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Análise – Saint Seiya: Soldiers’ Soul

Dois anos depois de Saint Seiya: Brave Soldiers, os Cavaleiros do Zodíaco estão de volta para mais uma entrada nesta série, a cargo da Dimps. Chama-se Saint Seiya: Soldiers’ Soul e, com a sua chegada, a promessa é de muitas novidades. A primeira surge logo com o facto de desta vez podermos encontrar os nossos heróis de infância na PS4 e no PC. Só que também o próprio conteúdo do jogo foi alvo de aprimoramento. Neste título estarão novamente incluídas as clássicas sagas que opõem os cavaleiros de Bronze ao Santuário, Poseidon e, posteriormente, Hades. Contudo, há mais uma história que até agora nunca foi contada nos jogos desta série. Falo da saga de Asgard que teve lugar logo após os eventos do Santuário, serviu de transição para a luta contra o imperador dos mares e finalmente pode ser jogada pelos fãs. Não se ficando por aí também a mais recente aventura vivida pelos Cavaleiros de Ouro na nova série Anime: Soul of Gold.

Com todas as sagas finalmente reunidas num só jogo, o leque de personagens estende-se ainda mais e se a isso juntarmos o já expectável refinar da jogabilidade parece que finalmente temos em mãos um título capaz de fazer justiça à série original, certo? 

Nem por isso…

Desprovido de qualquer introdução, Saint Seiya: Soldiers’ Soul chega à nova geração pronto a fazer as delícias dos fãs, mostrando-se praticamente uma cópia exacta do seu antecessor. A história pode ser jogada no modo Legend of Cosmo. Dividida em quatro Sagas, a cada uma corresponde um número de episódios e a cada episódio corresponde um determinado evento ou confronto. Já que falamos em sagas, é de destacar a inclusão da, tão pedida pelos fãs, Saga de Asgard. Apesar de só ter feito parte da série Anime, os fãs sempre tiveram uma forte estima por ela, pelo que jogá-la e consequentemente controlar as personagens intervenientes é, para muitos, um sonho tornado realidade.

O desenrolar da história através de imagens em 2D de Brave Soldiers desapareceu, dando lugar a cinematics em 3D, facilmente mais impressionantes. Num aspecto geral, o modo história dirige-se sobretudo para quem já é fã da série, negligenciando uma vez mais aqueles que gostariam de a conhecer. Apesar de abordar os momentos mais emblemáticos de cada uma das quatro sagas, estas encontram-se de tal forma resumidas que vários momentos, alguns deles até bastante importantes, são apenas mencionados pelas personagens. Desta forma, quem não acompanhou devidamente a série original, facilmente se irá sentir perdido.

Ao nosso desempenho no campo de batalha irá corresponder um determinado número de pontos. Estes poderão ser utilizados para comprar, Assist Phrases, com as quais poderemos personalizar as nossas personagens preferidas, aumentando alguns dos seus atributos e conferindo-lhes habilidades passivas. O modo história que, por vezes, chega a ser implacável em termos de dificuldade é onde esta vertente mais faria sentido, só que tal não acontece. Se quisermos utilizar os nossos cavaleiros personalizados, teremos de o fazer online ou contra o computador no modo respectivo.

Em termos de jogabilidade, esta foi alvo de revisão mas além de uma maior mobilidade e o facto de podermos executar novos ataques aéreos, pouco mais foi feito. Soldiers’ Soul joga-se da mesma forma que o seu antecessor. Com os dois botões de ataque, um para ataques ligeiros e outro para ataques mais poderosos, vamos desencadeando os nossos combos e, quando a nossa barra de cosmos estiver cheia o suficiente, podemos também recorrer a movimentos especiais que provocam ainda mais dano sobre o adversário. Com o desenrolar do combate há agora mais uma barra que se vai enchendo. Ao contrário do que acontecia em Brave Soldiers, é agora com ela que podemos despertar o sétimo sentido e/ou executar um poderoso Big Bang Attack. Todos estes ataques têm direito a uma sequência animada só que poucas são aquelas que realmente impressionam. A câmara continua na Terceira Pessoa, ou seja sobre o ombro da nossa personagem, o que nos permite analisar o cenário e o percurso dos ataques do nosso oponente para que nos possamos rapidamente desviar e preparar o contra-ataque.

Grande parte das vezes, a falta de balanço entre as personagens, aliada a uma mecânica de desvio demasiado lenta e pouco precisa (a não ser que sejamos o computador que a executa de forma exemplar e até à exaustão), só ajuda a que os combates se tornem injustos e levem à frustração.

Sobretudo, Saint Seiya: Soldier’s Soul destaca-se pelo conteúdo, começando pelas suas 72 personagens. Ocultas ao início, será principalmente a percorrer todo o modo história que as vamos desbloquear. Apesar de algumas resultarem na mesma personagem mas com armadura ou especiais diferentes (algumas chegam a ter 2,3 ou 4 variações,) o leque de personagens é bastante amplo, pelo que não terão quaisquer problemas em recriar os combates mais emblemáticos da série.
Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki recebem neste jogo a sua armadura divina e o mesmo acontece com os cavaleiros de ouro, em homenagem à mais recente série Anime: Soul of Gold. Além disso há também vários fatos alternativos, alguns nas cores originais do Manga, que poderão desbloquear para vários dos cavaleiros, tornando a experiência ainda mais variada e próxima do original.

Em termos de modos jogo, há apenas uma novidade que é o modo Battle of Gold. Ao longo de vários combates, será aqui que os jogadores irão controlar e desbloquear os doze cavaleiros de ouro, munidos com as suas novas armaduras. Apesar de ser interessante este novo modo, é pena que esta homenagem à nova série anime não tenha chegado na forma de uma quinta saga no modo história. De resto, voltam os tradicionais modos de batalha onde podemos combater contra amigos ou contra o computador. Os modos Survival e Galaxy War não ficaram de parte e os jogadores mais competitivos não foram também esquecidos, podendo novamente entrar em combates online, contra amigos e desconhecidos.

Em termos de grafismo, o destaque cai sobre o detalhe das personagens mas tudo o resto fica bastante aquém das expectativas, com animações, texturas e planos de fundo demasiado simplistas. Apesar de correr bem com os seus 60 fps 1080p, basta olhar para o que tem sido feito, por exemplo, com a série Ninja Storm de Naruto para percebermos que muito mais pode ser alcançado e que há aqui um enorme desperdício de potencial. A banda sonora que acompanha o desenrolar dos vários combates não é a da série, contrariamente ao que acontecia na PS2, mas as vozes em Japonês continuam a marcar uma presença de grande qualidade.

Veredicto

Saint Seiya: Soldiers’ Soul não peca em conteúdo, oferecendo 72 personagens jogáveis e um vasto leque desbloqueável na forma de cenários e fatos alternativos e isto sem falar da tão antecipada saga de Asgard que finalmente marca presença num título da série. Peca, sim, ao chegar à actual geração sem sequer tentar tirar proveito das suas capacidades e mostrando-se praticamente uma cópia do seu antecessor. Enquanto que, apesar das frustrações, os fãs irão facilmente encontrar algumas horas de diversão neste jogo, aqueles que ainda gostariam de conhecer a série talvez queiram pensar duas vezes antes comprarem este título.

  • ProdutoraDimps
  • EditoraBandai Namco
  • Lançamento8 de Outubro 2015
  • PlataformasPC, PS3, PS4
  • GéneroAcção, Aventura, Luta
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • jogabilidade ainda precisa de ser revista
  • Não se esforça em tirar proveito das capacidades da actual geração
  • Inova muito pouco em comparação com o antecessor

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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