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Análise: God of War Origins Collection

Pensávamos todos que não se podia espremer mais a série God of War, até um dia a Sony ter a ideia de remasterizar jogos da Playstation 2 ou Playstation Portable em formato HD para a Playstation 3 e pegar em Kratos para liderar essa estratégia.

Com duas edições que ressuscitaram God of War e God of War 2 (Playstation 2 no volume I) e agora God Of War Chains of Olympus e God Of War: Ghost of Sparta, ambos editados para PSP há uns tempos. A teoria é que poderão ter toda a série na Playstation 3 e aproveitar a sua qualidade gráfica para tirar partido de uma grande série. Mas é só a teoria, como na verdade as coisas não são bem assim.

Como aconteceu no Volume I, esta nova versão de jogos desenvolvidos para uma consola claramente inferior em capacidades e performance não será propriamente uma remasterização mas uma conversão quase linear. O que melhora? Definição e fluidez, tudo o resto mantém-se, até mesmo os erros.

God Of War: Chains of Olympus

Surgiu logo a seguir ao sucesso dos dois primeiros jogos para PS2, trazendo a portabilidade nas aventuras de Kratos. Na verdade, os eventos deste jogo passam-se durantes os 10 anos que antecederam o primeiro God of War.

Enredo

Chains of Olympus fala dos primórdios de Kratos ao serviço dos Deuses do Olimpo. Enviado para a cidade de Attica, Kratos terá de defender esta cidade perante a invasão dos Persas. Exasperado pela aparente facilidade com que derrota o exército Persa, Kratos desafia os deuses e Morfeu faz descer à terra um manto de escuridão que leva o protagonista a batalhar contra figuras fantasmagóricas e recebe pela primeira vez a ajuda de Atena, a deusa que o irá acompanhar ao longo de toda a série.

Situado no período imediatamente antes dos eventos do primeiro jogo para PS2, Chains of Olympus comenta e demonstra um dos momentos mais dramáticos da estória aquando da reunião de Kratos com a sua filha Calliope.

Análise Técnica

Não poderemos julgar este jogo nos parâmetros da Playstation 3. Na altura que foi lançado (2008) para PSP o jogo apresentava excelente grafismo e performance, com uma jogabilidade melhorada desde GoW2. Não se pode dizer que era uma marco tecnológico mas, de facto, para quem o jogou na consola portátil era competente. Com uma ou outra falha de fluidez dada a limitação de interface dos botões e cursores da PSP, mas absolutamente aceitável.

Neste port ou conversão, o jogo apresenta-se datado. Embora a fluidez seja excelente, não raro, porém, temos quebras para entrada de cutscenes em que a transição não foi bem feita e há uma pausa desnecessária.

A nível gráfico, não foi feito nenhum trabalho de modelação e apenas as texturas foram ligeiramente actualizadas. Mas nota-se demasiado que este jogo foi feito para um ecrã muito mais pequeno. Ao ampliar para um monitor ou televisor moderno, os braços das personagens toscos e as mãos a parecerem cepos talhados lembram ao jogador que este não é um jogo PS3 nativo. Também não eram os jogos do anterior volume, mas ao menos aí a escala dos gráficos permitia alguma comparação. Neste caso, é normal que os cenários parecem despojados e vazios, porque não só a PSP não tinha capacidade, como o tamanho do ecrã não justificava.

Resultado é que um jogo que tirou partido das potencialidades da PSP não é nada de especial no port.

Mas se se concentrarem na acção, Chains of Olympus é um dos jogos mais energéticos desta série. É o que tem mais momentos de acção e combates mais violentos e duradouros. Novamente a limitação da PSP faz com que o número de adversários não seja tão elevado como noutros GoW, mas vão aparecendo em vagas ou então surgem durante movimentações pelos mapas.

As armas são bem modeladas com o regresso das letais Blades of Chaos e a inserção de uma série de outras nova armas como um Sun Shield e novas magias. De regresso estão a procura por Gorgon Eyes e Phoenix Feathers para aumentar a energia e a magia respectivamente, alem das habituais arcas para recuperar energia, magia e sangue para sacrifício.

Preparem-se para os habituais combates épicos, o mau feitio de Kratos e muito sangue derramado por todo o lado. Aí, achamos que toda a série está de parabéns porque todos os jogos transmitem a mesma grande jogabilidade.

Alem do modo carreira com a conhecida longevidade das aventuras de Kratos contem ainda com os famosos desafios com Challenge of Hades que desbloqueia alguns extras.

God Of War: Ghost of Sparta

Foi editado quase em conjunto com God Of War 3 para a Playstation 3. Foi um dos marcos de sucesso deste ultimo capítulo de Kratos já que havia interacção entre os dois jogos, nomeadamente uma nova skin para usar em GOW3 para quem possuísse o jogo da PSP e outras novidades emprestadas do jogo da PS3.

Enredo

Finalmente nos é explicado a importância das tatuagens vermelhas de Kratos. Um oráculo profetiza que os deuses do Olimpo cairão não pela força dos Titãs mas pela ira um herói “marcado”. Esta profecia leva à confusão por parte de Zeus e Ares de que o seu némesis seria Deimos, o irmão de Kratos, já que este apresentava uma estranha marca de nascença. Ares rapta Deimos e ao tentar travá-lo Kratos recebe a sua famosa marca no olho direito.

Deimos é feito prisioneiro por Tanatos, o deus da Morte e Kratos parte em busca do seu irmão. A reunião porém, não será nada fácil não só pelas peripécias da aventura como pelas feridas do passado, difíceis de sanar.

Apesar de começar bem antes dos eventos de Chains of Olympus com o treino de Kratos por Ares, Ghost of Sparta acaba por se situar entre God Of War e God Of War 2.

O enredo é meramente residual no que acrescenta à estória geral da série. Mas acaba por explicar alguns pontos, como as já mencionadas tatuagens e preenche um vazio que existia acerca da restante família de Kratos. De resto, nada mais.

Análise Técnica

Um jogo de 2010 que tira todo o potencial da Playstation Portable. Poucos jogos tiveram tanto trabalho de qualidade na portátil da Sony. Cenas épicas e efeitos especiais quase, quase, ao nível da PS3, sem dúvida será o melhor jogo logo abaixo de God Of War 3 a nível gráfico, animações e efeitos especiais.

Infelizmente, porém, o jogo duplica algumas questões de ordem técnica do anterior jogo Chains of Olympus. Afinal usa o mesmo motor de jogo, muito melhorado, mas é o mesmo. As mesmas limitações de número de personagens e repetição das mesmas. E depois a nível de armas, regressam as habituais Blades of Athena (não são iguais em aspecto e nome, mas tem o mesmo feeling das Blades of Chaos), Arms of Sparta, um conjunto de aríetes e escudo que tem um poder devastador e uma nova forma de ataque como surgiu em GoW3 chamada Rage (neste jogo chama-se Thera’s Bane) e que se vai regenerando depois de usada. Novas formas de magia também foram integradas.

Regressam os Gorgon Eyes, Phoenix Feathers e arcas com energia ou magia, mas também os Minotaur Horns que recuperam energia para o ataque especial.

Apesar de tudo, Ghost of Sparta será o jogo que mais beneficia do tratamento HD. Talvez por ser mais recente que o outro jogo que o acompanha, na conversão nota-se um cuidado mais afincado na qualidade dos cenários e texturas e colocando o jogo lado a lado com a consola portátil chegamos mesmo a notar algumas melhorias a nível de animações.

A integração de novas interacções como os ataques que empurram os inimigos para o chão.

Alem do extenso modo carreira, também estão incluídos os Challenges of Athena, mas também o Temple of Zeus e uma Combat Arena para desafiar a nossa perícia e desbloquear extras.

Veredicto

É um conjunto obrigatório para todos os fãs da série. Dois excelentes jogos que complementam os três outros para PS2 e PS3. Infelizmente, tal como no primeiro volume, justificava-se uma remasterização mais profunda para os padrões da PS3, mas não passam de meros ports. Embora beneficiem de maior fluidez com gráficos polidos em HD e uma melhoria generalizada na performance (60 fps anunciados), apenas Ghost of Sparta tem realmente bom aspecto na consola HD da Sony. Acabam ambos por serem jogos de portátil adaptados e para quem já os tinha na PSP não acrescentam rigorosamente nada. Bom, acrescentam rumble (virbração) para o comando Dualshock, mas nada mais de assinalável.

Esta colecção traz a hipótese de jogar em 3D, isso pode ser uma novidade para quem gostar de jogar em modo estereoscópico, mas para os outros nem por isso. Foram criados Troféus e um documentário como bónus desta edição.

No final se quiserem mais do mesmo, se não possuíram os jogos nas suas versões originais ou apenas querem renovar a “frota” de jogos, esta colecção (assim como o primeiro volume) é uma boa compra.

  • ProdutoraReady at Dawn
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento13 de Setembro 2011
  • PlataformasPS3
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Poucas justificações para adquirir
  • Falta de dinâmica comparados com outros GOW
  • Jogos de ecrã pequeno, ampliados
  • Não houve trabalho de modelação

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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