layton_top1

Análise: Professor Layton vs Phoenix Wright: Ace Attorney (3DS)

Phoenix Wright e Professor Layton são dois franchises bem distintos mas que se unem no facto de, entre a sua boa disposição, apostarem em mecânicas de jogo com base no uso da nossa perspicácia. A Capcom e a Level 5 decidiram juntar as duas séries e lançar em conjunto este crossover. A nossa análise chega agora.

O jogo começa em Londres, a cidade do Professor Layton, onde um antigo aprendiz do arqueólogo que resolve puzzles, Carmine Accidenti, e a jovem Espella tentam fugir de misteriosas criaturas aladas. Depois de conseguir escapar, Espella deixa Carmine para trás e vai pedir ajuda a Layton quando, novamente, as criaturas aparecem. A narrativa ostenta tons que transpõem os limites do sobrenatural e a primeira parte do jogo circula em volta da jogabilidade da série Layton, com vários quebra-cabeças para serem solucionados no ecrã da nossa 3DS.

Por sua vez, Phoenix Wright e Maya Fey aterram em Londres, aparentemente de férias, para depois serem convidados pela Liga Internacional de Advogados para resolverem um caso. Agora no papel de Phoenix Wright, o jogo adopta uma nova jogabilidade com a mudança de perspectiva, típica da série do advogado mais exagerado do mundo. Contudo, no centro da narrativa continua Espella, desta vez acusada de um crime que não terá cometido. No papel do advogado de defesa vamos ter de ouvir os testemunhos, analisar as provas e encostar as testemunhas à parede até vacilarem, revelando aquilo que precisamos que digam.

Professor Layton vs Phoenix Wright desempenha uma excelente introdução às duas séries para todos aqueles que ainda não as conhecem. Quem não conhecia, por sua vez, uma das duas séries presentes neste título vai sentir-se atraído pelo nome que já conhece sendo, entretanto, também introduzido a um novo franchise. No entanto, é quando ambos são transportados para a terra de Labyrinthia que a narrativa se desenvolve, adoptando conotações bem interessantes. O encontro entre Layton e Wright é, no mínimo, peculiar mas, a bem da vossa experiência de jogo, não vos vou revelar detalhes.

Labyrinthia é um local que em nada se assemelha ao mundo de Layton ou de Phoenix Wright. Um mundo medieval repleto de bruxas e cavaleiros que, para além destes, é ainda governada a punho de ferro por um misterioso contador de histórias (“Storyteller”) que consegue ditar o futuro dos seus habitantes com o simples acto de escrever o seu destino no papel.

No total, a jogabilidade da série Layton prevalece sobre a de Ace Attorney, com cerca de 70 puzzles para resolver, mas que não deixam muito espaço para a acção no tribunal se desenvolver. Não descurando o valor da série da Level-5, admito que sou fã da série de Phoenix Wright desde os tempos do GameBoy Advance e era dele que esperava ver mais. Até porque, tendo também em conta aquilo que é o nível de exigência habitual da série Layton, existem puzzles que não lhe fazem jus ao nome. São vários os casos em que ultrapassamos os quebra-cabeças simplesmente recorrendo ao provérbio “água mole em pedra dura, tanto bate até que fura”, abusando da insistência e quase nada da nossa perspicácia.

Não obstante, de cada vez que se iniciaram as sequências de Phoenix Wright, sentei-me confortavelmente no sofá lá de casa e desfrutei. O tempo passou sem dar por ele e a escrita típica de Ace Attorney agarra quem joga como se mais nada importasse. Muito curioso é o facto de Phoenix Wright se ver impedido de usar os seus recursos habituais como as impressões digitais, as fotografias ou o reconhecimento de voz. O mundo de Labyrinthia é, afinal de contas, um mundo medieval. O Professor Layton acaba por ser também aqui um trunfo valioso com o recurso à sua genial lógica que, no entanto, nem sempre funciona na sua plenitude face à mentalidade “retrógrada” dos habitantes deste mundo alternativo.

A maior mistura entre os dois franchises acontece na narrativa quando, inevitavelmente, as personagens confluem criando relações bastante profundas e credíveis. Também os clichés de ambas se misturam, com as sequências inesperadas de Ace Attorney a ocorrerem nas cenas do Professor Layton. Mas só lá muito para a frente, infelizmente, também Phoenix Wright é obrigado a resolver puzzles. Uma parte do jogo que deveria, obrigatoriamente, ter sido melhor explorada com uma fusão entre as duas séries na jogabilidade. Afinal de contas, o título chama-se Professor Layton vs Phoenix Wright: Ace Attorney.

Veredicto

O encontro entre Professor Layton e Phoenix Wright resulta numa boa experiência de jogo, muito fiel a ambos os franchises e que encherá as medidas dos fãs. Ainda assim, aqueles que procurarem este título numa perspectiva de encontrar uma mistura entre os dois estilos sentirão um sabor agridoce no final. Não obstante, este é um bom título resultante do trabalho conjunto da Level-5 e da Capcom, com uma narrativa bem construída que durará cerca de duas dezenas de horas.

  • ProdutoraLevel-5 e Capcom
  • EditoraLevel-5 e Nintendo
  • Lançamento28 de Março 2014
  • Plataformas
  • GéneroAventura, Puzzle
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Pouca mistura entre os dois estilos de jogo
  • Puzzles que não fazem jus à série Layton

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários