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Análise – Planet Zoo (DLC: “South American Pack”)

Estamos de volta para mais um passeio pelo Jardim Zoológico. Não na vida real, porque nestes dias estamos em isolamento por casa, mas no viciante Planet Zoo. Desta vez, o nosso regresso é motivado pelo DLC “South America Pack“.

Este é o segundo pack adicional para o jogo, depois de falarmos em baixo do “Arctic Pack” que nos trouxe animais e biomas gelados. Agora, temos o perfeito contraste, com as florestas tropicais Sul-Americanas e os seus respectivos animais. Jogar Planet Zoo depende bastante da nossa capacidade criativa, seja a jogar o modo de carreira ou no modo sandbox. Idealmente, criamos diferentes sectores para diferentes grupos de animais, isto de acordo com regiões e climas. Por outro lado, este novo tema traz-nos também diversos objectos decorativos novos, não só para os habitats dos animais. A ideia é dar diversidade na decoração, ao mesmo tempo que criamos um autêntico parque temático.

Com mais de 250 novos objectos, edifícios e peças de decoração, temos toda uma nova decoração, não só tropical mas também inspirado na cultura Azteca desta região. Ou seja, além de novos espécimes de árvores e arbustos típicos desta região de selva, há também edifícios com telhados de palha e também estruturas semelhantes a templos e ruínas Aztecas. O destaque vai para a nova porta de entrada inspirada nesta cultura, assim como enormes templos e blocos que até podemos colocar dentro dos habitats dos animais.

Obviamente que o principal destaque neste pack são os novos animais para ocupar os novos espaço criados com estes objectos. Não posso dizer que a oferta é muito vasta, com apenas cinco novos animais, nenhum deles particularmente inovador na oferta do jogo. Temos agora as carismáticas Lamas, os simpáticos Macacos Capuchinhos e o Papa-formigas Gigante (Tamanduá). Neste caso, são animais relativamente simples de manter. O mesmo não acontece com a nova rã de olhos-vermelhos que nos obriga a criar um reptilário novo. E o Jaguar (Onça) que é bastante exigente no que toca a ambiente e habitat.

No que toca a ambientes, gostei do novo local de construção no topo de montanhas, numa clara alusão aos imponentes Andes. Não há nada de realmente novo aqui, excepto a paisagem em altitude que dá alguma verticalidade ao nosso zoo. Com os objectos e edifícios novos, é possível criar belíssimos espaços que misturam estruturas históricas com a flora tropical a decorar quase tudo. É possível criar até uma mistura entre templos e selva que funciona muito bem. Apenas queria umas novas vedações de animais para condizer com os novos objectos de cenário, algo que não foi contemplado neste DLC, mas que podemos disfarçar com blocos e pedaços de templo aqui e ali.

Assim, em termos de oferta, mais umas centenas peças de decoração e cenário acabam por só mesmo uma expansão de conteúdo na, já de si, vasta lista de objectos do jogo-base. Não adiciona muito mais ao jogo, ao contrário do pacote do Ártico que, ao menos, incluía o desafio de criar neve e temperaturas baixas para os seus animais. Enfim, talvez seja só mesmo isso que se pede num pacote temático de expansão para um jogo de construção e gestão. Ainda assim, a América do Sul é bem mais que o Peru e a cultura Azteca. Com a Amazónia no centro, é dos locais mais biologicamente diversificados do planeta. Acho algo diminuidor desta rica região o que acaba por oferecer.

Veredicto do DLC “South America Pack”

Esta expansão “South America Pack” serve o propósito de expandir a oferta de objectos decorativos de Planet Zoo e até nos dá mais um punhado de novos animais para lidar. Só que havia aqui espaço para nos trazer uma maior oferta de conteúdo com mais elementos decorativos e animais de uma região tão rica nestes dois aspectos. Parece que a produção se concentrou demasiado numa região específica, que nem é assim tão representativa deste continente. Assim, mesmo apreciando a bela Onça, perdemos a oportunidade de seguir uma Capivara ou um Tatu (Armadillo), animais tão comuns no Brasil.

[Análise Original de 20 de Dezembro de 2019]

Por motivos alheios a nós, não nos foi possível analisar Planet Zoo aquando do seu lançamento original. Contudo, a Frontier Developments lançou agora um DLC chamado “Arctic Pack” e aproveitámos para conhecer o jogo e esta sua expansão.

Os Jardins Zoológicos, mais conhecidos por “zoos”, fazem parte do imaginário de muitos. Talvez na infância ou na adolescência parecessem muito mais interessantes, é certo. Afinal, mesmo que muitos adultos desfrutem destes espaços, são as crianças os “clientes” privilegiados destes parques. Infelizmente, a reputação dos zoos nem sempre esteve ao melhor nível. Desde más condições dos espaços a maus tratos dos animais, muitos são os zoos que mais parecem prisões animais que parques temáticos. Felizmente, com este jogo a Frontier quer devolver a ideia de que os Jardins Zoológicos são locais de recreio e de aprendizagem. E, para isso, traz-nos um foco muito claro, aproveitando muita da experiência ganha noutras franquias. Já têm o bilhete?

Para dizer a verdade, sinto que este jogo é como uma “expansão alargada” de Planet Coaster, com certos “traços” de Jurassic World Evolution. E isto é um elogio, notem. Todo o balanço entre construção de atracções, segurança dos visitantes, gestão do espaço e cuidado com a economia, são factores essenciais para a criação e manutenção de um enorme parque temático. Como elemento de diferenciação, os animais são os principais “actores” neste “palco”. Vem combater um pouco a opinião negativa que menciono acima, com cada habitat que construímos para cada espécie a obedecer a uma série de parâmetros, como a dimensão do espaço, a temperatura, alguns elementos de distracção, vegetação, etc. Assim, fazer dinheiro com estes animais é um “efeito secundário”.

De facto, é absolutamente essencial garantir o bem estar de todos os bichos. O que me leva desde já a garantir a todos os amantes dos animais (como eu) que este não é um jogo sobre alguma “apologia à clausura de seres selvagens”. Sim, estão fechados num habitat artificial, alguns bem longe do seu espaço natural. Contudo, os esforços a que somos obrigados para os manter sãos e satisfeitos, são notórios. Um leopardo-das-neves, por exemplo, precisa de exaustores de frio para diminuir a temperatura no seu habitat, assim como alguma neve artificial para se sentir “em casa”. E também têm de ser colocados vidros espelhados para não ser assustado pelos visitantes. Tudo isto custa imenso dinheiro (virtual) e demonstra bem a que ponto vamos para zelar pelas espécies a nosso cargo.

No que toca à construção do parque em si, temos duas formas de jogar. O modo “sandbox” permite-nos jogar livremente sem limites ou imposições de metas. Alternativamente, podemos jogar um modo de carreira que é também um importante e detalhado tutorial. Sugiro que comecem por este último modo. Até porque muita da construção do parque tem de obedecer a uma série de regras. Não basta criarmos espaços vastos, é preciso ligá-los com caminhos para os visitantes e até acessos, pontes, teleféricos e outros meios especiais para alguns habitats. Também é importante criar infraestruturas, como centrais de energia, edifícios de tratadores, áreas de catering, etc.

Quem está familiarizado com as lógicas e mecânicas de Planet Coaster não terá grandes dificuldades em erguer um parque bonito e bem tratado, com todas as comodidades para os ávidos visitantes. Precisamos criar os espaços dos animais com uma vedação adequada, preferencialmente com uma rede ou vidro para que os visitantes os possam ver sem problemas ou obstáculos. Mas, cuidado com a dimensão exagerada ou inadequada e ainda mais cuidado com a altura das vedações. É que alguns animais, como os tigres, gostam de saltar. E não queremos um tigre à solta com centenas de visitantes no parque.

É importante também garantir o ambiente certo dentro de cada habitat. Não só teremos de escolher vegetação e decoração adequada, como temos de evitar colocar elementos que não se compatibilizam com o animal. Além disto, gamelas, bebedouros e até poças de água ou lagos, além de brinquedos e itens de distracção, são absolutamente essenciais. Podemos passar horas a criar um design apelativo para os visitantes, é certo, mas perderemos com certeza ainda mais tempo a criar habitats distintos e eficazes para cada espécie, tendo em conta os seus hábitos, zona de origem. E até teremos de equacionar quanto as pessoas querem ver um animal raro e exótico, investindo seriamente nessa atracção.

Quando tudo estiver pronto, podemos então adoptar animais para os seu habitats. Mas, também há desafios na escolha do animal a adoptar. Alguns animais precisam de outros da sua espécie para não se sentirem solitários, algo que, logicamente, encarece a sua adopção. Outros animais são mesmo solitários ou territoriais, pelo que temos de ter este elemento em atenção, evitando confrontos. Cada animal possui detalhadas informações dos seus hábitos e preferências. Tal como em JW Evolution, temos de os consultar um a um para confirmar se tudo está bem. Caso contrário, os níveis de stress vão causar problemas e… acreditem, não vão querer ver um hipopótamo irritado.

Um dos elementos que mais gosto nestes jogos da Frontier, é que podemos ver tudo numa perspectiva aérea, como em qualquer outro jogo de estratégia e gestão, mas também na perspectiva de pessoas e animais. Se o vosso sonho é visitar um daqueles parques zoológicos de grande fama mundial, agora podem criá-lo, geri-lo e… visitá-lo. Para isso, basta que seleccionem um visitante e carreguem na câmara na primeira pessoa. E se os quiserem ver mais de perto, é também possível ver qualquer animal de perto, acompanhando-o na sua rotina. É, para muitos, um sonho tornado realidade. Tal como foi possível em Planet Coaster andar nas atracções, aqui também estamos “lá”, embora não haja tanta adrenalina… bom, até o tal tigre saltar a vedação…

Nesta perspectiva próxima, também é possível ver determinados pormenores únicos. Por exemplo, será que a perspectiva da vedação é a ideal para ver bem os animais? Será que o parque está bem assinalado com indicações correctas? Será que há catering suficiente? Não se preocupem se não for evidente. Tal como os animais nos “dizem” se algo não está bem, também os visitantes são rápidos a dar a sua avaliação da experiência. Confesso que são mesmo eles que me dão mais dores de cabeça. Notem que é impossível agradar a 100% todos os visitantes. Uns reclamam de preços, outros de falta de informação e há ainda outros que reclamam do lixo no chão, instantes antes do empregado lá passar para limpar. Enfim. A dada altura os animais são bem mais fáceis de tratar.

É também na perspectiva dos visitantes que poderão apreciar a qualidade geral de texturas, efeitos e animações de quase tudo. Ao contrário do que falei em Jurassic World Evolution, a Frontier quis tornar a experiência bem mais refinada quando em proximidade, até porque os espaços são bem mais confinados. Isto, aliado ao efeito de tempo e meteorologia dinâmicos, criam momentos de grande qualidade visual. Há, obviamente, alguns elementos menos realistas, como os visitantes e os nossos avatares com traços de desenho animado. Mas, os animais, por seu lado, possuem traços muito realistas e, tirando pequenos pormenores insignificantes, agem de forma muito credível. Aproveitem bem para fazer boas fotografias, porque, momentos para isso, não faltarão.

O que é mais interessante é que temos diferentes biomas e regiões climáticas para explorar. Com o novo DLC “Arctic Pack” temos ainda mais opções “geladas” na Noruega e, por qualquer motivo, o México (para quem quiser um desafio extremo). Manter um urso polar com 40º de temperatura ambiente, por exemplo, é daquelas missões complicadas. Este pacote adiciona também mais 4 novas espécies únicas do árctico, como os lobos ou os já mencionados ursos polares. Construir um zoo na Escandinávia, com muita neve, esculturas de gelo e mais de 200 novas peças de cenário, é algo único, sem dúvida. Apenas acho o preço pedido (9,99€), um pouco elevado para o que oferece.

Se há algo que tenho de assinalar de menos positivo, é mesmo a sua dificuldade oscilante. É certo que tornar o jogo sempre facilitado, também não seria positivo, com o aborrecimento a instalar-se rapidamente. Para evitar isso, há factores inesperados, como doenças de animais, mau tempo ou outras “surpresas” para nos manter despertos. Contudo, há momentos em que parece que o jogo nos quer punir “só porque sim”. Também tenho de assinalar uma quebra notória e constante de performance em parques maiores. O que me desapontou um pouco, confesso. Sabendo que este título foi lançado no início de Novembro e havendo já umas quantas actualizações lançadas, era de esperar melhor optimização.

Veredicto

Um pouco atrasados no tempo mas, de facto, este Planet Zoo é um dos melhores jogos de estratégia e gestão que joguei nos últimos meses. Toda a experiência da Frontier Developments cria mais um título imprescindível neste género tão complexo e exigente. Pode ser um pouco intimidador a curto prazo mas, uma vez passado o modo de carreira, tudo se encaixa e descobrimos um jogo com bastante equilíbrio entre a construção e a gestão, com particular interesse no conforto dos animais. A expansão “Artic Pack” adiciona ainda mais interesse ao jogo, com um bioma agressivo e mais uns extras. Acima de tudo, é uma excelente experiência, um dos melhores jogos deste ano, sem dúvida.

  • ProdutoraFrontier Developments
  • EditoraFrontier Developments
  • Lançamento5 de Novembro 2019
  • PlataformasPC
  • GéneroConstrução, Estratégia, Gestão
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Os visitantes são difíceis de agradar por inteiro
  • Oscila um pouco no desafio oferecido

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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