Análise: Planetbase

Foi no dia 15 de Outubro que Planetbase aterrou no Steam. Trata-se de um simulador espacial onde teremos de ajudar um pequeno grupo de colonos a instalar-se num planeta remoto. No papel de arquitecto e gestor, tanto do pessoal como dos vários recursos que se irão mostrar cruciais para o nosso sucesso, o caminho para uma base auto-suficiente será árduo. A recepção por parte da comunidade não podia ter sido melhor e rapidamente, este título a cargo do estúdio independente Madruga Works, se tornou um sucesso.

Antes de começar a nossa aventura, somos transportados para o ecrã de selecção de planetas. Ao todo Planetbase oferece-nos três e cada um traz consigo condições atmosféricas diferentes, bem como uma dificuldade acrescida em comparação com o anterior. Inicialmente podemos escolher apenas um mas quando alcançarmos um certo número de estágios de evolução, logo poderemos avançar para outro. Ainda neste ecrã de selecção, ao rodarmos um planeta podemos escolher o local onde iremos aterrar. O ideal será encontrar um local amplo, de modo a facilitar a expansão da nossa base mas que também nos ofereça algumas montanhas para que delas possam extrair minerais. No entanto, com a interferência das nuvens, acertar num local que seja adequado aos nossos planos vai depender muito da sorte.

Assim que aterrarmos e sairmos da nave, começa a nossa luta pela sobrevivência. É sempre bom fazer alguma análise ao local onde nos encontramos. Para arrastar a câmara basta recorrer às tradicionais teclas, W, A, S, D, ou então simplesmente arrastar do cursor do rato na direcção que pretendemos. Já com as teclas Q e E, podemos dar uma volta de 360 graus.Só que uma vez que os primeiros minutos são vitais, não temos muito tempo a perder, há que deitar mão à obra.

Ao nosso dispor está uma equipa pequena, mas capaz, de sete colonos. Esta é constituída por três operários, dois biólogos, um engenheiro e um médico. Com eles chegam também dois robôs. O Constructor Bot irá ajudar na construção de estruturas, ao passo que o Carrier Bot irá ajudar na deslocação dos vários materiais. Não começamos com muitos mantimentos, mas terão de chegar, se quisermos sobreviver às primeiras noites.

O sistema de construção é demasiado intuitivo e, por isso mesmo, é muito fácil darmos passos maiores do que a nossa própria perna. Temos de ter cuidado com a forma como gastamos os nossos recursos e por isso há que definir prioridades. Sobretudo, a Energia, Água, Oxigénio e Comida vão ser as nossas principais preocupações. Pode parecer, e é, complicado mas Planetbase traz consigo um óptimo tutorial que nos explica muito bem o que é preciso fazer para que possamos sobreviver às primeiras noites. Ajuda-nos a perceber a prioridade de algumas estruturas de modo a que as possamos construir tendo em consideração o bem-estar dos nossos colonos e dos que estão ainda por vir quando a nossa base for capaz de os receber.

Só é pena que não vá mais além do que isso. Apesar de nos empurrar na direcção certa. Deixa-nos sair do ninho demasiado cedo, uma vez que muito fica ainda por explicar. A progressão até ao segundo estágio de evolução onde alcançamos a auto-suficiência, é morosa e cheia de perigos, na forma de catástrofes naturais. Tempestades de areia são uma realidade, bem como a queda de meteoros, alguns mesmo em cima de algumas das nossas estruturas mais importantes, chegando por vezes a desactivar as mesmas. Vamos morrer e muito até: descobrirmos que quando tivermos uma pista de aterragem, podemos definir prioridades na chegada de colonos (se queremos só operários, ou um pouco de todos, por exemplo); até descobrirmos que aquando de uma tempestade de areia ou de um ataque inimigo (quando a nossa base estiver bem mais evoluída), podemos definir um alerta amarelo ou vermelho, de acordo com a resposta que a situação pedir.

Saber gerir todas as complexidades que Planetbase tem para oferecer, vai cair muitas vezes na tentativa e erro. Claro que podemos salvar o jogo só que a aleatoriedade que o jogo traz consigo, quando o fizermos pode ser demasiado tarde. Ao longo do jogo vão aparecendo também pequenas dicas só que que tentam explicar o que ficou de fora do tutorial mas nas primeiras tentativas estamos tão embrenhados no que se está a passar que muitas vezes nem damos por elas. Para quem gosta do género, será fácil contornar este aspecto. Que venha a tentativa e erro, quando morrermos sabemos porquê e esse não será um erro a repetir. Já o jogador mais casual, irá infelizmente torcer o nariz e é pena que talvez chegue a considerar descartar Planetbase. Sem dúvida que seria benéfico o acréscimo de mais tutoriais que expliquem o que fazer face a várias das situações com as quais nos iremos inevitavelmente deparar.

Planetbase é no entanto um sucesso e não é para menos. Além de ser um simulador bastante complexo, capaz de nos proporcionar uma óptima experiência de jogo, destaca-se também pela sua acessibilidade em termos de requisitos. O facto de não ser muito exigente permite-lhe chegar a um ainda maior leque de jogadores. Visualmente é bastante agradável e mesmo que joguem em máquinas menos actuais, dificilmente se irão sentir defraudados.

Veredicto

Lutar pela nossa sobrevivência em Planetbase é uma experiência fácil de recomendar. Só é pena que, para os jogadores menos experientes no género de simulação e gestão de cidades, o tutorial os deixe sair do ninho demasiado cedo, ficando ainda muito por explicar. O facilitar que a experiência caia muito na tentativa e erro também não abona muito a seu favor. No entanto, aqueles que estiverem dispostos a contornar estes tropeços, irão encontrar em Planetbase uma aventura espacial como muito poucas. Desde catástrofes naturais, a quedas de meteoros e ataques inimigos, os jogadores têm de contar com o inesperado ao mesmo tempo que gerem os recursos e o bem estar do seu pessoal e é bastante gratificante conseguir ultrapassar cada adversidade que se coloca no nosso caminho.