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Análise – Fire Emblem: Three Houses

Fire Emblem está de volta. E desta vez irá colocar-nos na pele de um professor a orientar os alunos no seu percurso académico e em batalhas nas quais terão de empregar os seus dotes estratégicos.

A caminho das duas dezenas de jogos, Fire Emblem é uma das mais longas séries na Nintendo, fazendo as delícias dos fãs de jogos de estratégia e RPG desde 1990. Fire Emblem: Three Houses é também o primeiro jogo a ser lançado para uma consola caseira desde Radiant Dawn para a Wii em 2007. Ou seja, este título deve representar também um enorme salto tecnológico pelo que temos visto dos jogos da 3DS. Vamos descobrir se consegue tirar partido do hardware mais capaz da consola híbrida da Nintendo.

A grande diferença dos restantes títulos da série ,está na própria estrutura do jogo. Em Three Houses somos um professor de uma academia militar e teremos a possibilidade de escolher entre uma das três ordens (houses) presentes: Black Eagles, Golden Deer e Blue Lions. Cada uma delas representa o seu território no continente Fódlan e as suas próprias personagens que podemos controlar durante as batalhas.

Sendo personagens únicas, será uma decisão importante para fazer. É também uma escolha que poderá motivar diferentes prioridades ao longo do jogo. Podem fazê-lo através da personalidade de cada umas personagens ou com as suas habilidades de combate. Se derem mais importância a magia ou a arco e flecha, por exemplo, terão uma classe específica para cada uma delas. A escolha é vossa.

Ensinar terá um papel muito importante no jogo. Afinal, somos professores. Existe um sistema de calendário no jogo, que nos leva a tomar decisões a cada semana. A título de exemplo, no início de cada semana é necessário definir um currículo para os nossos alunos, isto ajuda a moldar a suas especialidades, abrindo caminho para desbloquear também novas habilidades.

Também é possível tirar um dia de folga para passear pela academia. Durante este tempo é possível interagir com os alunos, participar em actividades (como pesca) e completar pequenas side quests. Tudo isto aumenta a motivação dos alunos, o que permite que aprendam mais durante as lições. Outro ponto importante são as ligações que se criam entre as personagens, tal como em Awakening e Fates. As personagens que se dão melhor entre si também lutam melhor quando estão juntas, o que dá grandes vantagens em campo.

Mesmo sendo nós o professor, ainda temos muitas batalhas pela frente. No final de cada mês há uma missão especial de combate que irá avançar na história e também podem escolher fazer algumas batalhas extra do durante o mês. A mecânica é semelhante aos restantes jogos da série, ou seja, por turnos e movendo as personagens através de uma grelha no mapa, enquanto tentamos completar o objectivo que, normalmente, envolve derrotar todos os inimigos ou apenas o seu comandante.

No entanto, este novo Three Houses traz também uma nova funcionalidade, que até é bastante conveniente, diga-se de passagem. Agora é possível recuar nas nossas acções (fazer Rewind) no máximo três vezes em cada missão. Isto é particularmente prático quando nos enganamos em alguma ordem e assim já não será necessário recomeçar a batalha, algo que tínhamos de fazer com frequência anteriormente.

Fire Emblem: Three Houses também permite atribuir batalhões aos nossos lutadores, algo que apreciei bastante visualmente. No campo de batalha continuamos a ter uma perspectiva aérea, como se se tratasse de um jogo de xadrez ao movimentar as personagens pela grelha. Contudo, a câmara ganha outra vida quando as personagens começam a lutar entre si.

E aí podemos ver os batalhões em toda a acção, o que torna estas missões mais próximas de batalhas convencionais. Estes dão bónus únicos e um ataque especial à personagem a que estão associados. Só é possível usar esta habilidade por um tempo limitado, mas são ataques bastante fortes e capazes de alcançar múltiplos inimigos ao mesmo tempo.

Visualmente Three Houses é bastante competente.  Possui alguns dos modelos de personagens mais detalhados que já vi na Nintendo Switch. E a acompanhar os ataques especiais estão cores vibrantes e uma fluidez constante, sem quaisquer quebras. Fiquei mesmo com a ideia que, com esta qualidade, era bem possível que os criadores pudessem, de alguma forma, recorrer ao Anime baseado na série da Intelligent Systems.

No entanto, o resto da oferta não está perfeita. Existem texturas que dão a ideia de não terem sido totalmente carregadas, uma possível consequência de alguma falta de optimização. Querendo com isto dizer, que parecem ter pouca resolução para os restantes modelos presentes no jogo. Este é provavelmente o ponto mais desapontador de todo o jogo. Espero mesmo que possa ser corrigido nos próximos jogos, porque a Nintendo Switch é capaz de bem melhor.

Veredicto

Fire Emblem: Three Houses é um jogo que qualquer um pode pegar e jogar sem precisar de jogar os outros títulos. Revelou-se uma grande sequela, que não desconsiderou as suas origens, refinando apenas as mecânicas de jogo. Designar batalhões para prestarem assistência às tropas individuais no combate, foi uma grande adição. E não podemos esquecer da nova funcionalidade de Rewind. Infelizmente para ser mais acessível ao novo público, o jogo tornou-se também mais fácil. Não que isto seja um problema, propriamente, mas os fãs mais sérios vão desejar um maior desafio.

  • ProdutoraIntelligent Systems
  • EditoraNintendo
  • Lançamento26 de Julho 2019
  • PlataformasSwitch
  • GéneroEstratégia, Role Playing Game
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Talvez demasiado fácil para o que a série nos habituou

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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