harvest_moon_lost_valley

Análise: Harvest Moon: The Lost Valley (3DS)

A Natsume pegou na marca Harvest Moon mas ignorou o resto do charme da série clássica.

Muito antes de existir o Farmville, existia Harvest Moon – um jogo cujo objectivo era recuperar uma quinta, influenciando a cidade e as pessoas das redondezas. Estabelecer relações pessoais, cultivar a terra, alimentar a bicharada que povoa a quinta são apenas alguns dos aspectos que dão à saga Harvest Moon aquele je ne sais quoi que a torna num clássico.

Não obstante, a realidade aqui é outra, contrastante com a dos jogos antigos. Afinal esta é só uma tentativa de fazer um Harvest Moon pela Natsume sem a equipa que normalmente trabalha com a série. A Natsume, outrora apenas a editora (hoje possui a marca), decidiu criar um novo Harvest Moon, sem a equipa original da Marvelous Entertainment. O resultado foi este Harvest Moon: The Lost Valley, com alguns pormenores curiosos mas que, do original, pouco assume.

Uma das propostas mais interessantes de The Lost Valley é a capacidade que atribui ao jogador de manipular o terreno, muito ao estilo de Minecraft. Subir ou baixar terreno está ao alcance da pá do jogador e permite muita criatividade quando estamos a desenhar a nossa quinta. Neste aspecto, é importante assinalar a facilidade de controlos neste Harvest Moon: The Lost Valley, permitindo assim introduzir alguns fãs mais novos à série. Mas será esta a melhor entrada para o fazer? Fica a dúvida…

Infelizmente, as relações com a comunidade são praticamente inexistentes, não existindo nenhuma cidade para visitar e apenas sendo possível interagir com as personagens que aparecem no nosso quintal. Sim, o nosso quintal é local de romaria todos os dias da semana. Por alguma razão estranha, a Natsume decidiu inverter uma premissa da jogabilidade da série Harvest Moon: a de visitar a cidade em busca de produtos, algo que inevitavelmente acabava por introduzir novos relacionamentos com as pessoas com quem interagíamos. Portanto, se Maomé não vai à montanha (neste caso à cidade), a montanha vem até ao Maomé.

Esta opção da Natsume acaba por limitar o espaço que o jogador pode explorar em Harvest Moon: The Lost Valley. Ao nosso alcance para explorar temos apenas a nossa quinta, uma floresta e algumas cavernas. Esta limitação imposta pela Natsume acaba por, desculpem a redundância, limitar também a experiência de jogo deste título na portátil da Nintendo. As estações do ano que, de alguma forma, poderiam trazer uma variedade que seria bem recebida pelos jogadores perante a estagnação dos cenários, acabam por demorar uma quantidade exagerada de tempo a passar.

Embora um JRPG na sua génese, Harvest Moon sempre manteve de parte a componente da fantasia que caracteriza o género. Afinal de contas, por muito que sejamos apaixonados por cultivar a terra, esse acto pouco tem de mágico. Ora, por alguma razão, a Natsume decidiu introduzir neste “seu” título da saga uma componente mágico-religiosa com pequenas fadas que influenciam as estações. Uma boa adição perguntam vocês? Nem por isso… Harvest Moon estava melhor como estava.

Veredicto

Esta é a primeira tentativa pela Natsume de desenvolver sozinha a marca Harvest Moon que lhe pertence. No entanto, sem a equipa original a tarefa parecia impossível e este Harvest Moon: The Lost Valley é a prova disso. As semelhanças com Minecraft são interessantes e este título será sobretudo apelativo a todos aqueles que ainda não conheçam a série. Por sua vez, os fãs vão estar constantemente a procurar semelhanças com os títulos anteriores e, no final, só vai ficar uma enorme desilusão.

  • ProdutoraNatsume Inc
  • EditoraNatsume Inc
  • Lançamento19 de Junho 2015
  • Plataformas
  • GéneroRole Playing Game, Simulação
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Onde está a cidade?
  • A parte mística
  • Porque raio as pessoas não nos largam a porta?

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

Comentários