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Análise: Resident Evil 6 HD Remaster

Tendo em conta que a remasterização do primeiro Resident Evil tem tido um sucesso incrível, é compreensível que a Capcom decida lançar os principais jogos da série no mesmo ano em que esta comemora o seu 20º aniversário. O Resident Evil 0, que já analisámos, é um bom exemplo desse sucesso e hoje vamos ver como a sexta entrada, conhecida por quase ter acabado com toda a série, se comporta em alta definição. 

Resident Evil 6, lançado originalmente em 2012, foi o primeiro jogo da série a ter uma linha narrativa a abranger três campanhas, em que as personagens já conhecidas perseguem a ameaça viral numa escala global. Foi neste jogo que a Capcom decidiu focar-se na acção deixando de parte o elemento de terror. E apesar de ter sido um sucesso de vendas, esta decisão deixou muitos fãs descontentes. Quatro anos depois e continuamos a não saber como é que a história principal da série vai evoluir a partir daqui.

As campanhas deste jogo foram divididas em três, cada uma deles com mais que uma personagem. A primeira campanha conta com Leon Kennedy a unir esforços com a agente Helena Harper, ambos enviados para uma pequena cidade da América para tratar do G-Virus. Na campanha seguinte, temos Chris Redfield com Piers Nivans a lutar contra a distribuição de armas Bio-Orgânicas na China e por fim temos Jake Muller e a Sherry Birkin que tentam escapar de mercenários e mutantes na Europa. Quem terminar as três campanhas principais terá ainda uma campanha adicional com a personagem Ada Wong, que dará uma visão diferente de todo o jogo.

Cada campanha demorou-me sensivelmente 20 horas a terminar no nível de dificuldade Normal. Claro que depende da vossa experiência neste género e se já conhecem este título, mas é uma longevidade muito boa para o jogo em questão. Tendo em conta que se trata de um port da versão PC, terão também novos modos para além da campanha, que nunca estiveram disponíveis nem na PS3, nem na Xbox 360, devido à falta de performance. É o caso do “No Mercy Mode”, um modo que lança continuamente adversários para o jogador eliminar.
Se decidirem completar também os modos extra terão aqui mais uma dezena de horas.

A tentativa da Capcom em tornar este Resident Evil numa experiência cinematográfica é bastante evidente. As constantes cenas intermédias dão algum drama (por vezes excessivo), enquanto tentam colocar alguma tensão no jogador. Contudo, são tão recorrentes que, para além de quebrar o ritmo da acção, tornam-se muito irritantes.

Outro elemento que a Capcom usou e abusou foram os Quick Time Events. Preparem-se para esmagar os botões e agitar esses analógicos, vai ser tão comum que vão ficar com os dedos dormentes. E, por incrível que pareça, não são coerentes já que alguns precisam de uma velocidade super humana enquanto que outros podem ser feitos com a maior das calmas.

Por esta altura já devem ter percebido que este Resident Evil pouco ou nada tem de terror como outros jogos da série. Está tão focado a tentar entregar a melhor experiência cinematográfica que se esquece do principal elemento que deu a conhecer a série. Deixou de parte qualquer sentimento de tensão ou adrenalina enquanto caminhamos para o desconhecido, sentimentos que nos faziam temer sequer avançar um passo ao explorar os mapas nos jogos anteriores.

Felizmente a Capcom corrigiu alguns problemas da versão original para esta remasterização. Não, não remove as questões que listei anteriormente, mas torna o jogo bem mais acessível ao nível de interface e performance. Nomeadamente, a amplitude da imagem no chamado Field of View (normalmente referido como FOV), torna muito mais fácil ver o que nos rodeia e já não somos mortos de forma injusta.

E com a ajuda do melhor hardware da PlayStation 4 e da Xbox One, os atrasos de input que se sentiam nos controlos são praticamente inexistentes. Para além disso, o jogo corre agora a uns incríveis 1080p e a 60 FPS, uma grande melhoria tendo em comparação a baixa taxa de fotogramas abaixo dos 30 FPS nas consolas, quando saiu originalmente.

Veredicto

Há locais específicos num jogo para colocar uma cutscene ou os famigerados QTEs, idealmente de forma a que consigam desenvolver a história. Contudo, Resident Evil 6 não sabe onde são esses locais e mistura tudo numa jogabilidade com imensas pausas. Isto num jogo que se esquece das suas raízes e tentar tornar-se numa experiência cinematográfica. No lado positivo, esta remasterização corrige alguns problemas de jogabilidade da versão original e torna o jogo bem mais acessível. Se gostam de jogos de acção na terceira pessoa e conseguirem jogar cooperativamente com um amigo, vão certamente divertir-se. Apenas não esperem grandes sustos…

  • ProdutoraCapcom
  • EditoraCapcom
  • Lançamento29 de Março 2016
  • PlataformasPS4, Xbox One
  • GéneroAcção
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Quick Time Events
  • Excesso de cutscenes que quebram o ritmo do jogo
  • Ausência de terror

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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