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Análise – Pokémon: Let’s Go Pikachu! / Let’s Go Eevee!

Depois da nossa primeira visita há 20 anos, estamos de volta a Kanto para apanhar novamente os 151 Pokémon originais. Esta é nova edição Let’s Go Pikachu! e Let’s Go Eevee! Dois títulos exclusivos para a Nintendo Switch.

É inegável que esta é uma das mais populares séries de jogos de sempre. E era inevitável que acabasse por chegar à mais recente consola da Nintendo. Estas são duas aventuras criadas para dar as boas vindas aos fãs que começaram com Pokémon GO ou simplesmente assistiam à série de televisão anime homónima. Estes novos jogos misturam um pouco dos dois mundos de modo a se tornarem mais familiares. No entanto, os veteranos terão aqui a oportunidade de ver todos os monstrinhos originais, criados em 3D pela primeira vez. Assim sendo, esta é, sem dúvida, uma excelente forma de recordar Pokémon Yellow, enquanto esperam pela derradeira aventura, que será lançada em 2019.

A premissa é conhecida de todos: embarca-se numa aventura para apanhar todos os Pokémon da região, derrotar todos os líderes de ginásios e, eventualmente, desafiar os Elite Four. Isto significa que não existe propriamente uma narrativa contínua que comande o jogo. O motes, como sempre, são os próprios interesses do universo Pokémon: apanhar, treinar e combater. Os ingredientes da fórmula mágica que tornam a série tão apelativa há tantos anos.

A jogabilidade é a típica de um JRPG da velha guarda, a fórmula dos títulos originais. Ou seja, temos batalhas por turnos, com equipas até seis elementos, onde se treinam os Pokémon através de um sistema de níveis e de atributos. As criaturas vão ganhando novos ataques e evoluem para outras criaturas diferentes e mais poderosas. A progressão no jogo é também a mesma que já conhecem, feita de forma mais ou menos linear, onde se vão abrindo cada vez mais locais para visitar e onde as pistas dadas pelas NPCs indicam o que fazer para continuar a aventura. Até aqui, tudo é familiar.

A grande diferença entre estes dois títulos, está capa e no título. Temos de escolher um dos dois simpáticos Pokémon que irá acompanhar o protagonista durante toda a aventura. Dependendo da vossa escolha, terão pela primeira vez o orgulho de desenvolverem uma relação especial entre os dois, que irá permitir que o vosso companheiro ande sempre com a vossa personagem. Desta forma, será possível interagir com ele, dar-lhe afecto e também receber alguma ajuda com objectos escondidos, como um animal virtual de estimação, portanto.

Para além de ser possível interagir com o vosso Pokémon principal, dando-lhe roupa, festas, doces e todo o afecto que desejarem, podem também escolher um dos restantes cinco do grupo para vos acompanhar. A melhor parte desta interacção próxima, é que as proporções mantêm-se em algumas criaturas. É caso do gigante Onix que, dadas as suas dimensões consideráveis, até permite andar em cima dele.

As duas versões também vão se diferenciar no tipo de Pokémon que irão encontrar e capturar, tal como qualquer outro título da série. Em Let’s go Pikachu!, por exemplo, encontrarão, entre muitos outros, Oddish, Sandshrew e Growlithe. Enquanto que em Let’s go Eevee! terão para capturar Bellsprout, Vulpix, Meowth e outros. A ideia é que um jogo se complemente ao outro. E os coleccionistas, de certeza, não perderão a oportunidade de jogar ambas a versões e… desculpem o cliché, “apanhá-los todos”.

Notei semelhanças com os “clássicos” nos combates com os treinadores, através do tal sistema por turnos. Contudo, ao contrário dos restantes títulos, estes dois jogos têm mecânicas muito semelhantes a Pokémon GO na fase de captura. Quero com isto dizer que, para capturar os Pokémon selvagens, nem sempre precisam de os derrotar. O que pode ser, para muitos, um certo facilitismo na jogabilidade, trazida do popular título para dispositivos móveis.

Esta nova lógica até é interessante, mesmo assim. No lugar das típicas batalhas, está uma mecânica de captura muito semelhante à que a Niantic desenvolveu, levando-nos a simular o lançamento da Poké Ball para capturar a pobre criatura. O lançamento é avaliado por um conjunto de regras que irá determinar se a captura é bem sucedida ou não. Entre elas está, por exemplo, o uso de diferentes objectos que podem ser usados para atrair o Pokémon. É, de certa forma, desafiante, nem que seja pela interacção curiosa usando os sensores de movimento.

Com as capturas bem sucedidas, os pontos de experiência neste sistema são distribuídos a todo o grupo, composto por um máximo de seis criaturas. No entanto, esta mecânica cai em monotonia rapidamente. E acredito que deixe os fãs mais sérios um pouco descontentes por não existirem tantas batalhas. Uma outra dose de facilidade que pode não agradar a todos, são as míticas batalhas nas ervas. Estas deixaram de ser aleatórias, uma vez que conseguimos ver as criaturas e evitá-las, se assim desejarmos.

Mas, calma! Como já mencionei, as batalhas não foram, de todo, eliminadas. Contra outros treinadores, temos os já conhecidos confrontos por turnos que incluem o mesmo sistema de combate que temos nos títulos da 3DS. Mas, não quer dizer que estas lutas sejam assim muito agradáveis. Apesar de gostar de ter visto os Pokémon criados em três dimensões, as suas animações de ataques são estranhamente minimalistas. Há certos movimentos que não têm uma representação visual digna do nome. O que, para todos os efeitos, é uma perda significativa na qualidade do grafismo.

Sobre os Pokémon em si, a componente paramétrica não foi posta de lado. Esta é, afinal, um dos principais pormenores para ter em contra em cada confronto. Cada uma das criaturas, tem as habituais estatísticas e movimentos possíveis condensados em “Combat Points” (CP). Estes dados, são o somatório do poder de cada uma das criaturas, tal como acontece no título da Niantic.

Com tantas semelhanças com o título dos telemóveis, seria estranho não ter também uma forma de transferir as criaturas do vosso Pokédex entre os estes títulos. Afinal de contas, a troca de Pokémon sempre foi uma das principais destaques da série. Aqui, é possível usar a tecnologia Bluetooth para transferir as criaturas capturadas no Pokémon GO para dentro de Let’s Go Pikachu! ou Let’s go Eevee! Para o fazerem terão de deslocar até ao GO Park que está localização na região Fucsiapoli. Simples e bastante prático para quem já perdeu tantas horas a capturar monstrinhos com o telemóvel.

Antes de acabar, falta-me só falar do que experimentei em termos de grafismo. Como seria de esperar, este jogo tinha de representar o melhor aspecto possível neste universo. Desde as texturas até as proporções, passando para a óbvia alta definição, os fãs não ficarão desapontados com a qualidade geral. Tudo junto atribui ao produto uma aparência mais próxima dos padrões actuais de outras série de animação. Quanto a mim, este cuidado visual era há muito tempo merecido, levando-o muito próximo da qualidade visual da série anime.

Veredicto

Mesmo com algumas alterações radicais na forma como se captura Pokémon, Let’s Go Pikachu! e Let’s Go Eevee! mantêm a vertente de coleccionismo e exploração que a série nos habituou. Infelizmente, a popularidade de Pokémon GO! tem imensa influencia nestes dois títulos, simplificando-o no combate. Mesmo assim, considero que estamos perante um capítulo importante desta série, que irá angariar novos fãs e, ao mesmo tempo, agradar aos fãs mais antigos da série.

  • ProdutoraGame Freak
  • EditoraNintendo
  • Lançamento16 de Novembro 2018
  • PlataformasSwitch
  • GéneroAventura, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Mecânica de captura demasiado simples
  • Animações de combate minimalistas

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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