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Metal Gear Solid HD Collection

Snake, Naked Snake ou Solid Snake é um nome que os amantes de jogos de acção recordam com nostalgia. A série Metal Gear Solid já nos acompanha desde a velhinha PSOne e traz muitas saudades a memória de horas passadas a jogar na pele de um dos agentes secretos mais carismáticos da história dos videojogos.

Metal Gear Solid HD Collection traz para a modernidade (possível) dois jogos clássicos e um dos últimos anteriormente só disponível para Playstation Portable. Agora compatível não só com a Playstation 3, mas também com Xbox 360 e futuramente na nova portátil da Sony, Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty, Metal Gear Solid 3: Snake Eater e Metal Gear Solid: Peacewalker, renascem para a geração actual.

Preparem-se para a melhor acção furtiva de sempre, agora em HD pela mão da Kojima Productions e Bluepoint Games.

Tactical Espionage Action

A série Metal Gear Solid é uma ode ao jogo táctico de acção furtiva. Na pele de um protagonista cheio de personalidade e com o auxílio de personagens não menos carismáticas através do célebre Codec (uma espécie de rádio codificado com vídeo ou apenas som), somos convidados a infiltrar-nos em bases altamente guardadas, evitando sermos vistos ou ouvidos. Como armamento, regra geral, usamos apenas uma pistola de dardos tranquilizantes ou uma faca com atordoante eléctrico. Mas há mais armas e gadgets para os momentos que temos de usar a força.

Pela ordem cronológica surge Metal Gear Solid 3: Snake Eater. Ao longo de toda a série ouvimos falar do mítico Big Boss. O agente da CIA da divisão FoxHound, Naked Snake como passa a ser conhecido, é um ex-boina verde altamente qualificado que em plena guerra-fria em 1964 é destacado para uma missão importante com o nome de código “Virtuous Mission” de modo a infiltrar-se no meio da União Soviética e recuperar um importante cientista que detém segredos do regime Soviético. Sokolov está na posse do Coronel Volgin e de uma equipa muito especial denominada Cobra Unit. O seu cativeiro é causado por uma nova arma que está a ser obrigado a desenvolver. A primeira Metal Gear chamada Shagohod. A missão corre incrivelmente mal quando Snake descobre que a sua mestre e mentora The Boss acabou de se juntar ao lado Russo do conflito. No rescaldo de uma delicada operação de resgate com repercussões políticas, Snake é novamente activado para a nova e derradeira missão “Operação Snake Eater”. A missão é não só travar os planos do Coronel Volgin e a sua Metal Gear como assassinar The Boss.

Metal Gear Solid: Peacewalker acompanha os eventos seguintes a MGS3 e é altamente inspirado uma série pouco conhecida que passou pela PSP de nome MGS: Portable Ops, emprestando deste jogo não só o protagonista como a maioria das opções de jogabilidade. Quatro anos depois da operação Snake Eater, Snake desvincula-se da CIA e da equipa FoxHound, sobretudo depois de descobrir a verdadeira face do grupo chamado Patriots. Aliando-se com o seu fiel amigo Kaz, forma os Militaires Sans Frontiers (Militares Sem Fronteiras) quando são abordados oficiosamente pelo governo da Costa Rica para travar a invasão de um grupo para-militar denominado de Peace Sentinels. Os eventos das diversas operações levadas a cabo por Snake e seus auxiliares e parceiros acaba por descobrir um golpe de proporções enormes que ameaça todo o mundo. O projecto “Peace Walker” que Snake fica na incumbência de travar.

Metal Gear Solid 2: Sons of Liberty passa-se quatro anos depois do incidente de Shadow Moses (MGS 1) em 2009. Na pele de um novo protagonista de nome Raiden a nossa missão é infiltrar-nos numa plataforma oceânica de pesquisa denominada Big Shell. Segundo o briefing, Raiden, membro da FoxHound, deve investigar a presença de um grupo terrorista de nome “Dead Cell”, ao mesmo tempo que uma equipa SEAL resgata o presidente dos Estados Unidos mantido como refém. É-nos dito que o próprio Solid Snake é o protagonista deste acto terrorista. Algo que acabamos por descobrir ser inteiramente falso. Raiden acaba por descobrir um enorme enredo cheio de reviravoltas e surpresas que resulta em mais uma Metal Gear nas mãos de terroristas, desta vez o famigerado Metal Gear Ray. Mas agora não é só Snake que tem de travar os terroristas, o novo herói Raiden salva o dia.

PS2/PSP Vs PS3/Xbox360

Vamos a factos. Os fãs desta série já gostavam da forma como o criador da série Hideo Kojima tinha espremido a Playstation 2 ou a Playstation Portable para níveis de grafismo e fluidez jamais atingidos. Com a premissa de se usarem as poderosas consolas actuais, que novidades há a destacar?

Antes de mais a imagem em baixo dá um comparativo entre as plataformas. Infelizmente não nos foi possível testar todas as plataformas por não termos acesso à novíssima Playstation Vita, não só o jogo ainda não está disponível como a Sony não nos facultou a respectiva consola. Mas considerando o hype gerado em volta do facto do grafismo ser “semelhante” ao conseguido pela PS3, pensamos que não é problema só falarmos das versões em mãos, a Playstation 3 e a Xbox 360. Poderá ter alguns controlos na função “touch”, mas julgamos completamente acessório e sem interesse.

A nível de interface, jogar MGS2 e MGS3 originais na Playstation 2 era um martírio. Nada mudou nesta nova versão. Podem ser boas ou más notícias, mas de facto os puritanos vão adorar voltar aos controlos clássicos e a tumultuosa câmara de jogo sempre com vida própria e nada auxiliar.

Estão de regresso o botão quadrado (PS3) ou X (X360) para disparar, o L1 (PS3) ou LB (X360) para passar para a primeira pessoa e a lentíssima e desesperante mira. De facto, justificava-se uma actualização no interface, mas como não é possível agradar a todos, achamos que acabaria por causar mais polémica que deixar tal qual está e, pelo desafio, recordar as muitas horas de terror de quando miramos, se não estivermos voltados para o sítio certo, acabamos a disparar para a parede ou algum arbusto.

Já MGS: Peacewalker não sofre destes problemas, visto ser um jogo muito mais recente. Neste caso, o fatídico problema de câmara e mira é atenuado, embora imperfeito. Neste jogo, há que salientar que os menus e efeitos são demasiado “PSP”, apesar da dimensão dos televisões ou monitores modernos. O interface podia ser adaptado, mas nada de preocupante. Este jogo, já agora, é o único que oferece jogabilidade em modo cooperativo multijogador. Tem também uma interessante oferta aos jogadores que já possuíam o jogo na PSP, podem agora ligar à PS3 e transferir os dados para continuar a jogar sem ter de tomar o jogo de início. Atenção é que os troféus/achievements não são desbloqueados desta forma. Mas enfim, melhor que nada.

A nível de grafismo, a remasterização é a mais importante novidade, claro. Basta olharem para a imagem que disponibilizamos entre os jogos originais e esta nova edição para verem duas importantes novidades: Há um redimensionamento importante dos planos, sobretudo em Peacewalker, um trabalhar na definição e nos efeitos, fruto do novo motor gráfico adaptado na PS3 e X360 e uma melhor fluidez de imagem. Para dizer a verdade, haviam diversos problemas de framerate em MGS3 por exemplo em áreas de densa folhagem que foram (finalmente) corrigidos nesta versão. Também de notar que a profundidade de campo (a distância de foco tantas vezes usadas na PS2 para esconder faltas de processador) foi revista, evitando borrões. As texturas são puramente HD e acrescentam detalhe, embora por vezes se note alguma pobreza nos cenários, sobretudo em grandes planos. Por fim, há que assinalar que as câmaras foram revistas, os planos melhorados e alguns pormenores de perspectiva foram também melhorados. Não é perfeito, sobretudo nos clássicos, mas ajuda e muito.

A nível de animações, sobretudo sincronismo de lábios e expressões, é de notar que os jogos mantiveram a sua herança. Ou seja, são maus. Tirando MGS: Peacewalker que beneficia de ser mais moderno, mesmo assim não é o que se espera de um jogo para PS3/X360. É pena que a Bluepoint Games não tenha perdido um pouco de tempo a melhorar a falta de precisão nas faces das personagens, afinal do que vivem estes jogos.

Destaque para o facto de dois importantes jogos da série, Metal Gear e Metal Gear: Solid Snake, dois clássicos que iniciaram toda a saga serem oferecidos dentro do jogo MGS3: Snake Eater. O que não faz sentido é não estar presenta aqui o primeiro Metal Gear Solid, lançado para PS One.

Veredicto

Apesar de alguma polémica em volta de reedições de jogos, a principal novidade é que os amantes puristas dos Metal Gear Solid originais não terão de se preocupar com alguma alteração ou inclusão de alguma novidade a nível da jogabilidade ou estória. O que é bom e mau. O que era bom manteve-se o que era mau manteve-se.

A remasterização, no nosso ponto de vista é puramente cosmética com novas texturas e gráficos. Infelizmente não é perfeito e por vezes não parece fazer jus à consola em que estamos a jogar. Mas afinal que colecção HD faz? Se é uma remasterização é isto que temos em mãos, se for um remake é algo do género de Crysis para consolas ou Halo Anniversary. E aí é outra liga completamente diferente.

Por último, temos de discordar da abordagem da Konami em não incluir Metal Gear Solid, o primeiro para PSOne e optar pelo menos popular (e menos interessante para o enredo geral) Peacewalker. Não achamos que seja um mau jogo, mas a estória do primeiro MGS é tão importante e essencial para os demais jogos que não faz muito sentido não estar nesta colecção. Sobretudo para os jogadores da Xbox360 que nunca tiveram estes jogos na sua consolas e agora jamais terão o primeiro MGS, a não ser que Kojima não se fique por aqui… a ver vamos.

  • ProdutoraKojima Productions
  • EditoraKonami
  • Lançamento3 de Fevereiro 2012
  • PlataformasPS3, Vita, Xbox 360
  • GéneroAcção, Estratégia
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Remasterização é meramente cosmética
  • Falta do primeiro Metal Gear Solid na colecção
  • Problemas técnicos não foram bem resolvidos

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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