sherlock-holmes-the-devils-daughter

Análise: Sherlock Holmes – Devil’s Daughter

O famoso detective dispensa qualquer apresentação. Seja em séries, filmes ou livros, certamente já ouviram falar de Sherlock Holmes. E os seus videojogos também não passam despercebidos. Agora temos mais uma aventura em Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter.

A produtora Frogwares tem sido responsável pela nova série do detective desde Crime & Punishments, lançado em 2014. Pode dizer-se que, apesar do relativo interesse da comunidade, a série não arrancou da melhor forma, com algumas limitações que levaram a críticas pontuais. Contudo, jogo após jogo, a produção tem vindo a melhorar bastante na sua entrega. E este novo título parece estar no bom caminho.

https://www.youtube.com/watch?v=NF_d44z2k5w

Devil’s Daughter é o 11º título da série Sherlock e o 8º da produtora Frogwares que continua a evoluir esta personagem. Neste caso em concreto, temos uma versão mais jovem do detective que terá de resolver vários casos, enquanto cuida da sua filha adoptiva. Como se não bastasse, ainda tem de lidar com um presença sobrenatural na forma de Alice de Vouvier. A história tem como ponto central a pequena Kate Holmes, cuja verdadeira paternidade teremos de descobrir ao longo de diversas investigações. Os mistérios vão abordar vários chefes corruptos, antigas maldições dos Maias e a ascensão do nome Sherlock Holmes.

Tal como os jogos anteriores, Devil’s Daughter é um jogo de investigação na terceira pessoa e, como seria de esperar, baseia-se em coleccionar pistas, através de exploração e interrogações, até que existam dados suficientes para ter uma dedução sólida. Ao contrário dos jogos anteriores que tinham um caso por jogo, esta aventura está dividida em cinco casos independentes. Existe uma história comum que abrange todos eles, mas individualmente não têm grande ligação entre si, podendo ser apreciados de forma isolada.

O processo de investigação de cada caso está dividido em várias etapas. Na primeira, devem investigar o acontecimento, analisando e interrogando cada uma das testemunhas. Quando conhecem uma pessoa nova, o tempo abranda e podem olhar atentamente para todos os pormenores da personagem e reparar, por exemplo, no semblante. Se possuem olhos vermelhos, será que estiveram a chorar ou será algum efeito secundário?

A zona do crime deve ser vasculhada por pistas, mas algumas delas precisam que usem a “visão de detective” que revela onde podem encontrar objectos. É comum encontrá-los dentro de bolsos ou escondidos em gavetas. Neste caso, o jogo faz questão de nos indicar o caminho. Depois, consoante as pistas e provas que tenham recolhido, poderão usar a nova ferramenta de investigação. Esta permite distribuir acontecimentos descobertos nas zonas do crime numa barra de tempo e ordená-los até nos fazerem sentido pela ordem correcta. É bastante mais complexo do que a minha explicação, mas quando descobrimos como tudo se processou e ordenamos a sequência de eventos correctamente, dá-nos um sentimento de satisfação enorme.

Se trabalharem muito e experimentarem tudo, no final de cada caso terão vários suspeitos para acusar e a escolha pode ser complicada. Neste ponto em concreto, é de louvar o trabalho da Frogwares, por ter conseguido criar os motivos e demais eventos que entram em conflito com cada personagem. As hipóteses tornam-se todas tão plausíveis que fica complicado apontar o verdadeiro culpado. O pior é que só saberão se escolheram o verdadeiro assassino no final do jogo. A escolha que fizerem irá também alterar os vossos savegames anteriores, portanto experimentar acusar alguém e voltar a trás para corrigir o erro, não será a solução.

O ritmo deste jogo foi revisto com a adição de vários momentos de acção que visavam quebrar a monotonia de um jogo composto maioritariamente por investigação e dedução. Contudo, esses mesmos momentos não foram bem pensados e, por vezes, desejei que não existissem sequer. Uma perseguição numa floresta com controlos feitos para investigar crimes, simplesmente não funciona. Respondem mal, com atraso e acabamos presos em vários objectos do cenário. Nota-se que estas partes foram adicionadas para dar variedade e acelerar o ritmo do jogo. Contudo, dado que não têm qualquer impacto na experiência e até frustram, penso que são perfeitamente dispensáveis.

A apresentação geral foi também melhorada em relação aos jogos anteriores. A Londres Vitoriana está muito bem representada e é impossível não nos lembrarmos de jogos como Assassin’s Creed Syndicate. Não está com o mesmo nível de detalhe, é certo, mas muito bem recriada para uma produção sem o orçamento de uma Ubisoft. Em relação às personagens, nota-se que as faces e as expressões em si não estão muito desenvolvidas e a captura de movimentos não é a melhor. Contudo, a narrativa do jogo e todo o mistério que a envolve, compensam.  Estas pequenas falhas nas texturas, animações e expressões faciais acabam por ser mitigadas pela jogabilidade envolvente que nos convida a pensar.

Veredicto

Sherlock Holmes: Devil’s Daughter é um bom título de investigação, cujas mecânicas implementadas fazem sentir-nos no papel do famoso detective. Desde L.A. Noire que não havia um título que nos obrigasse a pensar tanto para resolver crimes e arcar com as consequências das acusações. Visualmente, a cidade Londrina está muito bem recriada, mesmo que o jogo não impressione com os seus gráficos datados. E também tenho de destacar pela negativa os seus péssimos controlos nas tais secções de acção. Contudo, quem gosta de desvendar mistérios, este é um bom jogo para experimentarem. Se forem fãs de jogos mais rápidos e mais orientados à acção, porém, este pode não ser o que procuram… Elementar, meu caro Watson! (tinha de meter esta frase algures…)

  • ProdutoraFrogwares
  • EditoraBigben Interactive
  • Lançamento10 de Junho 2016
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAventura
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Momentos de Acção e controlos fracos
  • Grafismo datado

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários