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Análise: God of War Ascension

Kratos já esteve em todo o lado. Já esteve vivo e já esteve morto. Já lutou no Olimpo e já andou a partir tudo no Hades. Que faltava? Quase nada, certo? Até porque mesmo com os jogos pelas consolas portáteis, parecia que Kratos já tinha visto e feito tudo o que podia contra os Deuses do Olimpo e contra os Titãs. Mas eis que um novo jogo da Santa Monica Studio, God of War Ascension, nos traz mais uma porção da história do homem a quem acontece tudo… E é mais um pedaço do passado, encaixado entre jogos… outra vez…

Não sabem (mas vão saber) como odeio jogos que são “Prequelas”, sobretudo quando o enredo principal anda para a frente e para trás ou quando uma estória intermédia acrescenta zero ao enredo total. Esta estória passa-se uns anos antes do primeiro God of War (PS2), mais precisamente mesmo antes de God of War: Chains of Olympus (PSP). Ou seja, é o mais recente jogo da saga, mas o primeiro no enredo…

Kratos foi capturado por ter rompido o seu acordo com Ares, pelas nefastas Furies, seres que têm a missão de zelar pelos pactos feitos com os deuses do Olimpo. Acorrentado na prisão de Hecatonchires, um Titã que quebrou o seu pacto com Zeus, Kratos parte para a destruição com o objectivo de manter o seu desejo de ignorar o pacto com Ares e desancar as Furies que lhe lançam imensos desafios.

Claro que pelo meio há sangue (muito), destruição quanto baste, muitos seres sobrenaturais para desmembrar e muita violência gratuita. Ou seja, o costume. Mesmo que a estória seja acessória e superficial.

Como jogo exclusivo da Playstation 3, não será demais dizer que o jogo, em termos gráficos, está muito bom. Visualmente deslumbrante, alia espaços gigantescos com escarpas de metros de comprimento com arquitectura da Antiga Grécia. De notar que ao contrário dos jogos anteriores, há menos combates épicos, mas quando estes acontecem com os grandes bosses do jogo, passam-se quase sempre em arenas desafiantes e gigantescas, onde por vezes até perdemos noção do que realmente se passa.

Os inimigos são, como seria de esperar, um pouco diferentes dos demais jogos. Há uns seres meio homem, meio cabra (não fiz aqui jogo de palavras pelos motivos óbvios), um ou outro ciclópe e algumas bestas. O pior de tudo nem é a variedade de adversários, mas sim a quantidade e a mistura de vários seres com poderes e ataques diferentes. Isto cria um nível de dificuldade algo frustrante por vezes. E isto é uma constante no jogo. Passei por uma fase chamada “Trials of Archimedes” que foi preciso dezenas de Tweets e posts no Facebook da Santa Monica Studio para finalmente (e num sábado) ser corrigido. Simplesmente tornava-se impossível passar. O nível é composto por três andares de um elevador. A cada andar novos bosses surgem, só que quando subíamos um andar não havia recuperação de energia ou checkpoints. Inevitavelmente Kratos acabava por sucumbir e isso significava que tinha de reiniciar no primeiro andar… sempre… Já foi corrigido, mas é um sintoma da constante falta de senso na dificuldade deste jogo em algumas partes, aliás uma constante em toda a série, repleta de momentos frustrantes.

Para dar cabo dos inimigos, nada como as Blades of Chaos. Mas calma. Não só não temos acesso aos poderes que surgem nos demais jogos, afinal Kratos ainda é “tenrinho” nestas coisas de matar a corja do Olimpo, como também não temos a grande maioria dos golpes que nos habituámos a dominar. Vão perder imenso tempo a carregar no botão do quadrado e do triângulo e os danos infligidos aos adversários não são assim tantos. Pelo meio apanham escudos, espadas ou mesmo dardos com armas alternativas mas são temporárias e não são muito úteis. O que é mesmo útil é a magia que Kratos pode usar. Há agora quatro magias para a espada (cada uma oferecida por um dos deuses do Olimpo, incluindo Zeus) e três magias ligadas a amuletos dos poderes das Furies. Um dos amuletos,  Uroborus, consegue regenerar danos em objectos nos diversos puzzles e também prender adversários numa espécie de slow motion. Outro chama-se “Pedra de Orkos” e permite a Kratos clonar um ser temporário de si próprio que até combate por nós por segundos. Por fim existem os “Olhos da Verdade” que não só permitem desbloquear certas partes bloqueadas pelos poderes das Furies como paralisam os adversários. Como sempre, todos os poderes e armas são possíveis de melhorar recorrendo a Red Orbs espalhadas pelos mapas e angariadas a cada morte de adversários. Mas neste jogo isto é ainda mais importante, já que sem essa evolução a dificuldade tende a aumentar.

Depois de acabar o modo Carreira, a malta da Santa Monica Studio decidiu que queria enveredar pelos caminhos sinuosos do modo online competitivo multi-jogador. Digamos que a ideia, o conceito pelo menos, é interessante. Mas para God of War não me parece um caminho lógico. Isto porque o que gostamos na série é ter hordas de inimigos a lutar contra nós em catadupa e não outros adversários igualmente poderosos e com as mesmas armas e capacidades que nós. Não faz muito sentido, mesmo com diversos modos de jogo e mapas soberbos. Mas já o modo cooperativo é outra estória. O modo Trials of the Gods é uma espécie de modo de sobrevivência contra vagas inimigos. Apesar de repetitivo é um excelente complemento e até gostei de experimentar.

Veredicto

É mais de God of War como gostamos. Só que com uma estória um pouco fraca e que não acrescenta muito ao enredo total. O modo Multi-jogador competitivo é perfeitamente acessório e sem grande interesse. Penso que bastava o modo cooperativo que até se torna interessante e lógico. Com alguma vontade pontuo bem este jogo porque sou fã de Kratos. Mas depois de God of War 3 e o seu final trágico, regressar à saga nesta forma fácil numa prequela soa demais a aproveitamento do sucesso da série. É um jogo que não faz realmente justiça tanto ao que já joguei como o que esperava ainda jogar na PS3 com Kratos. Mas se pensarmos só na diversão que oferece, cumpre. E a mais não é obrigado.

  • ProdutoraSanta Monica Studio
  • EditoraSony Computer Entertainment
  • Lançamento13 de Março 2013
  • PlataformasPS3
  • GéneroAcção
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Enredo principal é fraco e previsível
  • Multi-jogador competitivo é acessório
  • Dificuldade é por vezes frustrante

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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