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Análise: Mass Effect 2

Há jogos que marcam pela diferença. Ou são francamente maus ou inovam em todos os campos e tornam-se ícones no seu género. Quando o primeiro jogo Mass Effect estreou, todos os amantes de Role Play Games (RPG) conheceram uma evolução surpreendente a nível gráfico, a nível de enredo, evolução das personagens e interacções e uma soberba integração de elementos de acção na terceira pessoa, tudo embrulhado numa construção de cenários, ambientes e design irrepreensível. 

Pouco tempo depois, Mass Effect 2 chegou novamente aos ávidos fãs da saga do Commander Shepard e de tanto receio de não estar à altura, acabou por valorizar ainda mais a série com um jogo em tudo polido, em tudo inovador. A estória, de facto, parecia inferior e a beber muito do jogo anterior, mas consegue a pulso agarrar o jogador até ao fim com uma nova ameaça e novos twists, pegando nalguns sobreviventes da primeira toma e inserindo novos.

Mas tudo o resto estava lá. E os fãs esfregaram as mãos de contentes com o anúncio de Mass Effect 3 ainda neste ano de 2011. Mas com este anúncio, veio um outro. Mass Effect, depois de estreado em PC e Xbox 360 iria chegar à consola da Sony já em Janeiro deste ano.

Apesar do grande entusiasmo dos Playstationers, o receio de um port mal feito, como tantos outros, minou a primeira abordagem do jogo, sobretudo com uma demo disponibilizada na PSN com franca má qualidade em diversos aspectos.

Mass Effect Comic

Factor de preocupação era o facto de apenas Mass Effect 2 ser editado, sem que os jogadores da consola Sony tivessem acesso a o primeiro jogo que tanta coisa explica, introduz e expande. Isto tem a ver com o facto de Mass Effect ter sido originalmente editado pela Microsoft antes da Bioware ter sido adquirida pela Electronic Arts. Um duro golpe que priva a PS3 desse grande jogo.

Por isso, a produtora Bioware, ao invés de reeditar o datado primeiro jogo decidiu premiar o pessoal da PS3 com uma reedição de Mass Effect em formato de Comic Digital intitulada de “Mass Effect Génesis” da responsabilidade da Dark Horse Comics. Talvez soe a remendo de ultima hora, talvez não seja muito lógico, mas de facto o primeiro jogo ainda é uma complexa teia de eventos que mereciam ser jogados, mas para isso os Playstationers ou compram o jogo para PC ou Xbox360, ou contentam-se com a comic que até nem é má de todo com algumas coisas interessantes.

Por exemplo, esta comic é interactiva nalguns pontos. Permite-nos escolher determinadas situações para que as escolhas reflictam que tipo de personagem teremos em Mass Effect 2. Isto porque quem tem as versões PC ou Xbox pode pegar no savegame do primeiro jogo e daí transportar a personagem e escolhas da mesma para o segundo capítulo.

Alem disso, a comic salta partes menos importantes do primeiro jogo que não tentam explicar nada do enredo e apenas serviam de interacção com personagens ou locais, poupando algumas horas de explicação e saltando de imediato para o que interessa. Imaginando que para chegar aos eventos do segundo jogo tivessem de jogar horas do primeiro, é de louvar esta comic pela facilidade que explica a estória de John Shepard, da tripulação da nave Normandy e dos eventos que levaram a uma guerra interestelar com seres invasores chamados de Reapers.

Resumindo, a comic não substitui o primeiro jogo, mas cumpre na perfeição o seu papel de introduzir os eventos para este jogo.

O Efeito em Massa…

Podíamos falar do enredo e dos eventos que tão bem caracterizam Mass Effect 2. Mas, apesar de aqui o portal WASD ainda não existir aquando do lançamento dos dois primeiros jogos para PC e Xbox360, não vamos passar o tempo a falar novamente do que fez Mass Effect 2 eleito o RPG do ano 2010 e porque a série toda é considerada um marco na estória dos RPG. O sucesso de grandes jogos como este (e outros da Bioware como Knights of the Old Republic ou Dragon Age) é suficiente para saberem que tem um grande jogo em mãos.

A estória gira em torno do regresso do Commander Shepard, trazido de volta à vida (literalmente) pela organização Cerberus para uma nova ameaça que promete colocar os eventos do primeiro jogo na categoria menor. Shepard tem a missão de não só reunir uma equipa totalmente nova como de patrulhar a galáxia à procura de pistas para caçar os furtivos Collectors.

Através de uma tecnologia extra-terrestre, chamada de “Mass Relay”, os humanos exploram a galáxia em busca de formas de combater esta raça que se diverte a escravizar outras espécies, nomeadamente e especialmente humanos, numa altura que a Humanidade assume um papel preponderante no conselho que ministra toda a Galáxia.

O resto? Tem de jogar, apesar de sempre acharmos que o primeiro Mass Effect foi sempre superior em termos de acção e de enredo, este é uma ode à cinematografia, aos efeitos especiais e aos diálogos ricos com personagens cheias de carisma.

A Normandy desapareceu, Viva a nova Normandy!

Estamos aqui para falar na versão Playstation 3 deste jogo. E lamentamos a todos os jogadores de PC e Xbox 360 mas Mass Effect 2 é um jogo superior em vários aspectos nesta consola.

Em primeiro lugar, no que diz respeito ao pacote que vem com o jogo, estamos a falar de um conjunto de goodies que ninguém fica indiferente. Alem da já mencionada comic interactiva, temos DLC que expandem o jogo… no próprio pacote. Ou seja, aquilo que os jogadores tinham de comprar no PC ou Xbox, já vem incluído. São estes o “Kasumi Stolen Memories”, “Overlord” e “Lair of Shadow Broker” que acrescentam mais de 6 horas mais de jogo. Alem disso na PSN estão disponíveis por tempo limitado armaduras gratuitas que pertenciam a pacotes pagos nas outras plataformas… Muito bom!

Mas o jogo, o jogo em si. Há novidades na plataforma PS3, além do pacote preparado pela EA para premiar os meses de espera? Há sim.

Quando a pequena Demo de Mass Effect 2 chegou à PSN, quem a jogou e conhecia o jogo nas outras plataforma ficou com um péssimo gosto amargo na boca. Ali estava mais um port incrivelmente inferior de um jogo épico com um motor gráfico de alguma forma impreciso e que dava cabo das fantásticas animações e efeitos que sempre caracterizaram Mass Effect, para torná-los banais e sem sumo.

Mas foi a própria Bioware que acalmou as hostes com uma informação pertinente: Aquela demo era antiga, não foi trabalhada e não representava o jogo final. Melhor! A edição PS3 de Mass Effect 2 seria elaborada no novo motor gráfico já anunciado para Mass Effect 3! E será que convence?

Que nos perdoem os utilizadores do PC ou da Xbox360, mas Mass Effect 2 é uma versão superior. Como se pega num jogo já excelente e se melhora? Simples, pega-se na performance da PS3, junta-se um motor gráfico polido e exemplar e obtem-se um Mass Effect 2.5 que só peca por ainda não ser o terceiro capítulo.

Tudo é deslumbrante, todas as sombras, efeitos de luz, movimentos e optimizações, em nada podemos comparar com as outras plataformas. Nota-se o extenso trabalho da Bioware em garantir o total aproveitamento das capacidades da consola Sony e o usufruto de novas tecnologias de rendering para grandes efeitos. Parem um pouco e olhem em volta… A qualidade é cinematográfica e roça o realismo com mestria. Esta é, de facto, a derradeira versão do jogo, numa lufada de ar fresco em jogos PS3 portados que regra geral são versões de recurso mal optimizadas, neste caso foi quase um jogo totalmente feito de raiz e que realmente demonstra que é possível puxar a PS3 um pouco mais além em jogos multiplataforma. Basta querer…

Veredicto

Para quem nunca jogou nenhum dos Mass Effect, como os playstationers convictos, este é um jogo obrigatório. Para todos os que já o jogaram no PC ou na Xbox360, adquirir esta versão é só mesmo para fãs convictos, pelo que as comparações e explicações de que se trata de um jogo superior podem não ser as suficientes para justificar a compra. Mas se puderem, dêem uma vista de olhos nesta versão PS3 e já são fãs, preparem-se para o derradeiro deslumbre.

  • ProdutoraBioWare
  • EditoraElectronic Arts
  • Lançamento26 de Janeiro 2010
  • PlataformasPC, PS3, Xbox 360
  • GéneroAcção, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Não encontrámos falhas para criticar!
  • Não há remake do primeiro ME
  • Tempo de espera para o ver na PS3

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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