Não, esta não é a nossa análise a Watch_Dogs, mas podes-te preparar para ver muitos cães no novíssimo Playstation Vita Pets. Espera só até descobrires quem fala agora…
Este é um título para a malta mais nova, directamente do estúdio XDEV e da Spiral House. Num revivalismo claro do estilo Nintendogs, o Playstation Vita Pets é um simulador de animais de estimação, com alguns puzzles e ainda uma história para contar. A jogabilidade é feita sobretudo através do controlo pelo ecrã de toque, embora ainda seja possível dizer comandos de voz como “Senta” ou “Deita” para o nosso cão através do microfone da PS Vita. Contudo, estes nem sempre funcionam e, para essas situações, podemos executar os mesmos comandos através do ecrã da Vita. Os analógicos, por sua vez, servem para o movimento pelo cenário.
Apesar do título “Pets”, à nossa disposição só temos cães para adoptar e mais nenhum outro animal de estimação. O objectivo principal do jogo é treinar o nosso animal para depois, já fora do nosso quintal, encontrar um mundo repleto de mistérios sobre um antigo rei e o seu cão, cujo castelo e tesouros ainda perduram em Castlewood Island. À nossa disposição estão quatro raças de cães no centro de adopção: Husky, Dálmata, Labrador e Collie. É aqui que surge a maior surpresa deste Playstation Vita Pets, quando começamos a sondar o centro e nos apercebemos que os cães falam como falavam os bebés do filme “Olha quem fala”. Depois de recuperarmos do susto, seleccionamos que cão queremos levar e somos convidados a dar-lhe um nome para depois o levarmos para casa.
Já por lá, descobrimos que existe uma série de maneiras para interagir com o nosso animal de estimação: jogar ao “apanha a bola”, vesti-lo, dar-lhe banho, ir às compras e, já agora, dar-lhe de comer e beber. Todas estas actividades compensam-nos com pontos Buddy que mais tarde podem ser usados para desbloquear novas actividades. Concretamente, algumas já fora do nosso quintal a partir de onde podemos explorar a Castlewood Island. Por lá podemos passear o nosso animal mas, acima de tudo, descobrir a aventura que nos aguarda. Os vestígios do Rei Rufus e do seu fiel amigo Cosmo permanecem por toda a ilha e, se estivermos atentos às pistas, conseguimos descobrir os tesouros escondidos. Até lá chegarmos, teremos de resolver puzzles e ultrapassar obstáculos.
Visualmente, este é um jogo que não impressiona mas que acaba por cumprir aquilo que lhe é exigido. As animações dos cães funcionam bem mas perdem valor com as vozes que foram adicionadas. Cheguei a experimentar a jogar Playstation Vita Pets sem som e a verdade é que os cães pareciam muito mais credíveis tendo em conta que estava a olhar para um modelo virtual. Durante o tempo que jogámos demos ainda com alguns crashes e casos de perda de framerate.
As vozes para além de estragarem a envolvência do jogo, ainda são limitadas. Cada animal tem um número muito limitado de deixas, acabando o jogador por ouvir as mesmas vezes sem conta. Imaginem como seria se os vossos cães falassem quando lhe coçam aquela parte atrás da orelha ou a barriga. O resultado não seria bonito e é algo que podemos comprovar neste título. Uma panóplia de “Yeaaaah”, “Oooooh”, “That’s the spot” levou a minha mulher a pensar que eu estaria a jogar um título de cariz adulto… bem mais adulto. Felizmente, existe uma opção para desligar por completo as vozes dos animais. A banda sonora, por sua vez, adopta uma sonoridade que faz lembrar a onda musical de The Sims.
Veredicto
Quando, em 1998, o filme “Dr. Dolittle” colocou Eddie Murphy a falar com os animais, a fórmula parecia inovadora e levou multidões às salas de cinema. Dezasseis anos depois, a mesma fórmula chega já gasta e espremida até não haver mais sumo para verter no mundo dos videojogos. Playstation Vita Pets tenta ser um simulador diferente, pelo menos diferente daquilo que foi Nintendogs na Nintendo DS, acrescentando um modo aventura. O resultado é um jogo bom para os mais novos mas que perde graça quando os animais começam a falar. Sobretudo quando as deixas são tão limitadas em número. Felizmente existe a opção de desligar a voz ao nosso cão e aí sim, finalmente, ele pode comportar-se como um cão normal.
