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Análise – Nights of Azure 2: Bride of the New Moon

Neste autêntica febre do jogos de acção RPG vindos da Terra do Sol Nascente, a Koei Tecmo voltou à carga com Nights of Azure 2: Bride of the New Moon. Está de volta toda a acção frenética e colorida das moças de enormes espadas e trajes menores!

Como sempre tive um particular interesse nos jogos Japoneses, sobretudo os JRPG, estou praticamente “vacinado” contra a estranheza recorrente destes títulos. Mesmo assim, há um certo limite no que consigo tolerar por muitas horas. A fórmula do primeiro Nights of Azure é igual a tantas outras que não podem dizer que estranharão a existência de um segundo jogo. Não é que esse primeiro título da responsabilidade da Gust tenha sido um enorme sucesso, mas há sempre uma audiência. E esta pede sempre mais. Sobretudo que venham mais raparigas com trajes muito reduzidos e, penso, francamente pouco práticos.

A história deste jogo é uma directa continuação do primeiro título. Os monstros que foram contagiados com o sangue azul do infame Nightlord continuam a espalhar o caos. Pior, há histórias a circular que a temida Moon Queen reapareceu e tornou-se a líder destes demónios. A tarefa da organização Curia volta a ser a de tentar travar o mal e salvar o mundo. Desta vez, vamos acompanhar Aluche Anatoria, uma guerreira cujas ordens são de proteger uma sacerdotisa chamada Liliana, também sua amiga. A tarefa assume proporções dramáticas quando ficamos a saber que Lilly, na verdade, será sacrificada para travar a Moon Queen. Pior, na sua bravura, Aluche acaba derrotada na sua missão e acabar por falecer. Fim.

Estou a brinca, obviamente que não é o fim. Aluche acaba ressuscitada numa nova forma, com uma nova missão, desta vez encontrar a sua amiga desaparecia. Sem querer revelar muito, digamos que a história de Aluche é uma de coragem, amizade e até de fé. Muito do enredo deste jogo é claramente inspirado na mitologia da religião Católica, pelo que poderão encontrar muitos paralelos directos ou indirectos. Logicamente, todo o enredo é perfeitamente previsível e não irá surpreender. Os diálogos são também típicos destes jogos de aventura nipónicos, com muitos suspiros e interjeições pelo meio. Enfim, se JRPGs é a vossa “cena”, sabem o que esperar. Passemos à acção.

A aventura desenrola-se sempre numa perspectiva de exploração com encontros de adversários e de bosses. Muita desta acção é baseada em golpes ao estilo “hack’n’slash” com alguns poderes especiais, combos e até interacção com personagens auxiliares. No que toca a essas personagens auxiliares, Aluche irá cruzar-se com diversas raparigas, todas hábeis em combate, com muito más escolhas de vestimentas e cada uma com habilidades e poderes únicos para nos ajudar. Para interagir, usamos os botões direccionais para ordens simples como proteger, agir livremente ou focar num alvo, por exemplo.

Contido, por mais que o combate seja constante e relativamente simples, não percam muito tempo a procurar “sarilhos” ou em missões secundárias. É que temos paralelamente alguns objectivos temporizados para completar. Como novidade neste título, se não completarem todos os objectivos da história principal em cada capítulo, por cada missão nocturna a Lua avança uma fase. Se chegar a Lua Nova, o jogo termina. Embora esta mecânica não seja sempre bem vista por todos, adiciona uma pressão interessante ao jogo, obrigando-nos a seguir o enredo e a tornar-nos eficientes.

Também irão encontrar outros auxiliares chamados Servans que podem ser libertados de masmorras. Estes podem ajudar-nos no combate, procurar caminhos novos ou até tornar-se armas para Aluche usar. Podemos levar connosco até dois, o que nos dá uma importante vantagem em campo. Confesso que, com tantas ajudas, achei todos os desafios e combates relativamente fáceis de enfrentar. O jogo possui vários níveis de dificuldade mas acredito que, mesmo nos mais elevados, o desafio é um pouco simplificado demais.

Na verdade, esta simplicidade até joga a favor do entretenimento. Tudo bem, não é tanto um jogo de perícia com tantas facilidades. Contudo, compensa pela velocidade com que podemos fazer quase tudo. E essa velocidade joga a nosso favor nos tais desafios temporizados. O que mais gostei neste título e que acabam por quebrar um pouco esta rotina, foram os combates com bosses. Aqui a acção não se resume só à “espadeirada”, mas envolve também alguns pequenos puzzles. Não são aborrecidos como seria um jogo somente de combate.

No que toca à parte técnica, testei este jogo na PlayStation 4 Pro, mas penso que não me deu qualquer vantagem. A arte do jogo é tipicamente simples, baseada na animação estilo Manga, com tons coloridos e a fazer lembrar a banda desenhada, olhos gigantes e anatomia de rigor duvidoso. Não são ganhos nenhuns prémios de arte com este título, mas as animações até estão muito interessantes e complexas, assim com as expressões faciais e sincronismo de lábios acaba por cumprir o seu objectivo.

Como já disse, as personagens secundárias são quase todas femininas, com trajes menores e não podiam faltar os seios grandes, com simulação de físicas e tudo. Contudo, por mais reveladores que sejam, não há lugar para nenhum conteúdo menos próprio. Uma vez mais, ou eu estou “vacinado” para estas coisas, ou então já todos esperamos isto deste género tão único. Dou uma nota muito positiva à banda-sonora de heavy metal, já agora. O que com o tom quase gótico da arte de jogo, é muito apropriada.

Veredicto

Nights of Azure 2: Bride of the New Moon está mais preocupado em nos entreter que propriamente a proporcionar-nos algum desafio demorado e complexo. A história é aquela que esperam de um JRPG sem nunca surpreender realmente. Também não está aqui para conquistar prémios a nível artístico ou estético. O tom sério do jogo é quebrado pela arte colorida e pela anatomia exagerada das personagens. Acaba por tornar-se um jogo divertido, simples de jogar e, muitas vezes é só mesmo isto que procuramos num jogo.

  • ProdutoraGust
  • EditoraKoei Tecmo
  • Lançamento27 de Outubro 2017
  • PlataformasPC, PS4, Switch, Vita
  • GéneroRole Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • História é mesmo previsível
  • Visualmente simplista
  • Pouca dificuldade

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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