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Análise – Minecraft Dungeons

A celebrar uns 10 anos de existência, contando com mais de 200 milhões de jogadores registados, existindo em quase todas as plataformas do momento, Minecraft é já um dos jogos mais populares de sempre. E era inevitável que os Mojang Studios experimentassem algo novo neste universo com Minecraft Dungeons.

Convenhamos que o pacato jogo de blocos de construção no estilo sandbox foi apenas o início de uma grande aventura para a Mojang. Desde que o jogo se consolidou como grande sucesso que é, muitos jogadores começaram a descobrir novas formas de o jogar. Entre outros formatos, inclusive modos de sobrevivência e até de PvP, já haviam tentativas de criar algo mais específico, sobretudo com mods. Agora que a Microsoft está a investir nesta série e neste estúdio, parece que a abordagem para a franquia é agora mais focada e não tanto de “mundo aberto”. Se o título não vos revelar à partida, este é um “dungeon crawler” mais precisamente um ARPG no estilo de outros jogos icónicos como Diablo mas… com os simpáticos blocos de sempre. A premissa, pelo menos, parece excelente.

Inédito nesta série, em que geralmente contamos nós uma história muito nossa e solitária, temos uma espécie de enredo para seguir. Mas, não esperem um grande argumento que nos envolva do princípio ao fim. Na verdade há apenas uma sucinta porção de lore para contar em cada zona, algo para nos enquadra na acção que se irá seguir. Na verdade, considero estes pedaços de história ou as personagens pouco empolgantes ou destacáveis. E, na verdade, até nem faz mal. No bom espírito do jogo que lhe serve de base, um enredo não é realmente preciso, sendo apenas uma convenção do género RPG. Serve o propósito de nos empurrar para a próxima masmorra e, por mim, tudo bem.

Antes de mais, esqueçam a parte “minecraft” deste jogo. Ou seja, não temos nem “mining” nem “crafting”. Este é um jogo de acção, puro e duro, embora seja francamente mais simplificado. A câmara é colocada numa perspectiva mais afastada e isométrica, bem ao estilo da “velha guarda” deste género. E, sim, também temos muita “espadeirada” e disparos de setas, contra alguns dos icónicos vilões da mitologia de Minecraft. Não podia ser um ARPG sem menus de personalização e gestão de inventário, mas nada assusta. E também não podia deixar de haver “loot”, neste caso na forma de armaduras, encantamentos e armas, tudo completamente aleatório, tal como as masmorras que iremos visitar.

A jogabilidade é perfeitamente familiar para quem já joga “dungeon crawlers”. Não há muita inovação propriamente dita. Contudo, até contém algumas boas ideias para o género. Por exemplo, a recuperação de energia é automática, consumindo a comida no inventário, uma boa ideia e que poupa algum trabalho de gestão. Também podemos esquivar de ataques com uma cambalhota em qualquer direcção, extremamente útil contra grupos vastos. E gostei bastante da lógica de encantamentos que, no rigor, são o equivalente a habilidades, com alguns bónus aleatórios que modificam a jogabilidade. Não temos tantas habilidades complexas como em outros ARPGs, de facto, mas até convida a jogar novamente só para ver o que nos calha.

Os combates, como devem imaginar, podem ser completamente caóticos, sobretudo se jogarmos com amigos à mistura ou quando usamos habilidades daquelas que preenchem quase todo o ecrã. E, sim, é um jogo claramente feito para jogar em modo cooperativo com os amigos. Sobretudo em níveis mais elevados de dificuldade (com mais dois níveis quase insanos de dificuldade para desbloquear). Notem que devem mesmo aumentar a dificuldade para que o “loot” seja melhor. O jogo, obviamente escala a dificuldade consoante avançam de nível ou joguem com os amigos. Infelizmente, para já, só é possível jogar localmente ou online dentro da mesma plataforma, com o cross-play a chegar mais tarde.

No que menos gostei, tenho de assinalar alguns problemas no esquema de mira para ataques à distância. Nem sempre o “lock” é feito no inimigo que queremos, obrigando a alguma perícia e bastante paciência a apontar. Noutros lados, se, como eu, se perderem facilmente em labirintos, vão odiar o mapa de jogo. Tudo bem, é um claro “upgrade” ao infame mapa estático do original Minecraft. Contudo, neste género de jogo, acredito que seria bom a equipa de produção dar um ajuste para que o mapa seja mais prático e útil. Também não preciso mencionar que há bastante repetição a ter em conta. É algo esperado neste tipo de jogos, afinal.

No que toca à estética, já deu para notar que o “espírito” de Minecraft está intacto. O mundo “quadrado” formado por blocos uniformes e rectilíneos está muito bem representado, tendo apenas alguns efeitos visuais e animações que dão mais vida aos cenários, como as árvores que abanam com o vento, por exemplo. Ajuda bastante que a câmara esteja um pouco mais longe, fazendo-nos focar um pouco mais no ambiente e não tanto das figuras toscamente modeladas. Notam-se algumas “liberdades” da produção, obviamente ignorando algumas “máximas” de minecraft, como objectos inédito e até blocos de dimensões diferentes. Um anátema nesta série lendária mas, enfim…

Veredicto

Não está nada mal para um pequeno jogo de preço simpático, baseado num sucesso mundial de grande popularidade. Minecraft Dungeons pode não ter a profundidade de um ARPG consagrado, mas é um bom esforço dos Mojang Studios. É uma boa aventura da produção para quebrar algumas convenções com o universo simpático de Minecraft. É divertido de jogar com amigos e oferece bastante entretenimento, entre a sua simplicidade e algumas boas ideias.

  • ProdutoraMojang Studios
  • EditoraMicrosoft Game Studios
  • Lançamento26 de Maio 2020
  • Plataformas
  • GéneroAcção, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • O sistema de "aim"
  • Enredo é acessório
  • O mapa podia ser melhor

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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