ZombiU

Análise: ZombiU

Com a excepção de alguns, posso dizer que já passou alguns anos desde que os jogos eram realmente assustadores. Eu sou grande fã dos primeiros Resident Evil e até do mais recentes Dead Space, mas tenho de admitir que a nova tendência é ter acção em demasia e deixar de lado o que nós, fãs de survival horror, realmente gostamos e estou a falar dos sustos, arrepios, tensão e adrenalina em cada passo que damos no desconhecido.
Mais estranho é quando um dos jogos mais assustadores dos últimos tempos se torna um exclusivo de uma consola Nintendo, isto porque conseguimos contar pelas mãos os poucos jogos que a Wii original oferece para maiores de 18 anos. Temos Mad World, Dead Space: Extraction e House of the Dead: overkill (e mais alguns), mas todos eles não conseguiram atingir o número de vendas esperado.

Dito isto, a decisão da produtora Ubisoft em oferecer uma experiência tensa e macabra pareceu-me tanto imprudente como brilhante! No entanto eu aposto na segunda hipótese e acredito que ZombiU seja um jogo de sucesso que irá vender muitas Wii U devido à sua originalidade e principalmente para fãs de survival horror que procuram um bom jogo e algo diferente.

Em ZombiU encarnamos, aleatoriamente, na pele de um sobrevivente de um Apocalipse zombie. Uma voz enigmática através de um intercomunicador oferece-nos ajuda, um abrigo e ainda nos envia para uma série de missões para encontrar equipamento vital para a nossa sobrevivência e para controlar a extensa rede de câmaras CCTV de Londres. Logo de início, depois do vídeo inicial, somos largados precisamente no meio da acção, aprendendo os controlos básicos da pior maneira enquanto fugimos de uma horda de Zombies. Sim é daqueles jogos que é capaz de vos matar logo no tutorial inicial, só para terem uma ideia do que está para vir!
Eventualmente conseguimos chegar à safe house, um abrigo criado numa estação de metro de Londres onde vão encontrar uma cama, um cofre para equipamento e uma série de monitores que mostram as câmaras CCTV mais próximas. O nosso guia misterioso, Prepper, continua a dar-nos informações nas missões iniciais e a definir várias missões para completar-mos. A safe house é também o único local onde podemos gravar o nosso progresso – o resto do jogo não tem saves nem checkpoints!

Os controlos são bastantes bons e intuitivos, empregando o habituais analógicos e gatilhos para first-person shooters. O ecrã do gamepad mostra o mapa e quando precisamos de ir à nossa mochila, a personagem na televisão baixa-se numa breve animação e a nossa atenção passa para o ecrã do gamepad com o nosso inventário completo. É uma ideia engenhosa. Neste mundo bastante perigoso e atestado de “walkers”, procurar um artigo na nossa mochila significa tirar os olhos do que nos rodeia e da nossa televisão, possivelmente perdendo de vista um ataque iminente de um esfomeado por carne fresca e acreditem que é capaz de nos deixar bastante nervosos. Esta mesma mudança de ecrã acontece quando procuramos itens em cadáveres ou em gavetas.

Os níveis de stress são bastante altos, não só porque ZombiU é assustador ao ponto de me fazer levantar do sofá, como também tem sons dispersos e locais tão escuros que só a lanterna que temos equipada não chega para ver uns míseros 5 metros à nossa frente e não esquecer que é bastante difícil… ou melhor é bastante fácil de morrer!

Um só zombie é um desafio e dois são a indicação de um desastre portanto precisam de pensar bem antes de entrar em confrontos e darão por vocês a retirarem-se para uma posição tacticamente vantajosa, ou até mesmo a fugir do perigo a sete pés!
A maior parte dos confrontos ocorrem com um taco de Cricket, bem ao estilo inglês, sem dúvida inspirado em Shaun of the Dead. Também há muitas armas e explosivos, mas as munições são bastante limitadas, recarregar a arma é lento e não podemos esquecer que o barulho chama mais zombies. Portanto, como o taco não precisas de ser carregado nem é muito barulhento, será muitas vezes a melhor opção, mas é preciso ter atenção que têm de estar à distância de uma dentada e que a nossa personagem eventualmente se vai cansar de dar pauladas e precisará de recuperar o fôlego.

 

Bem ao estilo de filme terror, sermos rodeados é sinónimo de morte certa e acabamos devorados por zombies, no entanto um dos conceitos mais interessantes deste título é o que acontece a seguir. A personagem morre permanentemente e saltamos de imediato para outro sobrevivente aleatório no safe house. Esta nova personagem tem muitíssimo pouco equipamento e se não guardaram nada no cofre anteriormente, vão passar um mau bocado. O primeiro “trabalho” que terão será voltar onde morreram onde a personagem antiga é agora um Zombie com a nossa mochila cheia de equipamento às costas. Para ajudar ao desafio, os zombies anteriores estão todos lá, o que significa que terão no mínimo dois para eliminar. Esta é provavelmente a minha parte favorita de qualquer jogo que analisei este ano.

Infelizmente existem algumas falhas que não deixam ZombiU ter nota máxima. Os zombies surgem consoante as nossas acções, portanto nunca conseguimos limpar um território totalmente fazendo com que surjam de forma inesperada e existe uma grande possibilidade de acabar de vez com a nossa personagem quando menos esperamos. Os gráficos, não arranham sequer as capacidades da consola, talvez exista uma razão plausível, mas sinceramente eu não encontrei nenhuma. No entanto ZombiU é um jogo que vos vai fazer saltar do sofá e qualquer amante de jogos de terror vai facilmente esquecer estas falhas do jogo.

Multiplayer

ZombiU não tem multiplayer online, mas dois jogadores podem jogar localmente o multiplayer competitivo. O primeiro player joga em primeira pessoa em arenas usando o Wiimote e Nunchuck, ou então o Controller Pro da Wii U, enquanto que o segundo player, usando o GamePad é o “rei” dos zombies. O detentor do GamePad vê toda a arena numa prespectiva aérea e simplesmente clica e posiciona os seus zombies para parar o primeiro jogador como se tratasse de um jogo de estratégia. O primeiro player tenta sobreviver ou capturar bandeiras antes que os zombies o façam. Ambos os modos são bastante divertidos, mas a qualidade do single-player desvia toda a atenção do multiplayer.

Veredicto

Cabe a vocês procurar uma cura para esta pandemia enquanto vagueiam pelos sítios mais icónicos de Londres como o palácio de Buckingham. É um survival horror com um foco especial na sobrevivência e com uma atmosfera imersiva capaz de cortar a respiração. O gamepad da Wii U é usado de forma inteligente e demonstra na perfeição o que é possível ser feito com o novo conceito da Wii U.

  • ProdutoraUbisoft
  • EditoraUbisoft
  • Lançamento30 de Novembro 2012
  • PlataformasWii U
  • GéneroFPS
?
Sem pontuação

Ainda não tem uma classificação por estamos a rever o nosso esquema de pontuações em análises mais antigas.

Mais sobre a nossa pontuação
Não Gostámos
  • Falta de variadade de armas melee
  • Graficamente a Wii U é capaz de melhor

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.

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