Mais infoProdutora: Lionhead StudiosEditora: Microsoft StudiosLançamento: 12/10/2012Plataformas: Género:

Depois do quase fiasco de Fable: Heroes, a saga acarinhada pela Microsoft e um exclusivo da Xbox360 recebe mais uma facada do destino com Fable: The Journey. A pergunta que se coloca é: O que se passa com Peter Molyneux, o lendário mentor de Fable que se mantém afastado destes projectos paralelos?

Resumidamente, Fable: The Journey pretende continuar a estória do aclamado Fable III, mas conferindo um toque especial por inserir o jogador numa acção na primeira pessoa recorrendo aos gestos do Kinect para interagir.

Passando-se 50 anos depois, Albion continua a sofrer os efeitos da aventura que levou o Herói de Fable III a tomar as rédeas do Reino. Gabriel, um nómada, e a sua égua Seren ficam separados da sua tribo numa estranha tempestade. No meio conhece Theresa que lhe explica que a “Corrupção” está a invadir Albion. E, pasmem-se, cabe ao pequeno herói e a sua recém-descoberta propensão para a magia (através de umas luvas muito especiais) salvar o dia.

O problema até nem é a estória. Não é muito forte, mas é ao estilo do jovem herói improvável que já serviu para muitos sucessos. O problema é mesmo a interacção em que o Kinect sofre por não ser (ainda) o controlador prometido. Mesmo depois de muitas recalibragens, ainda hoje temos dificuldades em torná-lo preciso. Mas em Fable: The Journey este defeito é ainda mais evidente porque o jogo vive de fazer gestos como segurar as rédeas do nosso cavalo ou apontar a nossa magia para atingir adversários.

Talvez apercebendo-se da fraca fidelidade da mira, a Lionhead decidiu tornar o combate muito superficial. Não se trata tanto de perícia a fazer mira aos adversários com a magia ou lançar a espada para travar uma investida. Trata-se, isso sim, de acertar de vez em quando, frustrar-se por falhar e tentar novamente, numa interacção fraca, repetitiva que intercala andar a cavalo horas a fio e lutar contra hordas de inimigos que avançam em fila indiana para serem facilmente eliminados. Desafio zero.

Se há pontos positivos neste jogo, será a recuperação da mítica estória de Albion com alguns esclarecimentos desde Fable III e a nível de animações está muito bom com destaque para as animações faciais. Mesmo com o aspecto cartoon de todas as personagens, o jogo até é uma boa aventura visual. Só que ao levantarmos o braço para lançar fogo nos inimigos lançamos um belo fogo de artifício ao céu… e nada mais parece bonito. E assim frustra… muito. A atenção sai toda da estória (já de si fraca) e passa para os momentos caricatos de gesticular frenéticamente para conseguir acertar nos adversários ou nas longas e aborrecidas viagens de carroça.

Veredicto

Eu não sou particularmente mau para com jogos. Sobretudo se pertencem a sagas que prezo como Fable. Mas exactamente porque sei o que esta série tem para dar, fico na dúvida da justificação que a Lionhead Studios daria para este jogo ser tão fraco. É um parente pobre da série como já o era Fable Heroes que já analisámos. Mas este desaponta ainda mais porque prometia tanto… mas tanto…

Esta análise foi realizada com uma cópia de análise cedida pelo estúdio de produção e/ou representante nacional de relações públicas.