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Análise: Gran Turismo 6 (PS3)

Kazunori Yamauchi, o big boss da Polyphony Digital e também o mentor da série Gran Turismo, é um homem obcecado por automobilismo. Um verdadeiro amante de tudo o que tenha quatro rodas e Gran Turismo é a visão da sua paixão que tem vindo a perseguir o perfeccionismo fazendo com que cada jogo da série fosse uma réplica em todos os detalhes da experiência de condução real, desde os visuais fotorealistas até ao controlo super realista de cada carro.

Foi a sua obsessão, no bom sentido, que tornou o Gran Turismo naquilo que é hoje. Contudo, deixa o sexto jogo da série numa situação longe do primeiro lugar do pódio. É o melhor jogo da série, disso não há dúvida, no entanto, ainda persegue a perfeição e tem algumas lacunas que não foram resolvidas que não consigo perdoar. Comparavelmente com o GT5, o GT6 tem ainda mais carros e pistas, melhorias nos gráficos e o mais importante, uma condução mais realista. Depois de tantas queixas sobre a suspensão e pneus do jogo anterior, Kazunori investiu neste aspecto em particular e a sua resposta é bastante melhor do que o que foi visto em GT5.

O magnífico video de entrada com a fundação Ayrton Senna é capaz de causar arrepios e no fim não resta dúvidas que algures em 2014 teremos conteúdo sobre o lendário piloto brasileiro, assim que entramos no menu do jogo, somos presenteados com o novo layout mais limpo e bastante mais rápido de navegar. Contudo, continuamos um bom tempo à espera para entrar em pista depois de carregar em “Go”.

A estrutura de carreira mantém-se inalterada, continuamos a percorrer a nossa jornada através de diferentes classes de corrida, participando em campeonatos e eventos de diferentes marcas. Sempre com aquele upgrade específicio para participar numa corrida que pede um bólide mais potente. GT6 é mais fléxivel que os seus antecessores, principalmente nos eventos que temos de participar e na sua ordem. As posições no pódio garantem-nos créditos e também estrelas. São estas as responsáveis por desbloquear determinados eventos. Mais importante ainda é o facto de precisarmos de uma série delas para desbloquear as licenças, que são necessárias para mudar de classe e também para participar em corridas online.
A forma como ganham as estrelas é ao vosso gosto, é possível focar em campeonatos e lutar pelo primeiro lugar da grelha ou participar aleatoriamente em corridas e aceitar o lugar ganho. A grande flexibilidade é a possibilidade de nos podermos focar nas classes que mais gostamos. Podem, por exemplo, saltar os eventos de carros eléctricos e participar com carros mais potentes como os American Muscle. É convosco!

Entretanto, no meio da carreira, existe o “Coffee Break”, que não é nada mais, nada menos que missões e desafios para quebrar a monotonia. Aqui existem um série de desafios para testar a nossa condução. No primeiro desafio temos de derrubar um determinado número de cones lutando contra o relógio. Com o tempo vamos desbloqueando novos desafios para testar a nossa aptidão para drift ou descobrir o quão longe conseguem ir na Nurburgring com combustível limitado.
Fora da carreira, existem outros eventos como conduzir na surperficie da lua (sim, é verdade!) Onde a ausência de gravidade dificulta bastante a condução.

Em relação aos carros, a variedade é enorme, são cerca de 1200 carros que vão desde os clássicos até aos super desportivos, não deixando de lado SUVs nem carros executivos. Contudo, continuo a estranhar o porque é que a marca Porsche não está presente. Em pouco tempo podemos ter o FIAT 500, Range Rover Evoque e até mesmo um GT-R na garagem. Se quiserem conduzir McLarens, Bugattis e Ferraris terão de perder algumas horas no jogo.
Se tiverem falta de tempo e quiserem saltar imediatamente para os carros mais potentes, têm agora a possibilidade de usar micro transacções, permitindo a compra de créditos do jogo com dinheiro real. A boa notícia é que a Sony o fez da melhor forma, vendendo packs de créditos em variados preços, mas sem tornar o jogo super difícil até ao ponto de te obrigar a tirar a carteira do bolso. É apenas um atalho.

Como seria de prever, qualquer carro é uma experiência única de condução. O GT5, apesar de bom, recebeu algumas queixas sobre a suspensão e sobre os pneus não terem o devido comportamento. Para melhorar esta questão, o GT6 possui um novo sistema que usa informações da fabricante de pneus Yokohama e informação dos especialistas de suspensão KW. Desta forma o movimento dos carros e a forma como fazem as curvas é muito mais realista. Ao conduzir, sente-se quando a traseira do carro está prestes a fugir ou até quando os pneus perdem aderência. Assim que experimentam carros mais rápidos, cada volta é um desafio e um prazer de conduzir.

Ainda sobre os carros, continuam separados em duas categorias, os conhecidos standard e os premium, tal como apresentado no GT5. Apesar de não existir essa indicação no jogo, é clara a diferença nos carros. Os standard possuem silhuetas no cockpit e até o aspecto exterior é mais fraco que o dos premium.

Graficamente, o GT6 está para a PlayStation 3 como o God of War 2 está para a PlayStation 2, é um triunfo técnico com o que podemos ver actualmente na PS4 e não há forma de ignorar que todo o jogo corre a uns impecáveis 60fps em 1080p, provando que a PlayStation 3, que já conta com 7 anos, é capaz de experiências sublimes! Não obstante, ainda tenho algumas queixas. Não percebo como um simulador deste calibre tem ausência de danos nos carros. Para não falar no som oco que faz quando colidimos com qualquer coisa, seja a que velocidade for. Existem jogos com grandes detalhes na destruição de carros e, na minha opinião, isso faz falta ao Gran Turismo, danos com implicações na condução!

Veredicto

Na última década, Gran Turismo tornou-se mais num jogo de condução do que de corridas. A inteligência artificial foi melhorada, quando comparando com o GT5, e há mais carros em pista. Contudo, são todos muito educados, como se formassem uma linha recta ordenada pela capacidade de velocidade de cada um antes de passar a linha da meta. Fora isso GT6 é o melhor Gran Turismo, com gráficos e motor de física que esmiuça a PS3 ao máximo. Uma lista de carros massiva e uma boa selecção de pistas. Conteúdo não lhe falta, apenas algumas arestas para limar como os danos, IA e o som do carros.

  • ProdutoraPolyphony Digital
  • EditoraSony Computer Entertanment
  • Lançamento5 de Novembro 2013
  • PlataformasPS3
  • GéneroCondução, Simulação
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Ausência de danos
  • Sons dos carros e das pancadas
  • Inteligência artificial
  • Exploração Lunar... a sério?

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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