hitman_colorado-2

Análise em Progresso: Hitman – Episódio 5

Depois da passividade de hotéis e destinos turísticos, a Io Interactive está decidida a dar mais luta, levando-nos até ao destino mais desafiante (até agora) de Hitman. Deixemos de lado os luxos, porque o Agente 47 vai ser mesmo lançado no meio do perigo, algures no Colorado, EUA.

Leiam a análise ao Primeiro, Segundo, Terceiro e Quarto Episódios.

Não há nada de turístico ou pacato neste novo destino. De facto, parecia a dada altura que a Io Interactive estava mais interessada em tentar impressionar os jogadores com grafismo soberbo, ao invés de se concentrar na jogabilidade em si. Este destino parece ser uma resposta directa a esta questão. Não é que não apreciasse esta nova abordagem mais visual da produção, sempre gostei de cada novo mapa incrivelmente detalhado que nos chega neste jogo episódico. Só que o desafio aumentou, diminuindo o deslumbre visual. Já me estou a adiantar na minha análise, vamos por partes.

De volta ao enredo principal do jogo desde o seu arranque, estamos de novo a braços com a investigação sobre quem é este misterioso “Shadow Client” que contrata a ICA para executar missões tão cirúrgicas. Desta vez, o cliente requer que o Agente 47 se infiltre num perigoso campo paramilitar no Colorado de modo a assassinar quatro membros de uma milícia armada. Ezra Berg, Maya Parvati, Penelope Graves e Sean Rose, precisam de uma visita o assassino mais perigoso do mundo e cada um terá a sua dificuldade inerente. Só que, algures neste local perigoso, também se escondem algumas respostas que é preciso investigar na cave da mansão principal, onde iremos ter uma revelação.

Este destino é uma clara alusão aos grupos paramilitares que proliferam nos EUA nestes dias. Parece mesmo uma bofetada moral neste tópico. Este grupos extremistas, que noutras circunstâncias poderiam ser chamadas de organizações terroristas, são muitas vezes alvo de investigações populares e até de embates com forças de segurança. Algures nesta base, quando se infiltrarem, irão escutar posições sociais discutíveis, simpatia com actos de tortura, ideias pró-armamento e até apoio a candidatos presidenciais mais polémicos. Esta postura anti-social parece justificar um pouco mais as acções do Agente 47, num esforço de eliminar este tipo de mentalidades, assim como também foi o episódio anterior.

Moral à parte, o melhor de tudo deste episódio nem sequer é a missão em si, mas sim o enredo principal que é retomado no final e durante a cena intermédia posterior. Não vou adiantar muito, deixando-vos jogar e perceber porque é importante. Com uma conotação meramente acessória até agora, o enredo principal junta, finalmente, todos os episódios. Quem jogou os anteriores jogos da série Hitman (e até viu as lamentáveis passagens pelo cinema), saberá um pouco das origens do Agente 47 e saberá onde irá ter este rumo do enredo. De qualquer modo, a trama adensa-se e veremos onde vai parar a revelação de quem é este “Shadow Client” e o que isso significa para as próximas duas temporadas previstas.

No que toca ao que podemos fazer neste novo episódio, que é o que interessa para a vasta maioria, assassinar os quatro alvos em jogo terá de ser feito numa área relativamente vasta, mas em nada semelhante aos episódios anteriores. Temos agora celeiros decrépitos, estradas enlameadas, autênticos ferro-velhos e lixo espalhado entre pomares, oficinas e carreiras de tiro improvisadas. É um completo contraste com os demais destinos, caótico e nada bonito. Não quer dizer que haja menos qualidade ou rigor visual, apenas nos dá bem menos interesse em olhar em volta. Para isso, ajuda que o complexo tenha muros e vedações com arame farpado em volta, impedindo que possamos ver o que há em volta. Não que os campos lavrados e montanhas à distância num fim de tarde meio sombrio sejam particularmente interessantes.

No que toca à oposição, as coisas também são um pouco diferentes. Para já, entramos logo a invadir propriedade contra patrulhas armadas com metralhadoras e péssimo feitio. Ao contrário dos anteriores episódios, aqui quase todos (mesmo quase todos) os guardas vão partir para a violência logo que nos vejam. Mesmo com disfarces, há zonas restritas que só determinados tipos de guardas podem entrar. E todos estes estão com o dedo no gatilho. Este nível de perigo faz lembrar a base militar improvisada em Marraquexe ou a missão do Prólogo em Cuba. Só que aqui é elevada ao extremo, até porque os guardas não têm só pistolas, mas metralhadoras e caçadeiras que não se importam de usar.

No entanto, isto não significa que esta missão seja substancialmente mais difícil de executar. Tudo o que aprendemos nos capítulos anteriores é válido aqui, apenas é preciso ter mais atenção e explorar bem todas as hipóteses. Há inúmeras oportunidades e peças de informação importantes que podem ajudar a eliminar os adversários. Por exemplo, Sean Rose tem um particular relógio para activar explosivos e que pode ter uma “avaria”. No celeiro há uma carga suspensa que está curiosamente posicionada mesmo na sua entrada e qualquer alvo que ali passe pode ter um “acidente”. Também podemos subir a uma caixa de água numa torre e usar a nossa infame espingarda de sniper para distribuir chumbo.

No entanto, o Agente 47 precisa ser bem mais furtivo. Apesar de haver muito mais lixo, fardos de palha, placards ou outros obstáculos para nos esgueirarmos, há menos edifícios para aproveitar e os disfarces não podem ser usados em todas as zonas. E quando terminarem o capítulo pela primeira vez, podem adicionar modificações na acção por escolher novos pontos de arranque com ou sem disfarces, novos locais para esconder armas no interior do complexo e não devem esquecer os diversos desafios lançados em jogo, como assassinar os alvos de forma “acidental”, usando o garrote, só usando o famoso fato com a gravata vermelha, entre outros que aumentam a dificuldade.

Honestamente, porém, este foi um destino que menos me entusiasmou a jogar. A intensidade da acção, com olhos em todo o lado, obrigando-nos a estar constantemente alerta, é muito interessante. Só que, em termos de dimensão, o mapa parece algo menor e com menos pontos de interesse para aproveitar. Além disso, em pouco mais de uma hora eliminei os quatro alvos, todos com tiro de espingarda sniper, uma vez que os quatro acabam por deambular pelo complexo em algum ponto da missão. Felizmente, há novos desafios Escalation e os famosos Contratos para revisitar o mapa de modo a assassinar outros alvos diferentes. Obviamente, também teremos futuros novos Elusive Targets também neste destino.

Conclusão do Quinto Episódio de Hitman

Visualmente, é o mapa menos bonito onde vão jogar Hitman. É também um capítulo mais directo e com menos interesse na exploração, parecendo-nos mais reduzido em tamanho e com menos pontos de interesse. Não significa que a acção seja inferior, obrigando-nos a aplicar tudo o que aprendemos nos capítulos anteriores com uma maior precisão. No entanto, conforme disse nas análises anteriores, esperava que cada novo capítulo fosse maior, melhor e com mais para fazer. Não diria que é uma total desilusão mas, como oferta, deixa um pouco a desejar. Pode ser que o último destino no Japão nos volte a surpreender.

  • ProdutoraIo Interactive
  • EditoraSquare Enix
  • Lançamento27 de Setembro 2016
  • PlataformasPC, PS4, Xbox One
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Mapa visualmente aborrecido
  • Relativamente menor em dimensão

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários