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Análise: Octodad: Dadliest Catch (PC, PS4)

Depois das previsões do polvo Paul em 2010, o ano do Mundial do Brasil também tem uma mascote de oito tentáculos capaz de atrair todas as atenções. No entanto, Octodad não possui a ambição de adivinhar os resultados dos jogos de futebol mas sim a de viver descansado junto da sua esposa e filhos. A aventura até o conseguir é uma espécie de jogo de puzzles cujo desafio é solucionar a difícil jogabilidade de Octodad: Dadliest Catch.

Em Octodad, um polvo veste a pele de um homem dentro de um fato e tenta viver uma “vida normal”. Casa com a sua mulher humana e de alguma forma rocambolesca, consegue ter filhos perfeitamente normais passando despercebido aos olhos de toda a gente, inclusive da sua família. Ou pelo menos assim parece já que, do outro lado da cerca da sua casa, vive um vizinho atento a cada um dos seus passos trapalhões, típicos de quem anda sobre tentáculos.

O aspecto de Octodad é muito colorido e vibrante, abusando do estilo desenho animado, e é ainda enriquecido com alguns temas musicais que se enquadram perfeitamente na atmosfera. A nível de vozes não há que dar grande destaque senão às brilhantes respostas da personagem principal, balbuciadas por entre aquela boca cheia de tentáculos. Genial!

Os movimentos da nossa personagem acontecem através do controlo directo sobre os seus tentáculos. Por exemplo, para andar temos de pressionar um botão e, enquanto este se mantém pressionado, podemos movimentar o tentáculo seleccionado com os analógicos. Este processo repete-se para cada passo e, da mesma forma, para o agarrar de objectos.

Efectivamente, é quase inacreditável como é que este pai passa despercebido quando para executar um simples movimento, como o de ir buscar café, acaba a derrubar toda a mobília da casa. Durante estas situações peculiares, quando encarnamos um desajeitado molusco de fato e gravata, Octodad brilha e provoca gargalhadas. Infelizmente, a física do jogo é catastrófica e os controlos frustrantes. Mesmo que o efeito humorístico dos movimentos de Octodad perdurem por toda a experiência de jogo, existem demasiados momentos frustrantes em que a personagem fica presa em cadeiras, com os membros presos ou até embrulhados em volta de um qualquer elemento do cenário.

À medida que a narrativa acelera e a acção se instala, estas lacunas de Octodad ficam ainda mais em evidência. Sobretudo nos últimos momentos das curtinhas duas horas de jogo de Octodad em que somos lançados em níveis frustrantes, que nos deixam numa enorme pilha de nervos. Para terminar, uma luta contra um boss final que é simplesmente desapontante e não enriquece a experiência de jogo. Como se costuma dizer, “a última imagem é a que fica” e os momentos finais de Octodad são mesmo muito pobres. É uma pena que esta seja a última imagem com que tenhamos de ficar na retina deste título indie.

Veredicto

Cinco mil e tal passos atabalhoados depois, Octodad até é um jogo divertido de se jogar, repleto de boa disposição mas manchado por vários problemas técnicos reminiscentes do controlo e jogabilidade. Fraquezas que ficam ainda mais expostas na parte final deste indie, quando o ritmo de jogo aumenta. A curta longevidade também não o beneficia, deixando um sabor agridoce no final de um jogo que poderia ter sido muito mais.

  • ProdutoraYoung Horses
  • EditoraYoung Horses
  • Lançamento22 de Abril 2014
  • PlataformasPC, PS4
  • GéneroAcção, Aventura
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Jogabilidade frustrante em vários momentos do jogo
  • Parte final do jogo é aborrecida
  • Longevidade curta

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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