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Análise: Portal 2

GLaDOS já não está entre nós… ou será que está? Portal, que começou por ser um mero jogo de puzzles e plataformas usando o robusto motor Source da Valve e incluído na famosa Orange Box como um jogo complementar, tornou-se um monstro de vendas, fãs e críticas. Possivelmente um dos jogos mais jogados de sempre da rede Steam (PC) o seu sucesso surpreendeu tudo e todos.

Quatro anos depois, a eterna “anti-PS3” Valve rendeu-se à evidência que não podia simplesmente ignorar a consola da Sony e lançou a bomba por afirmar que Portal 2 não só iria ser lançado para PS3 como iria integrar pela primeira vez uma ponte com jogadores PC e PS3 de modo a jogarem juntos em modo Cooperativo.

Portal 2 renasce o mito que fez do pequeno primeiro jogo um grande vício para milhares de fãs. Quem diria que uma arma que abre buracos na parede, umas caixas que tem de ser colocadas em cima de botões e uma voz robotizada cheia de sarcasmo seriam ingredientes de sucesso? 

“Remember, you’re looking for a gun that makes holes. Not bullet holes. Don’t worry – you’ll figure it out.”

Resumidamente, Portal narra a vida de um espécime (test subject) cujo nome é Chell (nunca é proferido, mas confiem em nós) que acompanhamos na primeira pessoa enquanto tenta resolver puzzles que um sistema informático desenhado pela empresa “Aperture Science” e que detém uma séria crise de identidade e obsessão por testes e… repugna por humanos.

Não gostávamos de estragar a experiência de jogar o primeiro jogo, mas temos de levantar um pouco o véu, sobretudo para quem não o jogou, mas temos de explicar que este sistema informático, GLaDOS foi destruído no final do primeiro Portal. Estranhamente, porém, a Test Subject (sim, é uma menina), acorda num estranho quarto em que lhe é solicitado que faça uns movimentos básicos. Sem que consigamos perceber o que se passa, é-nos apresentado um simpático robot com sotaque britânico chamado Wheatley.

Confusos, vemos o nosso quarto completamente destruído porque afinal não passava de uma plataforma que o nosso novo “amigo” decide quase destruir. Após algumas peripécias… estamos de volta à área de testes… Com um senão. Passaram-se anos desde o ultimo teste e as coisas parecem ao abandono. Inicia-se de imediato o modo que todos esperam. Novos puzzles, com a mesma mística e com a mesma facilidade ou dificuldade, para puxar bem pelos neurónios.

Não vamos falar mais do enredo. Achámos que com tanto humor, tanta ironia e tanto sarcasmo tanto de Wheatley como dos célebres robots de segurança, vale a pena descobrir. Não se preocupem se não conhecem bem a estória do primeiro Portal. Podem sempre jogá-lo quando puderem, mas saibam apenas com este pequeno resumo o que vos espera.

Mais puzzles, mais interacções com lasers, gel de salto, gel de velocidade e muito mais que aumenta o espectro do mito que Portal criou. É uma fantástica experiência, tão diferente de outros jogos na primeira pessoa, que obriga a pensar e a ser criativo. Não há soluções absolutas dos puzzles, recordem-se, há uma solução mais directa, mas como provam alguns vídeos que já vimos, há pessoas a resolver os mesmos puzzles de forma muito diferente.

Já agora, saibam que este jogo quase que duplica a longevidade do primeiro e acrescenta mais personagens (além de GLaDOS), mais locais e mais interacções. Há zonas absolutamente gigantes e a perder de vista… Só não se inclinem muito para ver onde acaba…

“This is the part where he kills us.”

Havia algum receio com o port para consolas. Apesar da Orange Box já ter saído para Xbox 360 há uns tempos com o primeiro Portal, havia uma certa dúvida se o motor gráfico Source se daria bem no mundo dos pads, sobretudo na consola Sony.

Todos os medos sanados! Source comporta-se tão bem ou melhor que noutras plataformas. De facto, nem mesmo conseguimos uma fluidez tão grande no PC e Mac em que testamos também o jogo. Portal 2 tem um grafismo polido que toma partido da capacidade de processamento da PS3 e parece que esta pede mais. A nível visual, há algumas imperfeições de silhueta aqui e ali que no PC se resolvem com o Anti-Aliasing (o eterno calcanhar de Aquiles da PS3), mas no geral os polígonos e texturas apresentam-se competentes, nesta estreia do Source na consola da Sony.

A nível de iluminação, porém, é que o jogo se assume. Não há nada como esperarem que Wheatley vos ilumine o caminho numa parte do jogo para verem o que estamos a falar. Depois conferem. Mas não é só nesse evento que os efeitos se destacam, os renders são feitos durante as transições de puzzles e não há um único carregamento dentro do jogo que abrande o fluxo. Mesmo com salas enormes e a perder de vista, a fluidez é soberba, fruto de uma excelente optimização.

“The best solution to a problem is usually the easiest one. And I’ll be honest. Killing you? Is hard.”

Geralmente usamos subtítulos com partes do jogo em que se refiram à secção que vamos abordar. Mas, quando jogarem o jogo, vão perceber o elevado grau de humor, tantas vezes sombrio. É impossível ficarem indiferentes ao sarcasmo de GLaDOS, a estupidez atabalhoada de Wheatley ou a arrogância de Cave Johnson (criador da Aperture Science que vai aparecer em gravações mais à frente no jogo).

Além do enredo que tem umas quantas reviravoltas e que chega a surpreender (lembrem-se de Batatas… sim, Batatas!), o forte do jogo são os diálogos. Além da voz metálica de GLaDOS (Ellen McLain, que já tinha dado voz à personagem no primeiro jogo), é impossível ficar indiferente ao excelente casting para as vozes de Wheatley (Stephen Merchant, actor e co-criador da série The Office) e de Cave Johnson (J.K. Simmons, actor famoso cujo papel mais conhecido será de director do Daily Bugle nos filmes e séries do Homem Aranha).

Todo o jogo é um fartote de rir entre as bocas de GLaDOS, as piadas de Wheatley ou as parvoíces de Cave Johnson. Já para não falar em bocados absurdamente hilariantes com os robots que povoam o mundo de Portal.

“We’re a lot alike, you and I. You tested me. I tested you. You killed me. I—oh, no, wait. I guess I haven’t killed you yet. Well. Food for thought.”

O veredicto! Não é um jogo para todas as mentes. Aqueles que gostam de puzzles e/ou plataformas vão poder avaliar o jogo de uma forma mais concreta, ao passo que os que não gostam deste tipo de interacção poderão avaliar de outra.

Digamos que para os fãs, Portal 2 não só se equivale como ultrapassa o primeiro jogo em termos de novidades, mapas, longevidade e, claro a integração dos jogadores Playstation na rede Steam para jogar, interagirem e conviverem com outros jogadores PS3 ou PC. Nota negativa, nem é para o jogo, mas para a Microsoft por ter deixado a rede Xbox Live fora disto. Mas são opções e politicas de marketing que só compete aos mesmos avaliar.

  • ProdutoraValve Corporation
  • EditoraValve Corporation
  • Lançamento21 de Abril 2011
  • PlataformasMac, PC, PS3, Xbox 360
  • GéneroFPS, Puzzle
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Queríamos Portal 3
  • Falta Xbox no Steam

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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