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Análise: FIFA 16

A série FIFA, ao contrário do que muitos apregoam como uma repetição infindável ano após ano do mesmo jogo, é um aprimorar de um jogo que se torna melhor a cada ano que passa. É certo que, com a primeira entrada nesta geração de consolas, houve muitas novidades e alguma jogabilidade por afinar. Mas, a verdade é que, após dois jogos com o motor Ignite, o FIFA 16 está bem melhor do que os lançamentos dos dois anos anteriores.

https://www.youtube.com/watch?v=AfeDwkIaHNY

Apesar do destaque em FIFA 15 ter caído sobre os guarda-redes e nas suas defesas espectaculares, a verdade é que com o lançamento do ano passado rapidamente se percebeu que mais do que isso, o foco do jogo caiu sobre o ataque e nas transições rápidas em contra-ataque, proporcionando até uma jogabilidade semelhante à de PES, no estilo arcade. É precisamente na alteração deste pormenor que FIFA 16 se destaca para melhor com a entrada deste ano. Alterando aquela premissa, melhorando o jogo na defesa e depois na ligação desta com o meio campo e ataque, FIFA 16 exige que o jogador pense mais o jogo, construa mais e melhores jogadas, ao invés de apostar em jogadas fáceis e repetitivas. Por isso mesmo, o meio campo – o cérebro da nossa equipa – terá que batalhar muito mais por cada bola, cada jogada e cada movimento. A inteligência na criação de jogadas é mesmo peça-chave para que entendamos a potencialidade deste novo esquema de jogabilidade mais metódico em FIFA 16.

Sobretudo, o ênfase deste ano, em termos de jogabilidade, centra-se na capacidade dos jogadores potenciarem aqueles que podem ser considerados como os pontos fortes das equipas com que jogam. Ir para campo com o Real Madrid e não tirar partido do Cristiano Ronaldo e da sua capacidade para desequilibrar uma partida será um erro crasso, como é óbvio. Agora, tudo dependerá da forma de jogar de cada um. Talvez alguns jogadores prefiram arrancar da esquerda com o Ronaldo e rematar forte com o pé direito, ao passo que com outros a sua capacidade de finalização é melhor aproveitada ao centro. Mais do que nunca, será fulcral adaptar a formação táctica ao nosso estilo e sobretudo também pensar como joga a equipa contrária.

Para isso podemos ainda contar com a ajuda do Trainer que nos facilitará a ambientação à nova jogabilidade durante as partidas. Com este sistema, activado e desactivado com o analógico direito do comando, aqueles que querem afinar cada pormenor do seu jogo, mesmo nas situações mais delicadas, podem com as suas dicas tirar o máximo partido das capacidades dos jogadores em campo.

Apesar dos menus principais não terem sofrido grandes alterações, a verdade é que FIFA continua a ser o rei dos simuladores de futebol também no que diz respeito ao departamento gráfico. Modernos e realistas, os pormenores das animações dos jogadores estão cada vez mais impressionantes e apresentam detalhes fantásticos como o enrugar da pele da cara dos jogadores junto aos olhos. Também as celebrações dos golos, apesar de algumas continuarem de anos anteriores, foram refrescadas com novidades que incluem ainda os festejos junto da câmara e do banco de suplentes. O novo spray de delimitação de lances de bola parada dos árbitros também foi incluído e é utilizado constantemente. Os jogadores mais conhecidos são facilmente reconhecidos e o detalhe na diferença de movimento entre homens e mulheres é precioso.

Sim, porque afinal de contas este é o primeiro ano em que podemos utilizar uma equipa de futebol feminina num simulador de futebol. Mais uma vez a série FIFA está na vanguarda e, apesar de ainda não podermos utilizar equipas femininas em todos os modos de jogo (apenas estão disponíveis selecções femininas), é um excelente “passe em profundidade” para a desmarcação neste campo! Contudo, a inclusão destas equipas não permite ainda utilizá-las em alguns modos clássicos da série como o modo Carreira ou o Ultimate Team.

Também a nível do áudio houve boas alterações, com os comentadores a assumirem conversas com base nas performances das equipas e das suas principais figuras. No que à banda sonora diz respeito, uma palavra de destaque bem merecido para os portuenses X-Wife que assumem o papel de banda portuguesa num FIFA depois dos The Gift e dos Buraka Som Sistema.

Em FIFA 16 não faltam licenças, estando ao nosso dispor uma panóplia quase infindável de equipas e ligas. Algumas fulcrais para quem aprecia rigor, outras nem por isso como a ALJ League da Arábia Saudita. Ainda assim, são mais de 30 ligas ao nosso dispor com ênfase no licenciamento total deste ano com a Bundesliga, à semelhança do que havia acontecido no ano passado com a Premier League, com os estádios, os kits oficiais e a maioria dos jogadores com as faces idênticas às da realidade. A Liga NOS também está incluída, embora as equipas recém-subidas ao primeiro escalão do futebol português (Tondela e o União da Madeira) não tenham direito aos nomes e equipamentos reais. Só é pena que a licenças da Liga dos Campeões e do futuro campeonato Europeu estejam com a concorrência. Com estas duas licenças na sua mão, FIFA 16 seria intocável. Também não será possível aos jogadores reproduzirem à letra os grupos da Liga dos Campeões deste ano com as equipas reais apuradas na fase de grupos, já que algumas, como o Dínamo de Kiev ou o Maccabi Tel Aviv, não se encontram por lá.

FIFA 16 chega com o habitual leque de modos, desde o modo Career, aos Skill Games, as Seasons, o Match Day Live, o Ultimate Team e o Pro Clubs. Os jogadores que, como eu, não dispensam de uma temporada no modo carreira vão adorar saber que este ano chegarão finalmente os torneios de pré-temporada que permitirão experimentar os nossos jogadores em competições a sério logo no início da época, ao mesmo tempo que ganhamos fundos extra para colmatar algumas lacunas da equipa. Por outro lado, teremos agora a opção de escolher cinco jogadores para tentar melhorar as suas capacidades durante a semana, entre os jogos.

Com o passar dos anos, o modo Ultimate Team tem ganho cada vez mais fãs no FIFA e este ano surge o Draft Mode como novidade, onde os jogadores vão poder criar uma equipa, posição após posição com uma selecção aleatória em cada uma delas dos melhores jogadores. Depois de seleccionar a formação táctica, há que tomar atenção à química entre os jogadores. Com a equipa completa seleccionada, os jogadores terão pela frente quatro partidas num torneio, onde cada jogo vencido trará melhores recompensas. Infelizmente, entrar no Draft Mode implica investir moeda do jogo que poderá não estar acessível a todos os jogadores, sobretudo àqueles que não invistam o seu tempo no Ultimate Team.

Veredicto

FIFA 16 é um simulador de futebol que exigirá que o jogador seja mais metódico ao abordar cada finta, cada remate e cada sprint para a linha de fundo. O resultado é uma experiência muito mais realista e próxima do futebol jogado ao mais alto nível. Quanto à jogabilidade, o foco no confronto a meio-campo é a novidade que mais contribui para essa diferença, com o lançamento deste ano. A estes excelentes pontos positivos, juntam-se ainda a novidade da inclusão, pela primeira vez, de equipas femininas num simulador de futebol, assim como dos torneios de pré-temporada no modo carreira. O Draft Mode é uma inclusão interessante mas que está barrada por uma entrada com moeda do jogo que poderá não estar acessível a qualquer jogador. FIFA 16 mantém a série no trono que lhe têm pertencido, em sucessão, durante os últimos anos. Sem dúvida, o melhor simulador de futebol deste ano.

  • ProdutoraElectronic Arts
  • EditoraEA SPORTS
  • Lançamento24 de Setembro 2015
  • PlataformasAndroid, iOS, PC, PS3, PS4, Xbox 360, Xbox One
  • GéneroDesporto
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Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Draft Mode pouco acessível aos jogadores que não joguem habitualmente o UT.

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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