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Análise: Robinson: The Journey

Inspirado na clássica história de Robinson Crusoe, Robinson: The Journey da Crytek transporta-nos para um mundo virtual sem igual, cheio de vegetação e vários animais para contemplar, dando especial destaque a todos os dinossauros que se irão cruzar no nosso caminho. Uma sensação semelhante à primeira vez que assistimos ao filme Jurassic Park.

A era espacial dá de caras com o passado pré-histórico quando uma enorme nave se despenha no planeta Tyson III, onde criaturas há muito extintas no nosso planeta deambulam. Robin, é um sobrevivente deste acidente e encontra-se sozinho no planeta com o seu Tiranossauro doméstico e com uma unidade robótica de Inteligência Artificial. Juntos, vão tentar desvendar os mistérios deste planeta, tentar descobrir a causa do acidente e…  sobreviver num ambiente hostil.

Apesar das criaturas com vários milhões de anos serem o ponto fulcral desta aventura, Robinson é, na verdade, uma história de ficção científica. No papel principal, o jovem protagonista que sobrevive a uma aterragem forçada no Tyson III, tem de lidar com um planeta desconhecido cheio de perigos. Algures no tempo, este planeta foi sujeito a uma missão de colonização humana, até algo não ter corrido da forma desejada. O que fez com que a monstruosa nave Esmeralda, onde Robin se encontrava, se tenha despenhado neste planeta.

Sem qualquer vestígio de sobreviventes, a nossa aventura começa três meses depois de Robin ter chegado a este planeta. Já com um acampamento montado, o protagonista conta com a ajuda do seu companheiro HIGS, uma unidade de Inteligência Artificial em formato de esfera flutuante. Além deste companheiro, temos Laika, um dinossauro domesticado que posteriormente descobre uma outra unidade HIGS destruída com alguns dados sobre o acidente. A partir daqui, partimos para a descoberta de mais unidades com a esperança de descobrir o que realmente aconteceu. E, quem sabe, encontrar outros sobreviventes durante esta investigação.

Robinson começa com uma excelente vista sobre o planeta, sugerindo um grande planeta aberto à exploração. Na verdade, porém, somos limitados a poucas áreas restritas, nas quais irão escalar através de plantas cor de laranja, vinhas, rochedos, apanhar objectos para abrir caminho ou para criar novas peças de equipamento. É possível ainda tomar controlo do HIGS para resolver uns simples puzzles que visam distribuir energia eléctrica no acampamento, recorrendo a uma vista aérea da zona em questão.

Também é possível controlar a nossa companheira Laika, infelizmente, não de forma directa. Basicamente, transmitimos simples comandos para nos seguir, esperar ou rugir para atrair atenção ou intimidar. Cada um destes comandos básicos são atribuídos a cada botão do D-Pad. Laika, torna-se útil para afugentar outras criaturas, mas também é nitidamente uma pequena T-Rex com ar meigo para criar uma ligação emocional com o jogador. Vão criar uma lógica empatia com este pequeno animal.

Em cada um dos animais que descobrimos neste planeta, é possível utilizar o scanner de modo a catalogar toda a fauna. Para tal, terão de usar um utensílio quem têm na vossa mão direita. Quando o modo scan está seleccionado, surgem vários pontos de investigação espalhados no corpo de cada animal. Os pontos vermelhos devem ser evitados, caso contrário, terão de repetir todo o processo do início. É um mini-jogo interessante que se torna mais complicado consoante o tamanho do animal. E notem que todos os animais são muito irrequietos. Imaginem tentar um scan num Velociraptor.

Robinson não é apenas um jogo de exploração, porém. Existem alguns puzzles e mecânicas de acção, maioritariamente inseridas na escalada. Para começar a subir, devem aproximar-se das áreas específicas e utilizar as mãos flutuantes de Robin através do L2 e R2 (correspondendo cada botão a uma mão) e olhando para a próxima plataforma que pretendem agarrar com a mão livre. É um sistema simples que funciona bastante bem e até consegue causar algumas vertigens, principalmente quando for necessário largar e segurar a outra plataforma em queda livre.

Com o decorrer do jogo, também irão encontrar algumas secções furtivas onde terão de rastejar entre detritos para, por exemplo, evitar os Velociraptors. São momentos que causam grande tensão, principalmente porque quando somos apanhados, é inevitável fechar os olhos e virar a cabeça perante os ataques violentos. Lembram-se daquela cena mítica de Jurassic Park em que o caçador Muldoon passa a caçado com a lendária frase “clever girl…“? Não é bem assim, mas é quase.

Toda a jogabilidade deste título podia ser melhorada com a ajuda do PlayStation Move. O próprio dispositivo de scan que vemos acima é até muito semelhante ao controlador da Sony. Contudo, pelo menos até à data, Robinson: The Journey não tem compatibilidade com estes dispositivos. O que é pena, dadas as capacidades de interacção que podemos imaginar com este título. Felizmente, a produtora já prometeu criar uma forma de compatibilidade num futuro próximo, através de uma possível actualização. Aguardemos, portanto.

O aspecto mais interessante do jogo é, sem qualquer dúvida, o detalhe de cada uma das áreas. A selva está repleta de labirintos com uma vegetação variada que nos convida a parar para contemplar todo o rigor que a Crytek já nos habitou. Todas as áreas estão cheias de animais que caminham aos nossos pés, borboletas ou pirilampos no ar e ainda mais alguns escorpiões a subir as árvores. É impressionante a quantidade de movimento e detalhes que podemos descobrir, enquanto estamos estáticos a admirar todo o cenário.

O motor gráfico da Crytek, o famoso CryEngine, já nos habitou à sua grande qualidade de texturas, animações e efeitos visuais em jogos com os da série Crysis e tantos outros de igual ou superior qualidade. E este título não é excepção, as plantas reagem às colisões e as texturas são das melhores que já vimos até agora a correr no PlayStation VR. Se Robinson servir como uma demonstração da capacidades do CryEngine, então foi muito bem sucedido.

Veredicto

Robinson: The Journey é uma excelente demonstração da experiência que o PlayStation VR é capaz de transmitir. Contudo, faz-nos sentir parte de um prólogo para um outro jogo com mais longevidade que gostaríamos de jogar. O grafismo é exemplar e era mesmo bom ver mais jogos a usar as capacidades deste motor gráfico. A experiência dura, no mínimo, umas meras três horas, mesmo assim, sendo claramente umas das experiência VR mais longas. O final abrupto, contudo, sugere que teremos mais história das aventuras de Robin por contar.

  • ProdutoraCrytek
  • EditoraCrytek / SIEE
  • Lançamento11 de Novembro 2016
  • PlataformasPS4, PSVR
  • GéneroAcção, Aventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Falta de suporte para o PS Move
  • Poucas áreas para exploração

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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