que esta versão do jogo estará também disponível mas na forma de DLC.

Além de um visualismo mais refinado e adaptado para a nova geração, esta versão conta com a inclusão de todos os DLC lançados até agora para Skullgirls, desde personagens a cenários. Só que esta “versão definitiva” não fica por aqui e tem ainda mais novidades para oferecer.

A primeira cai sobre o modo história das 14 personagens disponíveis no jogo, na medida em que agora as personagens intervenientes têm algo a dizer. Quero com isto dizer que o elenco que dá voz às personagens redobrou os seus esforços garantindo que as várias histórias do jogo possam contar com um trabalho de voz completo.

Não consegue no entanto torná-las mais interessantes, e em combate fez com que uma das personagens se tornasse das mais irritantes de sempre. Sim, estou a olhar para ti R.Fortune. Já no modo história, por vezes não há outra solução senão passar à frente muitos dos diálogos mas… O facto é que num jogo de luta não é na história que deve cair o destaque. Se tal acontecer, aliás, é por que estamos perante um grave problema. Não. Tal como acontecia na versão original, também em Skullgirls 2nd Encore, a jogabilidade é quem fala mais alto e disso não há dúvida.

Se já o era, devo dizer que este continua a ser um jogo difícil. Mesmo nos níveis de dificuldade mais baixos o CPU não tem problemas em mostrar-se implacável e reduzir-nos à nossa insignificância. Skullgirls nunca soube, ou simplesmente não se preocupou em receber da melhor forma os jogadores menos experientes, ou até mesmo os que não dispõem do tempo necessário para percorrer toda a (longa) curva de aprendizagem que o jogo oferece. No entanto, 2nd Encore muda um pouco a sua postura e oferece aos jogadores meios para poderem aperfeiçoar o seu estilo e jogo. Além de um modo de treino onde, provavelmente, irão passar muitas horas se quiserem dominar da melhor forma a vossa, ou as vossas personagens favoritas, há também toda a lista dos vários movimentos das personagens do jogo e nesta versão chega também um novo modo: Trials.

Fortemente inspirado num dos melhores Beat ’em ups de sempre, Marvel Vs Capcom 2, a jogabilidade de Skullgirls assenta imenso sobre os Combos individuais ou em equipa com outras personagens que tivermos na nossa equipa. Neste modo, é exactamente isso que vão praticar. Dos mais simples aos mais avançados, o vosso objectivo é executar e aperfeiçoar os vários Combos da personagem que escolherem.

Quando se sentirem mais confiantes, podem então explorar outros modos. Para complementar o já mencionado modo história, podem agora contar com o modo Challenges que vos colocará perante desafios que prometem dificultar a vossa vida, tais como derrotar Big Band sem efectuarem um único salto ou então enfrentarem uma equipa de três Doubles. Já os mais competitivos, poderão combater Online contra outros jogadores e lutar em torneios ou por melhores posições no Rank e na tabela de classificações.

Exceptuando o Online, onde foi possível notar alguma instabilidade, a acção de Skullgirls é bastante fluída e com o desenrolar dos vários combates vão notar grandes diferenças na vossa forma de jogar. Vão estar mais calmos e, consequentemente, o que antes vos parecia implacável vai depois aparecer com aberturas para os vossos contra-ataques.

Visualmente, e ainda mais agora depois de ter sido refinado para a nova geração, à excepção de uma personagem ou outra, a arte conceptual que acompanha o jogo é na sua grande maioria impressionante. No entanto o som, deixa algo a desejar. Notem que não falo da banda sonora em si, que assenta bastante bem na temática do jogo. Falo sim, da oscilação aleatória de volume, depressa está muito baixo, até que sem razão aparente atinge níveis altíssimos e vice-versa. Além disso, não pude deixar de reparar na forma como no modo história a banda sonora se sobrepõe várias vezes à voz das personagens. Não fosse pelas legendas, muitas vezes era impossível perceber o que estava a ser dito. Uma vez que a voz das personagens foi uma das grandes novidades desta nova versão de Skullgirls, este problema com o som acaba por ser contraproducente.

Negativo é também o facto desta componente não ter sido anunciada para quem joga no PC. ao que parece esta terá sido uma medida tomada pela editora Autumn Games para incentivar a aquisição da versão para a PS4. Assim se quiserem saber o que as vossas personagens têm para dizer, só o poderão fazer ou na PS4 ou posteriormente na PS Vita.

Veredicto

Como novidades ainda há espaço para o destaque de toda a arte conceptual do jogo que pode ser apreciada na galeria. São 886 páginas que serão completadas à medida que vão jogando e explorando as personagens do jogo. Se até agora, adquiriram todos os pacotes de DLC para Skullgirls, Skullgirls 2nd Encore com o custo de 25 euros não vai mostrar-se muito aliciante. Agora, para aqueles a quem o jogo lhes passou ao lado e que são fãs do género, talvez encontrem neste título muito boas horas de diversão. Mais ainda se gostarem de desafios e de jogos com uma curva de aprendizagem dura mas que lá para a frente se mostrará gratificante. Isto caso a consigam superar, pelo que este não é certamente um jogo para todos, tanto visualmente como na sua postura, muitas vezes implacável.

  • ProdutoraLab Zero Games
  • EditoraAutum Games
  • Lançamento7 de Julho 2015
  • PlataformasPC, PS4, Vita
  • GéneroLuta
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Muitas vezes implacável, mesmo em dificuldades mais baixas
  • O som do jogo é demasiado aleatório
  • As vozes não são bem-vindas a todas as personagens

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários