Análise: Nintendo Pocket Football Club (3DS)

Num estilo retro repleto da melhor pixel art, este é um simulador de manager de futebol sem uma grande profundidade no aspecto táctico mas com uma frescura que beneficia da portabilidade da 3DS.

Muitos entraram no mundo dos managers pela mão do Elifoot 98, outros dominaram a Liga dos Campeões com os golos do Tó Madeira no Championship Manager mas a verdade é que nos últimos anos a série que domina o panorama do género é Football Manager. Não obstante, Nintendo Pocket Football Club vem descomplicar as obrigações do cargo de manager com uma abordagem mais ligeira ao género nesta sequela de Calcio Bit, um jogo que só saiu no Japão para o GBA.

Sempre que começamos um jogo novo começamos na liga mais baixa e vamos evoluindo até conseguir chegar aos escalões mais altos com a equipa cujo nome e emblema definimos a início. Pelo caminho é obrigatório ver todos os jogos até ao fim, sendo impossível aumentar a velocidade dos encontros ou até mesmo passar à frente simulando a restante partida. Entre jogos oficiais e amigáveis, convém não deixar os maus resultados tornarem-se habituais já que os fãs da nossa equipa têm o poder para nos despedir do cargo se o seu grau de satisfação, disponibilizado em percentagem após o final de cada jogo, não for positivo.

Nenhuma licença oficial de um clube ou jogador foi comprada para este jogo e todos os elementos que compõem as ligas são alternativos e sem qualquer semelhança com uma qualquer liga real. Também as posições com que os jogadores vêm predefinidos quando chegam à nossa equipa são básicas. Por exemplo, não existe diferença entre um lateral e um defesa centro, um médio ofensivo e um médio ala ou até entre um extremo e um ponta de lança. Os jogadores definem-se entre guarda-redes, defesas, médios e avançados. Contudo, com o treino podemos ir definindo os papéis de cada jogador em campo à nossa vontade, moldando assim as suas capacidades mediante os exercícios que lhes atribuímos. Durante o jogo podemos ir afinando as posições dos jogadores, ordenar que a equipa assuma novas tácticas e retocar as marcações. Ainda assim, não podemos mudar as formações por completo após o início de um jogo.

Os treinos são importantes no nosso sucesso, assim como a gestão do cansaço dos jogadores entre treinos e jogos amigáveis ou oficiais. Por isso, durante as partidas vamos recebendo cartas de treino especiais que podem ser usadas para melhorar os nossos jogadores, nesses e outros aspectos, e que nos são atribuídas consoante as lacunas que vamos apresentando em campo. A decisão de qual o jogador onde usar uma carta deve ser tomada tendo em conta o efeito específico do treino desta e a posição ocupada no campo pelo jogador. Por semana podemos utilizar, em cada um dos jogadores, três cartas que podem ainda resultar em combinações que desbloqueiam bónus especiais e papéis diferentes em campo. Também o potencial de cada um deles deve ser tido em conta, já que cada jogador apresenta o seu grau de capacidade de evolução e de aproveitamento das cartas que lhes oferecemos para treinar.

Perceber quais são os jogadores chave no nosso onze é fundamental para depois construir a equipa em volta deles. Se for preciso reforçar a equipa, existe o mercado de transferências, ainda com a opção de partilha com os amigos, os jogadores da nossa própria equipa e vice-versa. Existe ainda um modo de ranking online, assim como a utilização da função StreetPass, onde a competição acontece com outros jogadores da 3DS, embora de uma maneira diferente do modo campanha de um só jogador. Aqui acontece tudo de uma forma predeterminada, não podendo o jogador definir as substituições ou mudar as tácticas como habitualmente o faria durante o jogo. Podemos, no entanto, definir previamente como a nossa equipa se deve comportar.

Neste jogo é, no mínimo, surpreendente a inclusão de uma opção pay-to-win sendo possível, mediante um pagamento externo ao jogo, disputar jogos com as Focused Training Teams ou com as Challenge Teams. Os confrontos com estas equipas ajudam a subir determinadas capacidades na nossa equipa. Felizmente, nenhuma destas opções é obrigatória para o sucesso no jogo.

Veredicto

Este é um título da 3DS ideal para introduzir aqueles jogadores interessados no género mas que nunca tiveram a oportunidade de experimentar, por exemplo, Football Manager. O grau de profundidade é curto e o facto de não se poder passar à frente as partidas pode afastar muitos jogadores. Também a falta de licenças oficiais de algumas das maiores equipas e jogadores do mundo do futebol não beneficia que os managers experientes agarrem neste título com unhas e dentes. Ainda assim, Nintendo Pocket Football Club funciona melhor quando o encaramos como uma experiência alternativa e ligeira. Nessas alturas este título da 3DS assume uma frescura no género e beneficia com a portabilidade da consola da Nintendo.