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Análise: Patapon Remastered

Depois de invadir a PlayStation Portable em 2008, estávamos longe de imaginar que Patapon se tornasse num dos jogos de eleição dessa consola. Teve direito a três títulos exclusivos e agora marcha na PlayStation 4 com uma versão remasterizada em UHD 4K.

Patapon é mais um dos títulos inesperados da Japan Studio que, como diria Fernando Pessoa: “Primeiro estranha-se, depois entranha-se“. Trata-se de um jogo de acção com grafismo minimalista em duas dimensões e que tem uma jogabilidade baseada no ritmo. E mesmo depois de desligarem o jogo, acreditem que vão andar a cantarolar os seus temas por todo o lado. Então e esta remasterização?

Reza a lenda que a tribo Patapon viveu na fronteira devastada por muitos anos, depois de ser expulsa de sua terra natal pelo perverso exército Zigoton. Apesar do aspecto simpático dos Patapons, existe um espírito de guerreiro impiedoso que só pode ser comandado pelo ritmo dos tambores de guerra do seu deus. Esperam pelo regresso do seu “todo poderoso” para comandá-los na luta contra seus inimigos e, finalmente, expulsá-los da sua terra.

Encarnamos o papel deste ser divino e temos a missão de liderar a tribo corajosa de Patapons, sob comando dos seus tambores, por uma série de batalhas contra exércitos inimigos e monstros gigantescos. Por esta altura, já estarão empenhados numa jogabilidade nunca antes vista num jogo deste género onde a acção e o ritmo se completam.

Cada um dos quatro botões do DualShock 4 dedicam-se a uma batida de tambor que servem, quando combinadas em sequências para dar diferentes ordens aos exércitos, como marchar, atacar, defender ou recuar. Tudo deve ser feito com respeito ao ritmo da batida, só assim se avança para a vitória. Pressionar os botões fora de ritmo faz com que os Patapons fiquem perdidos sem saber o que fazer. Ao todo são seis batidas diferentes que irão aprender ao longo dos níveis, até finalmente confrontarem-se com as forças de Zigoton.

Num exemplo mais detalhado, posso dizer que o quadrado fica responsável pelo som “Pata” e o círculo pelo som “Pon”. Se fizerem “Pata-Pata-Pata-Pon” vão ordenar a marchar enquanto que “Pon-Pata-Pon-Pon” faz com todos eles ataquem. Consoante o progresso, são revelados novos ritmos e combinações que podem usar no jogo. A parte curiosa é que, em menos de nada, ficamos completamente vidrados nas batalhas e a bater o pé consoante o ritmo necessário. Quando desligarem a consola, não estranhem andar por aí a dizer “Pata-Pata-Pata-Pon”!

As batalhas são a componente principal deste título. Não só são o principal veículo para avançar no jogo, como em todos estes confrontos adquirimos objectos preciosos para equipar os nossos guerreiros, entre novas armas e claro, armaduras. Antes de cada batalha é possível equipar os nossos soldados e pensar na melhor estratégia. Apesar de parecer um jogo simples, Patapon também conta com uma vertente estratégica.

A melhor táctica exige escolher as armas adequadas para cada guerreiro e a forma como são posicionados para a batalha. E são escolhas essenciais para cada vitória. Num nível ventoso, por exemplo, o melhor será posicionar os arqueiros na frente de combate, pelo menos foi com esta estratégia que obtive melhores resultados e conseguia eliminar grande parte dos adversários à distância. Ao todo são mais de 30 missões e mais de 200 objectos com que podem equipar nos vossos guerreiros. Por isso, escolham bem.

O distinto estilo de arte ajuda a cimentar o lugar de Patapon como um jogo especial. Tal como já foi mencionado, possui um grafismo minimalista, com fundos e modelos de personagens simples, mas que condizem bem com o jogo em questão. Os próprios Patapons parecem olhos gigantes com pernas e braços, os inimigos vão variando em feitio e tamanho, mas sempre com o mesmo estilo. Já nas suas edições originais com hardware menos capaz, Patapon era um jogo cumpridor a nível visual, baseando-se no elevado contraste de cores do cenário com as silhuetas da acção em primeiro plano.

Em relação à remasterização propriamente dita, logicamente que não é muito fácil melhorar um grafismo tão simples como este. Mesmo assim, esta versão da PlayStation 4, traz consigo algumas melhorias técnicas, como o suporte para resoluções UHD (4K) na PS4Pro e com a ajuda do HDR, as cores ficam muito mais vivas. Contudo, não esperem muitas melhorias substanciais ao jogo original. Estamos mais a falar numa reedição adaptada ao novo hadware do que uma real remasterização propriamente.

Veredicto

Quando Patapon surgiu na PSP, foi uma inovação muito curiosa na forma como tomávamos controlo de um exército através de ritmo. Alguns anos depois, o jogo continua a ser uma pérola curiosa, cheia de humor e de ritmo. Agora reeditado na PS4, não havia muito a melhorar num jogo relativamente simples. O que esta edição faz é, simplesmente, renovar o jogo com maiores resoluções. Será, sobretudo um jogo para revisitar ou descobrir, mas não se deixem enganar pelo seu aspecto simples. “Pon-Pata-Pon-Pon”!

  • ProdutoraJapan Studio
  • EditoraSony Interactive Entertainment America
  • Lançamento1 de Agosto 2017
  • PlataformasPS4, PS4 Pro
  • GéneroAcção, Estratégia, Música
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

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Não Gostámos
  • Não é bem uma remasterização.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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