Mortal-Kombat-X-Scorpion

Análise: Mortal Kombat X

É um ícone na indústria dos vídeo jogos, um sinónimo de violência e também um jogo de luta por excelência. Mortal Kombat regressa nesta nova geração, pega na fórmula do jogo de 2011 e melhora em todos os aspectos, tanto na narrativa como na mecânica do jogo.
Tudo o que funcionou no jogo anterior, como os golpes em raio-x e a história bem contada, está de volta. Mas há imensas novidades com novas personagens e vários estilos de luta para cada uma delas.

A história deste Mortal Kombat começa onde a anterior parou. Os deuses consumiram Shao Kahn e rapidamente percebemos que foi tudo uma grande estratégia de Shinnok para escapar da sua prisão e ter a sua merecida vingança. Agora, mais do que nunca, Shinnok está determinado em conquistar EarthRealm e não quer saber nem de regras, nem de torneios. Quer simplesmente invadir e arrasar tudo.

O jogo começa com Johhny Cage, numa belíssima cutscene (cenas intermédias) que mostra Scorpion a abater o piloto de um helicóptero. Não vou adiantar muito, porque quero que tenha o mesmo impacto em vocês.
O primeiro capitulo do jogo é importante para perceber a ligação com a nova geração de lutadores. Cassie Cage e Jackie Briggs, por exemplo, são filhas de Johnny Cage e Jax, respectivamente. Também podemos contar com o filho de Kenshi e muitas outras personagens novas.

O salto na linha temporal da história leva-nos precisamente 20 anos para o futuro. Agora as personagens que já conhecíamos, como o Kung Lao ou Liu Kang, possuem cabelo grisalho e como seria de esperar, estão mais experientes. Mesmo assim, há lugar para os novos lutadores.

O Mortal Kombat X, tem mais cutscenes do que o jogo anterior, o que é bom para tirar algumas dúvidas e perceber como algumas personagens ainda marcam presença: Como é que Scorpion ainda está vivo? Onde está o Quan-Chi? Tudo é bem explicado através das cutscenes e dos diálogos de forma cinematográfica e, por vezes, com QTE (Quick Time Events), não sendo usado em demasia e sempre bem aplicados, não se preocupem.

Antes de se aventurarem na história, o melhor é experimentar uma luta simples. Eu, por exemplo, peguei no Scorpion e fiz logo a Klassic Tower. Foram 7 minutos na dificuldade média até ver a história final do Ninja amarelo. Podem até experimentar o tutorial que explica todas as novidades, incluindo os modos de luta. Todas as personagens possuem 3 estilos de luta diferentes e cada um destes permite aplicar golpes diferentes. O estilo pode ser escolhido antes do combate e assim será, até à última ronda. Os estilos de luta trazem versatilidade ao jogo, cada uma das personagens pode ser jogada de três formas diferentes.

Assim, MK X traz o melhor que a série fez até hoje. Em paralelo com Injustice: Gods Among Us, a narrativa é igualmente elaborada para um jogo de luta e também permite interagir com o cenário, usando alguns objectos para arremessar ou para saltar por cima do adversário.

Graficamente, a NetherRealm voltou a optar pelo motor Unreal, estreado no nono capítulo da série e que permite uns fantásticos 60fps com a resolução FullHD. Pessoalmente, não costumo ligar aos frames por segundo, não são o que define a qualidade de um jogo, mas a fluidez do Mortal Kombat não passa despercebida. Tudo é mais rápido e frenético, deixando para trás as criticas de ser o jogo de luta “mais lento”, comparado com os seus rivais de outras produções. É impressionante como sentimos cada impacto de um murro, seguido dos rápidos pontapés e um golpe em câmara lenta com visão de raio-x que nos faz contorcer só por assistir.

Não podemos esquecer que Mortal Kombat é o principal responsável por hoje termos a classificação etária nos jogos e, como tal, MK X tem de manter o seu legado. Este jogo é mais brutal do que qualquer outro. X-Rays, Fatalities e os Brutalities (que regressam neste jogo) estão tão violentos que é capaz de deixar os menos fortes de estômago enjoados. Nós, por cá, adorámos!

A jogabilidade continua a mesma de sempre. Qualquer um consegue, com facilidade, fazer alguns combos e até usar alguns truques que vêm de jogos anteriores. Contudo, no modo online, só os melhores vão conseguir sobressair.

Com um mundo cada vez mais ligado, também este Mortal Kombat se foca nos modos online. O modo de Facções, por exemplo, permite que o jogador escolha uma de 5 facções disponíveis à qual irá pertencer durante o jogo, independentemente dos modos e das personagens com que vá jogar. Conforme as vitórias do jogador, também a sua facção irá subir de nível. Isto ligado a milhões de jogadores à volta do mundo, independentemente da plataforma onde estão a jogar. As lutas online ainda precisam de algumas arestas limadas. O lag atrapalha os combates, mas acredito que seja rapidamente resolvido através de actualizações.

Test Your Luck está de volta e mais divertido do que nunca. Neste modo, para quem não conhece, vamos para o combate com um certo número de modifiers. Por outras palavras, são Modificadores de jogabilidade. Da primeira vez que joguei, calhou-me narcolepsia e uma chuva de gelo que congelava os lutadores e, ainda, um feitiço de preguiça que os torna lentos. Ora a lentidão aliada à narcolepsia, deu uma luta sem precedentes, com personagens a adormecer no meio de um combo.

Existem muitos modos de jogo para além da principal história. A Challenge Tower regressa mais uma vez. Se se recordam desta torre no MK9, com 300 desafios, já sabem que vão ter por fazer depois de acabarem a história. Em cada luta desta torre existe um certo critério, para além da óbvia vitória no final. No entanto, tal como o nome indica, por vezes é bastante desafiante.
A Living Tower é uma das novas torres. Esta torre como o nome indica, está em constante mutação. Separada em três variantes, podem encontrar Quick Tower, que dura durante cinco noites e é actualizada passadas algumas horas. A Daily Tower, consiste em oito lutas e é actualizada passadas 24 horas. Por último, temos a Premier Tower. Esta oferece 15 lutas bastante desafiantes, está reservada a eventos especiais e dura uma semana antes de ser actualizada. É esta mesma torre que nos permite experimentar personagens que serão lançadas mais tarde por DLC, sem ter de as comprar.

A Krypt também está de volta. Agora com uma navegação em primeira pessoa, mas continua a não ser livre à exploração, mais parecendo que estamos sobre carris. Não obstante, é aqui que se desbloqueiam as Fatalities das personagens, fatos secundários, arte conceptual, enfim, de tudo um pouco. A única coisa que precisam são de Koins, a moeda fictícia que vão ganhando em cada luta.

Ao todo, este Mortal Kombat tem 24 personagens mas mais virão. Pena que serão muitas delas via DLC, ou seja, através de micro-transacções. É algo que não gostamos de ver porque obriga a comprar mais que o jogo. No final, como sempre, acabará por ser lançada uma edição “ultimate” com todos os DLC e o investimento, entretanto, será injusto. Algumas dessas personagens, por exemplo a Tanya, lutam contra nós no modo história e não estão disponíveis para escolha, o que intensifica essa sensação de revolta.
Acrescento, ainda, que as micro-transacções são aqueles atalhos sem nexo que só servem para os que, com dinheiro, querem chegar mais rápido ao fim. Por exemplo, poder comprar uma funcionalidade para facilitar as Fatalities. A sério? Não é assim tão difícil decorar combinações. Enfim, há muita gente ansiosa a jogar MK.

Veredicto

A NetherRealm fez um trabalho excelente neste Mortal Kombat X. Consegue apresentar imensas novidades, remodelar alguns aspectos da série e sem esquecer a identidade bastante famosa do jogo. Com tantos modos diferentes, este MK é capaz de durar, até nas mãos dos mais experientes. O modo história é rápido, apesar de ser mais longo que a média dos jogos de luta. Graficamente está exemplar e cheio de efeitos de regalar o olho. Nós, vamos só aqui treinar umas Fatalities na redacção, é capaz de sujar um pouco o chão… mas sem comprar batotas para ganhar mais depressa!

  • ProdutoraNetherRealm Studios
  • EditoraWarner Bros.
  • Lançamento14 de Abril 2015
  • PlataformasPC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroLuta
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Easy Fatalities
  • Micro-Transacções
  • Personagens via DLC que já estão incluídas no jogo
  • Sub-Zero

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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